Dr. Bruno Leonardo Alencar – Otorrinolaringologista – CRM 18299 RDE 13511
Muitas pessoas ainda têm receio de tomar antialérgicos por medo de sentirem sono durante o dia ou mesmo terem a sua concentração afetada. Já nas crianças, a preocupação gira em torno do impacto negativo no desempenho escolar das crianças. Com isso, acabam convivendo com sintomas desagradáveis de alergia respiratória ou mesmo com a urticária. Sendo assim, que tal entender mais sobre os antialérgicos, inclusive aqueles que não dão sono?
Para entender melhor, os antialérgicos que podem provocar sono e outros efeitos colaterais eram aqueles de primeira geração, lançados a partir da década de 1940. Com o tempo, novas pesquisas foram sendo desenvolvidas, até que se chegou aos antialérgicos de segunda geração. Os novos antialérgicos não causam sono como efeito adverso e, por isso, não impactam negativamente nas atividades diárias.
Antialérgicos são todos iguais
Mito. Há antialérgicos de primeira e segunda geração. Os medicamentos antigos, conhecidos como os de primeira geração, conseguem penetrar a barreira hematoencefálica, estrutura que protege o Sistema Nervoso Central, e podem gerar maiores efeitos colaterais. Já no caso dos anti-histamínicos de segunda geração, os efeitos colaterais são reduzidos, pois não há passagem pela barreira hematoencefálica.
Provocam sono
Nem todos. Os antialérgicos mais antigos, de primeira geração, podem sim causar sonolência, fadiga e outros efeitos colaterais. Porém, os antialérgicos mais modernos, não provocam sono e não interferem na atenção ou na concentração.
Dose errada pode ser perigosa
Verdade. É preciso respeitar a dose diária prescrita ou indicada na bula do medicamento, já que ultrapassar a dosagem pode acarretar efeitos colaterais. No caso dos anti-histamínicos de primeira geração, a superdosagem pode trazer eventos adversos importantes.
Aliviam espirros, coriza e outros sintomas
Verdade.Os antialérgicos reduzem ou eliminam os sintomas desagradáveis da alergia, como espirros, coriza, nariz entupido e coceira nos olhos. Porém, quando a ação do medicamento termina e a pessoa continua em contato com a substância alergênica, os sintomas incômodos podem aparecer novamente.
Anti-histamínicos de primeira geração
Os anti-histamínicos orais de primeira geração conseguem entrar facilmente no cérebro e afetar o sistema nervoso central (SNC) e podem ter propriedades sedativas. Ou seja, podem prejudicar as funções cognitivas e motoras e causar sono.
Outros possíveis efeitos colaterais dos anti-histamínicos de primeira geração incluem:
- má qualidade do sono;
- boca seca;
- tontura;
- pressão arterial baixa.
Embora vários deles ainda estejam disponíveis, alguns profissionais de saúde podem não os recomendar se houver uma versão mais recente disponível
Anti-histamínicos de segunda geração
Os anti-histamínicos de segunda geração não têm propriedades sedativas. De acordo com informações científicas, eles têm menos probabilidade de atravessar a barreira sangue-cérebro, portanto não têm efeitos tão significativos no SNC como os de primeira geração.