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Foto: Karina Ludvichak

Novo maquinário, no valor de R$ 87 mil, foi adquirido com recursos próprios do Conselho da Comunidade

Karina Ludvichak

A Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Habitação, e o Conselho da Comunidade da Comarca de Irati entregaram na manhã da quarta-feira (03) a fábrica de blocos de concreto e paver para compor o parque de máquinas do município.

O novo maquinário, no valor de R$ 87 mil, foi adquirido com recursos próprios do Conselho da Comunidade e doado ao parque de máquinas da Prefeitura para a execução do projeto “Construindo a Liberdade”, desenvolvido em parceria com a Polícia Penal, que tem como objetivo a remissão de pena para pessoas privadas de liberdade e a execução de obras municipais, com foco na construção de moradias populares em blocos de concreto para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Foto: Karina Ludvichak


O prefeito de Irati, Jorge Derbli, comemorou a conquista e destaca que o projeto só foi possível graças ao Conselho da Comunidade e a forte parceria com a Polícia Penal. “Através do Conselho da Comunidade, que liberou para nós R$ 87 mil, nós fizemos a aquisição do equipamento que produz os blocos que serão utilizados na Secretaria de Habitação para construção de casas para as pessoas em vulnerabilidade social de Irati. É o 360° que eu chamo! Começa aqui a mão-de-obra, com os detentos produzindo esses blocos de concreto, e com a mão-de-obra deles, nós construiremos casas para as pessoas que precisam”, disse Derbli.


Marlon Picionie, diretor regional da Polícia Penal, conta que os detentos que participam do projeto devem atender a uma série de pré-requisitos e recebem 75% de um salário mínimo mensalmente para realizarem o trabalho. “Eles passam por uma triagem dentro das unidades. Primeiro tem o critério objetivo, ele já tem que ter cumprido uma parte da pena para que seja autorizada essa saída da unidade para trabalhar fora, além de apresentar um bom comportamento”, explica o diretor.


O número de pessoas contratadas é proporcional a necessidade do município. Atualmente, participam do projeto Construindo a Liberdade 15 pessoas.


“A pessoa encarcerada, sem o tratamento penal adequado provavelmente vai reincidir. Ela vai cumprir sua pena, vai voltar para a sociedade, porém o índice de reincidência para quem não trabalha, não estuda e não tem uma assistência religiosa, ele é muito alto, chega próximo aos 40%. E quando é oferecido essa oportunidade de trabalho, do estudo, da assistência religiosa, do atendimento psicossocial, essa reincidência não chega a 5%. Esse projeto é de suma importância para reinserir esse cidadão na sociedade”, finaliza Marlon.


Luis Gustavo Fillus, secretário de Habitação de Irati, explica que todos os insumos para a fabricação de blocos serão adquiridos pela Prefeitura, e ressalta que o projeto é muito significativo para o município, pois além de todo o trabalho social desenvolvido através dele, também deve promover economia nas obras. “Essa máquina de blocos produz uma quantidade aproximada de 200 blocos por dia. Essa quantidade com os insumos que são gastos sai muito mais em conta do que na compra dos tijolos. O investimento dos insumos será realizado pelo município, assim como as manutenções. Então, toda a produção fica a cargo do município que está administrando e cuidando para que saia tudo bem certinho”, observa.


O diretor do Conselho da Comunidade, Leonel Leandro da Silva, conta que este projeto vem sendo desenvolvido desde 2019, e que a realização do mesmo é importante para a cidade. ”Esse trabalho vai render muitos frutos, porque vai fazer com que a Prefeitura construa casas para as pessoas bem necessitadas. Hoje existem cerca de 2000 famílias aí em situação precária, e eu acredito que com esse trabalho a gente vai conseguir diminuir muito essa necessidade do município”, destaca.


“Esses blocos ainda vão poder ser utilizados para construção de casas, postos de saúde, obras de interesse da sociedade. Dessa forma, as pessoas privadas de liberdade têm oportunidade de se reinserir na sociedade e também de contribuir com a melhoria da vida de muitas outras pessoas. Nós precisamos romper essas barreiras do preconceito e entender que essas pessoas já foram julgadas, condenadas e estão pagando a sua pena e que elas precisam sim de uma oportunidade para elas serem olhadas com os olhos diferentes da sociedade”, enfatizou Maria Helena Orreda, assistente social do Conselho da Comunidade.

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