Sthefany Brandalise
Para comemorar o Dia do Motorista, celebrado em 25 de julho, a reportagem da Folha de Irati destaca uma das tradições mais simbólicas do universo caminhoneiro: os apelidos de estrada. Mais do que simples nomes, esses apelidos carregam histórias, vivências e traços marcantes de quem vive entre o ronco dos motores.
Se você já percorreu as rodovias brasileiras, talvez tenha escutado pela rádio ou lido em algum para-choque um nome inusitado que chama atenção. Isso porque, os caminhoneiros criam uma identidade própria. Seja pela aparência, por um acontecimento curioso, pela forma de dirigir ou até por herança familiar, os apelidos são uma marca registrada da cultura dos profissionais da estrada.
Criativos, curiosos, carinhosos (ou nem tanto), esses nomes revelam histórias, manias, traços de personalidade e até lendas do trecho. Nesta matéria, vamos acelerar fundo nesse universo onde ninguém chama o outro pelo nome de batismo, mas sim por aquele nome único que só quem vive a estrada entende. Confira os apelidos e as histórias por trás deles.
Fotos: Reprodução Redes Sociais
Sandro Bomfim
Apelido: Urso
Motivo: “desde o tempo do colégio por ter o cabelo grande e pichaco”


Rogério Medeiros de Lima
Apelido: Bertinho.
Motivo: “Peguei esse apelido quando com 10 anos. Meu pai era Berto, aí os caras falavam, ‘vai o Berto e o Bertinho’. Faz 40 anos que tenho esse apelido”
Pedro Gnatkowski
Apelido: Mensageiro da Paz
Motivo: “Sempre busquei, ou tive a intenção de levar o melhor de mim para aqueles que me rodeiam que a gente convive. De transmitir algo que fosse pra somar, para levantar o astral das pessoas”.


Luis Aurélio Velozo
Apelido: Gurila
Motivo: “Foi porque eu engordei demais. [..] Um dia eu estava sentado embaixo de uma árvore esperando pra carregar o caminhão quando o montanha olhou e falou assim ‘mas esse daí nunca que vai ser mico, né? Ele tá gordo demais’. E começou a me chamar de gurila”.
Robson Lelinski
Apelido: Forrest
Motivo: “Tenho esse apelido porque gosto muito de contar causos, histórias”.


Luiz Henrique Onisko
Apelido: Margarina
Motivo: “Quando fui para a praia não passei protetor solar, e era um solão do meio dia, voltei para casa, abri a geladeira e passei uma colherada de margarina no corpo”.
Osnildo José Iencke
Apelido: Paquito
Motivo: “Eu trabalhei com a Xuxa. Fui Paquito dos meus 17 até os 20, juntamente com as Paquitas, com a Letícia Spiller”. (contém ironia)


Marcelo Biel
Apelido: Kike
Motivo: “Quando eu era criança, eu estava com soluço, daí meu irmão mais velho falou para a mãe ‘o nenê tá com kike’, e ficou o apelido. E também gostava muito de Nesquik”.
Reginaldo Ribeiro de Lima
Apelido: Biro-Biro
Motivo: “Desde piá eu tinha o cabelo comprido, igual o jogador do Corinthians, o Biro-Biro. E daí me apelidaram de Biro-Biro”.


Emerson Duda
Apelido: Pitoquinho
Motivo: “Eu herdei do pai. Ele não tinha o dedo positivo, cortou quando tinha 12 anos. E ele ficou por Pitoco, depois eu fiquei por Pitoquinho”.
Altair Santa Clara de Oliveira
Apelido: Tordilho Negro
Motivo: “O tom do meu cabelo lembrava a cor da pelagem do tordilho”


Matheus
Apelido: Pantufa
“Eu fui junto com meu pai numa viagem e eu estava de pantufa, o companheiro dele me viu e começou me chamar assim. Passado um tempo virei motorista na Xanadu e todos me chamavam por pantufa”
Fábio Laroca
Apelido: Trator
Motivo: “Um dia foi inventar de jogar bola, e o uniforme era amarelo. E daí teve um na torcida que falou assim ‘bora Fábio, tá igual o trator do teu cunhado, não sai do lugar’.


Anderson José Szereda
Apelido: Repoio
Motivo: “Eu trabalhava com meu pai, vendendo frutas e verduras. E um dia um colega meu no trabalho estava mexendo com repolhos e tirando as folhas amareladas. Aí olhou pra mim e falou ‘ó, essa aqui é amarela igual a tua cabeça’. E começaram a me chamar de repoio”.
Juliano Santa Clara de Oliveira
Apelido: Cebinho
Motivo: “Meu tio colocou porque eu era pequeno igual um passarinho”


Nestor Sikora
Apelido: Chicórinha
Motivo: “Meu sobrenome é Sikora, e todo mundo me chamava de chicória. E com o tempo ficou chicórinha”
Joel
Apelido: Borracha
Motivo: “Ganhei esse apelido porque trabalhava como borracheiro”




Angelo Pires da Silva – Antônio Pires da Silva – Anderson Pires da Silva
Apelidos: Zabézinho, Zabé e Zabezão
Motivo: “Era do tempo do exército, apelidaram o pai de Zabé, e ficou. E o apelido é uma herança. Daí eu fiquei por Zabézinho e o Anderson por Zabezão”