Esther Kremer
Diversos municípios da região estão enfrentando problemas com a operadora de telefonia Oi devido a falhas no serviço de telefone fixo. Segundo relatos de gestores municipais e também da população, a instabilidade na rede tem causado transtornos no atendimento ao público, com ligações interrompidas, ausência de sinal e até mesmo o desligamento completo da linha sem qualquer aviso prévio.
De acordo com informações coletadas por nossa equipe, as cidades de Mallet, Guamiranga, São Mateus do Sul, Rebouças, Irati, Rio Azul, Teixeira Soares e Imbituva, relataram dificuldades com a operadora. Em alguns municípios, o telefone fixo das repartições públicas, incluindo unidades de saúde e secretarias municipais, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e até mesmo hospitais, estão fora do ar, prejudicando a comunicação com os cidadãos.
O prefeito de Rio Azul e presidente da Amcespar, Leandro Jasinski, falou sobre a indignação envolvendo a situação. “É inaceitável que estejamos enfrentando um colapso na comunicação básica dos nossos municípios por conta desse problema com a operadora Oi. Estamos falando de serviços essenciais, como unidades de saúde, segurança pública e órgãos municipais, que simplesmente estão incomunicáveis. Isso não é um problema pequeno, é complicado para a população e com as administrações que dependem dessa infraestrutura para atender bem a comunidade”, disse o prefeito.
Já a Prefeitura de Teixeira Soares emitiu uma nota oficial informando que vai aderir ao sistema de telefonia para tecnologia VOIP. “A empresa Oi encerrou, em todo o Brasil, o serviço de telefonia via par metálico, que utilizava cabos instalados nos postes. Com isso, já começou a remoção da fiação em diversas cidades, e as linhas telefônicas passam a operar exclusivamente via VOIP (Voz sobre IP), uma tecnologia moderna que utiliza a internet para a realização de chamadas. Diante dessa mudança, a Prefeitura de Teixeira Soares já solicitou a migração para o novo sistema, garantindo que todas as linhas municipais operem através dessa tecnologia inovadora”.

Ainda, outro meio afetado pela falta de telefonia fixa foram os comércios. Em Rebouças, o Supermercado Martins teve as redes totalmente paralisadas. Segundo Dyonathm Aksyell Jendigh, supervisor de T.I do Supermercado explicou. “A Oi faz tempo que está em recuperação judicial, eles deram uma ‘enxugada’ na estrutura deles. A gente tinha a linha convencional, eles abandonaram e estão migrando para outra tecnologia, e o investimento deles agora é só em cidades grandes. Então, estão desativando todas as linhas analógicas e colocando a linha VoIP. A linha VoIP é um telefone fixo, só que pela internet e foi solicitado pela Oi para que as pessoas migrassem para o VoIP. Até semana passada, que eu fiz a integração, juntamente com uma empresa parceira nossa, conseguimos transformar nossas linhas para VoIP e nas lojas que tinham o central da telefônica, a gente conseguiu colocar um conversor que chega essa linha VoIP e transforma em linha analógica. Então, conseguimos aproveitar toda a estrutura de telefone que já tínhamos e não precisamos perder nada”, explica.
Outro setor afetado forma os hospitais, Magali de Camargo, diretora geral do Hospital Darcy Vargas, de Rebouças, comentou sobre o problema envolvendo a necessidade da população em utilizar os serviços de telefonia e disse que “nós já desde o final do ano enfrentando problema com relação ao telefone fixo que simplesmente parou de funcionar. A gente tentou entrar em contato com a assessoria da OI, mas não conseguimos, porque não tem mais um suporte local. A nossa equipe aqui de TI e telefonia está buscando outros provedores para que a gente continue tendo o telefone fixo, porque faz muita falta devido aos ramais, porque como é uma instituição grande, a gente depende de ter o telefone em vários setores”, explica.
Ainda, Magali comenta que a situação traz um transtorno grande para a instituição. “Em um dia o telefone funcionava, outro dia ele não funcionava, sem mais nem menos ele voltava a funcionar, assim como cortava a linha e isso fez com que nós optássemos em ter um telefone celular na recepção do hospital, que é o número de contato para toda a população. O nosso telefone é o (42) 9 9849-3389. Mas nós estamos em busca de solucionar esse problema”.
A equipe da Folha de Irati tentou diversos contatos com a operadora a fim de esclarecer os fatos, porém o mesmo problema que a população tem sofrido para entrar em contato com a Oi, a equipe também teve. Enquanto isso, autoridades municipais estudam alternativas para resolver a situação, algumas vão trocar a operadora que presta serviços, como é o caso de Fernandes Pinheiro, Inácio Martins e Mallet.

O QUE FAZER AGORA?
O Procon Irati esclarece a situação e como a população deve prosseguir em relação ao problema. “Não é algo burocrático. O correto mesmo é o cliente trazer até nós essa reclamação para que possa ser formalizada e a notificação possa ser encaminhada para a operadora. É bom trazer sempre um extrato, um print do aplicativo quando o cliente não consegue resolver o problema, algo que a gente possa anexar nessa notificação e que comprove o problema. Depois disso, a empresa tem de 15 a 20 dias para se posicionar, para responder, muitas vezes eles pedem um tempo a mais, mas geralmente é esse o prazo”.
Dyonathm também se colocou à disposição para ajudar comércios que necessitam da mudança. “Quem quiser, pode entrar em contato que eu oriento como podem proceder nesse caso. Porque no suporte da Oi realmente não tem nada, nada mesmo que possa auxiliar. Os 10 telefones das nossas lojas estão funcionando, então podem entrar em contato”.
A reportagem seguirá acompanhando o caso e buscando esclarecimentos junto à operadora sobre a situação e as possíveis soluções para os problemas enfrentados pelos municípios.