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Foto: Israel Macedo/Polícia Federal cumpre mandados na empresa Caminhos do Paraná, em Irati

A Polícia Federal abriu nesta quarta-feira, 26, a Operação Integração, 55ª fase da Lava Jato. Em nota, a PF informo que a investigação mira casos de corrupção ligados aos procedimentos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.

Os alvos das medidas são as seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná: Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná, além de intermediadores e agentes públicos corrompidos beneficiários de propina.

Em Irati, os policiais federais cumprem dois mandados de busca e apreensão na empresa Caminho do Paraná. Os  funcionários foram impedidos de entrar nesta manhã, e aguardam em frente a concessionária.

Mais informações em breve.

NOTA MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Em nota, o Ministério Público Federal afirmou que foram identificados dois esquemas paralelos de pagamentos de propinas relatados por réus colaboradores.

O primeiro, iniciado em 1999, era intermediado pela Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias (ABCR). De acordo com a investigação, em reuniões presenciais realizadas na sede do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) naquele ano, as seis concessionárias acertaram o pagamento mensal de propinas a agentes públicos no DER a fim de obter a boa vontade do órgão estatal para a análise de pleitos de aditivos e outros atos que atendessem aos interesses das empresas. Esses pagamentos contaram com a intermediação do diretor-presidente da ABCR, João Chiminazzo Neto, alvo de mandado de prisão preventiva.

De acordo com os relatos obtidos de colaboradores, quando se iniciou o esquema, o valor total da arrecadação mensal de propina era de aproximadamente R$ 120 mil, sendo que esse valor era rateado entre as seis concessionárias do Anel de Integração proporcionalmente ao faturamento de cada uma delas. O montante da propina foi atualizado conforme os reajustes tarifários, chegando a aproximadamente R$ 240 mil mensais em 2010.

A Lava Jato aponta que os beneficiários finais da propina eram agentes públicos do DER e posteriormente, após 2011, da Agência Reguladora do Paraná (Agepar). Segundo os procuradores, as entregas eram realizadas com dinheiro em espécie na sede da ABCR Curitiba por emissários das concessionárias.

Para obtenção de dinheiro em espécie, as concessionárias simulavam ou superfaturavam a prestação de serviços com empresas envolvidas no esquema. Entre os operadores financeiros que simulavam a prestação de serviços, estavam Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, ambos envolvidos na operação Lava Jato.  Somente para o Grupo Triunfo, controlador da Econorte, Adir Assad faturou R$ 85 milhões em notas frias. Já para o Grupo CCR, controlador da Rodonorte, foram produzidas notas frias que somaram R$ 45 milhões, afirma a Lava Jato.

Somente deste esquema, estima-se o pagamento de propina de aproximadamente R$ 35 milhões, sem atualização monetária. Os pagamentos duraram até o final de 2015.

Fonte: Estadão

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