Leticia H. Pabis
A Prefeitura de Imbituva, por meio da Secretaria de Agricultura e Pecuária, implementou por meio da Lei Municipal nº 2034/2025 o Programa Sabores da Terra, que visa apoiar pequenos produtores na regularização da produção de alimentos de origem animal. O programa foi pensado como uma forma de enfrentar um dos principais entraves enfrentados pelos agricultores familiares: a exigência de normas sanitárias idênticas às cobradas de grandes agroindústrias.
“Um dos nossos grandes gargalos era a regularização das atividades de produtos de origem animal. Então, muitas vezes a legislação dificulta, porque exigência para uma agroindústria de médio e grande porte de produtos de origem animal são as mesmas exigências para uma menor. Nós criamos essa lei com todo o cuidado para os pequenos produtores, para nós podermos subsidiar de alguma forma e facilitar o processo de implantação”, destaca a secretária de Agricultura e Pecuária, Cristiane Tabarro Borgo.
O Sabores da Terra estabelece diretrizes específicas para subsidiar e facilitar a formalização dos empreendimentos rurais, respeitando os critérios legais, mas adaptando a estrutura de exigências à realidade dos pequenos. O programa está vinculado ao Serviço de Inspeção Municipal (SIM), responsável pela fiscalização de produtos de origem animal no município.
Cristiane complementa que a Prefeitura tem “uma equipe técnica qualificada do IDR-Paraná, que conta com médico veterinário, zootecnista, agrônomo, todos contribuindo com orientações que vão desde a produção do leite, o manejo de pastagens, a correção de solo, até a verificação de vacinas e outros cuidados ligados à produção. É uma equipe multidisciplinar que já iniciou o acompanhamento desses projetos que estão sendo implantados”.
Outro ponto destacado é o conceito de verticalização da produção, que se torna central na proposta do Sabores da Terra. A ideia é que os produtores deixem de atuar apenas como fornecedores de matéria-prima e passem a processar, embalar e comercializar seus produtos com valor agregado. Essa mudança amplia a renda das famílias e cria novas oportunidades econômicas no campo.
“Isso significa mais geração de renda, mais autonomia e também um incentivo para que os jovens rurais permaneçam no campo. Porque isso se torna um pilar essencial para manter as novas gerações envolvidas na propriedade. Esses jovens passam a enxergar o meio rural como um espaço de oportunidade, de inovação, de identidade e de valorização cultural. Eles começam a projetar o futuro ali, com mais perspectivas e oportunidades”, complementou a secretária.
Durante a construção da proposta, o município tomou como referência experiências de sucesso de outras regiões do Paraná. O contato com essas iniciativas ocorreu por meio do IDR-Paraná e ajudou a alinhar a realidade local com soluções já testadas em outros territórios, especialmente em relação à regularização de queijarias de pequeno porte.
“Nós ficamos meses estudando elementos que subsidiassem essa lei, eu posso dizer que é mais do que uma política pública, é uma política de pertencimento. Reconhecer, fortalecer, valorizar o saber, a riqueza da produção colonial dos nossos produtores, com uma cara e com todo o sabor que já é característico dessas famílias que fazem esses produtos”, finalizou Cristiane.