Um novo golpe por aplicativo de mensagem está fazendo muitas vítimas, e chegou a Irati. Os bandidos clonam o WhatsApp, e se passando pela pessoa enviam mensagens aos contatos solicitando dinheiro. Em Irati, o jornalista Osmari Lopes, teve o aplicativo clonado.
Ele conta que saiu do trabalho às 10h e foi correr, até então, o celular e WhatsApp estavam funcionando normalmente. Na hora do almoço, seu filho perguntou se tinha ligado para ele, pois haviam várias ligações de Osmari. Foi aí que ele notou que o WhatsApp estava bloqueado e fora de área.
Também, um amigo da imprensa ligou perguntando o que havia acontecido, pois, em nome de Osmari, com o seu número de telefone no WhatsApp, pediu R$ 970. Diante disso, Lopes fez a divulgação na imprensa local e nas redes sociais para tentar atingir o máximo de pessoas possíveis para não caírem no golpe. Foi até a Polícia Militar e orientaram a registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia Digital.
Porém, um amigo de Osmari, que mora em outra cidade entrou em contato informando que fez a transferência e percebeu que tinha caído em um golpe. “A situação é bem crítica, as pessoas te ligando, mandando recado perguntando o que aconteceu. E depois a dor de cabeça que a gente tem de não querer dar transtornos para terceiros, querer resolver o problema”, disse.
Osmari foi até uma loja de eletrônica e fez a liberação do aplicativo, porém, não sabe como os bandidos conseguiram clonar o seu WhatsApp, o que acha é que quando baixou um aplicativo os indivíduos conseguiram os dados.
O jornalista faz um alerta para as pessoas não caírem neste golpe e informarem aos demais o mais rápido possível. “Quando perceber que aconteceu isso tome a iniciativa de divulgar da melhor forma, nas redes sociais, na imprensa, para que os teus amigos e familiares saibam o que está acontecendo. Aí passa uma tranquilidade. Este é o meu recado: que as pessoas tenham esse cuidado de passar a informação para que os outros não caiam no golpe”.
VÍTIMA
A vítima, que preferiu não ser identificada, é um dos contatos de Osmari, e por achar que o amigo precisava do dinheiro, fez a tranferência. Os bandidos solicitaram R$ 1000, mas como não tinha, transferiu R$ 300 para a conta solicitada.
Após ver a postagem de Osmari em outras redes sociais, constatou que caiu no golpe e entrou em contato com o banco que tem conta e com o banco Inter, o qual os bandidos solicitaram a transferência. A pessoa foi orientada a procurar a Polícia Civil e registrar um Boletim de Ocorrência (B.O), também poderia ser feito online e foi o que fez. Em relação ao dinheiro, o banco informou à vítima que não teria o que resolver, pois foi uma transferência TED para outro banco.
COMO FUNCIONA O GOLPE
Os bandidos agem da seguinte forma: entram em contato com todos da agenda do WhatsApp e informam que precisam de uma transferência, porém o aplicativo bancário não está funcionando, e pedem ajuda para transferir, e que mais tarde devolvem o dinheiro. Geralmente, eles enviam valores diferentes para as pessoas, e se não tiver aquela determinada quantia, dizem que pode ser qualquer uma. Eles enviam uma conta de um banco digital com todos os dados e nome da pessoa, e pedem para enviar o comprovante de depósito.
De acordo com a analista de segurança de dados, Patricia de Paula, para conseguir os números de telefones, os bandidos baixam o aplicativo em um novo celular e colocam o número da pessoa que vão aplicar o golpe, o App envia um código de verificação via SMS ou ligação e com ele é possível ter acesso a sessão do WhatsApp, e a pessoa pode ver mensagens, fotos, vídeos enviados e recebidos.
“Esse código pode ser conseguido de diversas maneiras como aplicativos na Google Store e App Store de fontes duvidosas, por exemplo, mudar WhatsApp de cor, os antivírus para o aplicativo, esses apps maliciosos, como são chamados, após instalados, têm controle total de algumas funções do seu celular, sendo assim um aplicativo pode tentar acessar o WhatsApp do aparelho e recebe o código de verificação, sem você perceber, pois o app malicioso escondeu a notificação, e com isso acontece o clone”, destaca Patricia.
A nossa reportagem recebeu uma mensagem e conversou com os bandidos via WhatsApp, e solicitaram R$ 930, informamos que não tínhamos esse valor e nos disseram que poderia ser qualquer quantia, mas que precisava para o dia em questão. Depois que recebemos todas as informações paramos a conversa, e eles insistiram perguntando se conseguimos fazer a transferência.
O QUE FAZER
A Oficial de Comunicação Social da 8ª CIPM, Thaisa Nobosny, explica que os golpes por aplicativos são comuns porque são rentáveis para os bandidos que o aplicam, pois estão em contato de pessoas próximas que têm um nível de amizade e confiança. Caso isso aconteça é importante que a pessoa procure a Delegacia de Polícia Civil para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O) e também entrar em contato com o banco para verificar o que pode ser feito.
COMO SE PREVENIR
Segundo a Oficial, uma forma de prevenção é ativar no WhatsApp a opção Confirmação em duas etapas, para fazer isso é necessário clicar em: para celulares Android: Configurações > Contas > Confirmação em duas etapas. Já nos aparelhos de IOS precisa seguir: Ajustes > Contas > Confirmação em duas etapas. Fazendo isso, o aplicativo vai solicitar uma senha que só a pessoa sabe. “A partir do momento que um individuo tentar clonar seu WhatsApp vai ser solicitado essa senha e ele não vai conseguir acessar, porque só você vai saber esses números. A prevenção é a melhor forma de evitar esses golpes”, diz Thaisa.
Também, para se prevenir, a pessoa pode solicitar uma chamada em vídeo, ou em voz pelo aplicativo, até um áudio, para reconhecer a voz da pessoa.