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A construção civil e a agricultura salvaram a geração de empregos no Paraná durante a pandemia de Covid-19 (Foto: Franklin de Freitas)

O mercado formal de trabalho registrou uma retração histórica no Paraná. No primeiro semestre deste ano, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério da Economia, o estado viu fechar 47.070 postos de trabalho, resultado de um total de 541 mil admissões e 588 mil desligamentos entre janeiro e junho. Trata-se do pior resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) desde 2003, pelo menos, que é o primeiro ano com dados disponíveis na base de dados da Secretaria de Trabalho.

Apesar das marcas negativas, entretanto, os dados do Caged também trazem motivo para esperança. É que no mês de junho o Paraná conseguiu, pela primeira vez desde fevereiro, registrar saldo positivo na criação de empregos, com a abertura de 2.829 postos de trabalho. O resultado positivo se deve ao aumento das admissões (27,90%) e à redução das demissões (-14,31%) na comparação com maio.

Em sua análise dos dados do Caged, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) ressaltou que o saldo positivo em junho “demonstra que a atividade econômica no estado começa a se recuperar após os impactos da crise provocados pela pandemia da Covid”.

Entre os cinco grandes grupos econômicos analisados, os destaques positivos no primeiro semestre foram a construção e a agropecuária, que criaram, respectivamente, 7.400 e 2.654 novos postos de trabalho entre janeiro e junho. Por outro lado, o comércio (-26.761) e o setor de serviços (-23.008) registraram os resultados mais negativos, seguidos pela indústria (-7.355).

Considerando somente os dados do mês de junho, temos que a construção (1.828) segue apresentando saldo positivo, enquanto a indústria (1.599) esboça reação. Em contrapartida, o setor de Comércio continua apresentando perda de postos de trabalho, sendo que no último mês fechou 721 vagas.

Evolução do mercado formal de trabalho no Paraná em 2020

Janeiro
Admissões: 116.018
Desligamentos: 98.159
Saldo: 17.859

Fevereiro
Admissões: 134.004
Desligamentos: 105.223
Saldo: 28.781

Março
Admissões: 112.703
Desligamentos: 125.781
Saldo: -13.078

Abril
Admissões: 48.666
Desligamentos: 107.406
Saldo: -58.740

Maio
Admissões: 56.897
Desligamentos: 81.618
Saldo: -24.721

Junho
Admissões: 72.771
Desligamentos: 69.942
Saldo: 2.829

Curitiba é a cidade que mais fechou vagas de empregos

Entre todas as cidades do Paraná, justamente a capital paranaense, Curitiba, foi a que mais fechou postos de trabalho (-22.262), seguida por Foz do Iguaçu (-5.691), Londrina (-5.585), Maringá (-4.541), São José dos Pinhais (-3.817), Pinhais (-1.928), Guarapuava (-1.011), Apucarana (-848), Guaratuba (-803) e Fazenda Rio Grande (-670).

Por outro lado, cinco cidades se destacaram na geração de postos de trabalho formais: Matelândia (1.822), Ortigueira (1.318), Toledo (1.288), Rio Negro (923) e Paraíso do Norte (808). Entre as cidades que mais geraram empregos neste período analisado, destacam-se os setores de Abate de aves, Obras de infraestrutura, Abate de suínos, Processamento industrial de fumo, e de Cultivo de cana de açúcar.

Dos 399 municípios paranaenses, informa ainda o Dieese, 398 tiveram movimentação de admissões e desligamentos no acumulado do ano 2020 (janeiro a junho), sendo que destes, a maioria, 217 (54,39%) tiveram saldos negativo empregos, 178 (44,61%) apresentaram saldos positivos, e por fim, em apenas três (0,75%) o saldo foi zero.

As profissões em alta no Paraná (grupos profissionais com maior saldo entre admissões e desligamentos)

  • Trabalhadores da fabricação de alimentos, bebidas e fumo: 4.697
  • Trabalhadores da Indústria Extrativa e da Construção Civil: 4.694
  • Profissionais do Ensino: 1.664
  • Trabalhadores da Mecanização Agropecuária e
  • Florestal: 1.156
  • Técnico de nível médio das Ciências Biológicas,
  • Bioquímicas, da Saúde e afins: 1.126
  • Profissionais das Ciências Biológicas, da Saúde e Afins: 1.063

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