Leticia H. Pabis
São cada vez mais comuns os casos de golpistas que recorrem à tecnologia para cometer crimes na internet, utilizando de diversas técnicas para atrair as vítimas. Nestes casos, eles são chamados de cybercriminosos.
Algumas das artimanhas mais comuns nos dias atuais, por exemplo, são o Golpe do WhatsApp, onde os bandidos clonam seu aplicativo e mandam mensagens para seus contatos, como familiares ou amigos, solicitando um Pix com urgência, ou os golpes de boletos falsos, onde eles criam boletos com os dados verídicos da vítima, alegando serem de uma determinada empresa de cobrança real, e enviam via WhatsApp solicitando pagamento. A conta pode ser um financiamento, telefone, ou pagamentos de compras de produtos.
Na região, os golpes estão atingindo também clientes de escritórios de Advocacia. Os criminosos clonam o número de WhatsApp da empresa, e passam a contatar os clientes pedindo para que paguem um valor pelo pix.
O advogado João Ricardo Fornazari Bini foi vítima deste golpe e relata um pouco de como isto acabou aconteceu. “É uma vergonha, porque eles usam da boa fé do advogado, faz 20 anos que atuo na profissão e a gente demora tanto para construir um nome, para ter uma clientela, e eles utilizam da confiança dos nossos clientes, ludibriando estas pessoas pedindo dinheiro, ou para pagar uma custa processual ou que a pessoa tem um montante para receber e precisaria pagar um valor para liberar esta quantia. São golpes que estão sendo aplicados corriqueiramente”, conta Fornazari, que já foi vítima duas vezes em menos de seis meses.
O Presidente da subseção da OAB de Irati, Dr. Mário Cézar Pianaro Angelo, alerta para as medidas de proteção a serem tomadas para evitar cair neste tipo de artimanhas. “É necessário checar as informações, não confiar 100% no contato que enviou o conteúdo suspeito,se for da sua cidade, buscar falar com o escritório ou com o advogado pessoalmente, ligar no telefone do escritório, buscar você mesmo a iniciativa de fazer o contato e não manter apenas a conversa iniciada por uma fonte a qual você não tem certeza se é legítima, e ser desconfiado sempre”, conta o advogado.
“A orientação para a vítima é fazer o boletim de ocorrência e deixar o advogado ciente de que o crime está ocorrendo no nome dele, e para o advogado em questão, é importante que ele divulgue para os clientes, nas redes sociais e meios de comunicação, que este golpe tem acontecido para que as pessoas tenham conhecimento e assim possam evitar cair”, completou o presidente.
Além disso, há também o golpe do falso advogado, onde os bandidos encontram informações das vítimas na internet, em sites abertos, e utilizam as informações sobre possíveis processos que o alvo possui, procuram por mais informações sobre eles e se passam por algum funcionário do escritório de advocacia para discutir sobre o processo em questão e acabam induzindo a vítima a pagar alguma taxa relacionada ao processo.
“Sempre orientamos nossos clientes para que quando chegue uma mensagem pedindo dinheiro, para que a pessoa entre em contato ou compareça ao escritório para saber o que está realmente acontecendo, porque não pedimos dinheiro por mensagem, e quando é pedido algum valor são apenas honorários contratuais, mas nada relacionado diretamente á processos”, alerta João Ricardo.