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Em alusão ao feriado de Finados, celebrado neste sábado (02), a Folha buscou da história do início do Cemitério Municipal de Irati. Sua data exata de criação não é encontrada, mas se sabe que os primeiros sepultamentos aconteceram na década de 1.900. Este espaço caracteriza-se por ser mais antigo que a própria cidade. Além da religiosidade e da reflexão à vida, o Cemitério está ligado à nossa própria história.
Fernanda Hraber

Neste sábado (02) é celebrado o Dia de Finados e muitas pessoas visitam cemitérios para prestarem homenagens aos entes queridos que já se foram. Em Irati, o Cemitério Municipal é o local que recebe mais visitantes e, com seus mais de 100 anos, compõe a história da cidade.

De acordo com o professor e historiador, José Maria (Zeca) Grácia de Araújo, o Cemitério Municipal de Irati é bem antigo. “Surgiu no século passado, entre 1902 e 1903, antes até da formação e do nome de Irati para o nosso município. Na época, tinha somente um caminho de terra, que saía quase de fronte à Igreja Nossa Senhora da Luz que ainda não existia, que se chamou Rua do Cemitério”, contou Araújo. Por muito tempo, esta rua foi chamada assim até que fossem definidos os nomes para as principais vias do centro da cidade.

O historiador denota que o maior momento de desenvolvimento inicial da cidade aconteceu com a chegada dos trilhos da estrada de ferro em 1899. “Muitas famílias com origem de Campo Largo, Bateias e Lapa, por exemplo, vieram para Irati para tentar uma nova esperança de negócios e de vida. E, com essa população aumentando, além dos nativos que já estavam por aqui, houve a necessidade de escolher um espaço para que os falecidos fossem dignamente sepultados”, comenta Araújo. Segundo ele, o local escolhido era deserto, pois não havia a igreja e nem o Colégio Nossa Senhora das Graças.

O Cemitério Municipal de Irati iniciou na parte superior do terreno em que dá de frente à Praça da Bíblia, ao lado da Paróquia São Miguel – que foi fundada em janeiro de 1948. Com as datas dos túmulos próximos a entrada é possível identificar que foi nesta parte que começaram os primeiros sepultamentos.

Famílias tradicionais antigas, personagens como Santa Albertina, padres e prefeitos, como Emilio Gomes, são algumas das personalidades do município que têm seus túmulos encontrados já no início do cemitério. “É o local onde se sepultou as primeiras pessoas, principalmente, as primeiras personalidades que geriram o município e que nos trouxeram a riqueza de toda a história que nós temos”, completou o historiador. Há também vários mausoléus antigos e abandonados que compõem este cenário.

Depois da expansão para a parte de baixo do terreno, o Cemitério Municipal ainda foi ampliado para o lado esquerdo onde foi criada uma nova entrada e, posteriormente, construída a capela para velórios. “Segundo as estatísticas, há, aproximadamente, 3.400 pessoas enterradas em túmulos do Cemitério Municipal de Irati”, diz o historiador, deixando de fora os corpos que já foram retirados e/ou depositados de outra maneira.

CEMITÉRIO: REFLEXÃO DA VIDA

O pároco da Paróquia São Miguel, Padre Luiz Mirkoski, explica que o cemitério vai muito além de ser um local onde se sepultam os mortos. “Não é somente um espaço público. É um lugar santo, onde se propicia a reflexão e a meditação, principalmente, no campo da vida e da existência humana”. Mirkoski observa que o cemitério faz parte da história da comunidade.

“Neste lugar de repouso e de descanso eterno, se encontra também a história de muitas famílias e é por isso que é cemitério é um espaço de respeito, veneração e de muitas recordações. Aqui, se termina uma caminhada”, comenta ele.

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