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Irati PR, 01:24, 17°C

Em Irati, a expectativa é de que sejam colhidas mais de 300 toneladas do fruto nesta safra
Foto: Secom

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A florada dos pessegueiros, que iniciou em 15 de julho e vai até 10 de setembro, cobre de beleza e esplendor os pomares das propriedades dos fruticultores iratienses nesta época do ano. O nascimento das flores representa que a época da colheita está se aproximando. Em Irati, a expectativa é de que sejam colhidas mais de 300 toneladas do fruto nesta safra.
O engenheiro agrônomo, Antônio Sidnei Martins, da Secretaria de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, ressalta que o grande número de dias frios, neste ano, contribuiu para que as plantas tivessem bom florescimento, o que resulta em uma boa brotação e produção, e pode trazer boa qualidade para as frutas. Apesar disso, algumas variedades de ciclo médio, como a chimarrita e fascínio, tiveram problemas na parte inferior das plantas por conta do frio. Entretanto, isto não deve causar nenhum prejuízo para os fruticultores.
“Algumas gemas morreram em virtude do excesso de frio, mas, para a maioria das variedades e para a parte de cima das plantas, a quantidade de frio foi suficiente e, com isto, esta variedade que tem dificuldade de ter uma boa florada aqui na nossa região, o chiripá, está com uma florada excelente”, comentou.


Martins recomenda que os produtores façam o tratamento das plantas com os produtos indicados por profissionais da agronomia e que façam o manejo de forma correta para que a produção seja mantida e as frutas tenham um bom desenvolvimento. “No caso, no manejo, depois da poda, vem o raleio, que para algumas variedades vai ser mais forte e para outras mais fraco, retirando mais ou menos frutos, além dos tratamentos preventivos para a cultura”, comentou.
Incentivo aos produtores
O secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, Raimundo Gnatkowski, destaca que a pasta distribuiu, neste ano, sete mil mudas de pessegueiro para novos produtores e aqueles que já estão há mais tempo na atividade, com o objetivo de melhorar a produtividade dos pomares. “Com certeza, o agricultor, que espera sempre o final do ano para a colheita do pêssego e ganhar um pouco mais, verá isto se tornar realidade neste ano”, pontuou.
Gnatkowski ressalta que todos os anos boa parte da safra de pêssegos de Irati é comercializada para outros municípios e estados. “As pessoas estão vindo buscar esta fruta, já que Irati está se tornando uma referência na produção de pêssego, e de ano a ano, o preço tem compensado e o agricultor tem se motivado para a venda”, frisou.
O produtor Natalino Mascarello, que atua há vários anos com a fruticultura e cultiva as variedades de pêssego charme, chimarrita, PS, fascínio, della nona e chiripá, comenta que a florada neste ano está diferenciada, o que dá uma expectativa de boa produção, caso não haja mais nenhum dia de frio intenso. “Este ano, que tivemos muito frio, houve uma florada muito linda. Não teve nenhum ano com uma florada como esta, tem muita flor embaixo e em cima dos pés de pêssego. Esperamos que isto possa produzir, se Deus quiser, se não vier frio mais adiante”, frisou.
No ano passado, a produção de pêssegos na propriedade de Natalino ficou entre duas e três toneladas do fruto, o que resultou em prejuízo para o produtor. Ele espera que isto não ocorra novamente nesta safra. “Poderia ter dado mais de 15 mil quilos, mas a última geada que deu no ano passado, acabou com, praticamente, tudo, sobrando pouca coisa. Esperamos que neste ano não aconteça de novo”, contou.
O produtor relatou que, nesta safra, as variedades mais precoces tiveram perdas nas semanas de frio mais intenso registradas no inverno, nas quais a temperatura ficou negativa. Apesar disso, Natalino acredita que a produção será suficiente para cobrir os custos e gerar renda para sua família e para a de um trabalhador que cuida da propriedade.
Além da qualidade dos frutos e da quantidade da produção, há uma expectativa dos produtores a respeito do preço. Natalino espera que o valor pago sirva para compensar o trabalho dos produtores ao longo do ano. “Que possamos vender bem e fazer uma média boa para compensarmos o trabalho do ano inteiro”. O produtor espera que tenha bons resultados.

Feira do Pêssego


Neste ano, mais uma vez, Irati não terá a tradicional Festa do Pêssego, a exemplo do que ocorreu em 2020, por conta da pandemia de Covid-19. Entretanto, em dezembro, mês em que se dá o pico da safra, será realizada mais uma edição da Feira do Pêssego, que passa por diversos locais da cidade, como a Feira do Produtor, o Parque Aquático e o Parque da Vila São João. Segundo o secretário, a forma de realização do evento ainda está sendo estudada. “Por que não fazermos em forma de rodízio, uma semana em um ponto e outra semana em outro, levando isto como oportunidade de comercialização para os produtores e de oferta do produto para os nossos consumidores?”, questionou.


Fruticultura em pleno crescimento


Atualmente, Irati tem cerca de 30 produtores de pêssego. Além disso, a quantidade de produtores de ameixa e de morango também vem crescendo a cada dia, o que possibilita a projeção da instalação de agroindústrias nas comunidades do interior. “Desta forma, começamos a pensar em agroindústria, pois começamos a ter matéria-prima. É claro que, além disso, virão outras frutas extrativistas, mas o pêssego também entra nesta cadeia produtiva da agroindústria”, pontuou Raimundo.
O secretário citou o exemplo da família Cosmos, do Pinho de Baixo, que produz vinho artesanal em sua própria agroindústria, cujo registro junto ao Ministério da Agricultura, saiu no final de 2020. Ele acredita que este é um impulso para que o poder público possa incentivar novos agricultores a produzir uva.

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