Sthefany Brandalise
No mês de março, os alunos do 2º de Letras Português da Unicentro, campus de Irati, realizaram o projeto de Extensão sobre Práticas de Literatura e Cultura Eslava – II Edição, em algumas escolas de Irati. O objetivo do projeto é apresentar para os alunos autores de descendência ucraniana e polonesa, que são aqui do Paraná.
O projeto está vinculado ao Programa de Extensão do Núcleo de Estudos Eslavos (NEES), que vem desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão desde 2011 na região de abrangência da UNICENTRO.
O Curso de Letras Português prevê atividades de extensão no seu currículo, e essa disciplina abre possibilidades de diálogo com a comunidade local possibilitando aos estudantes experiências de extensão por meio de práticas de Leituras de temática eslava ou de escritores descendentes de poloneses e ucranianos. Nesta edição, os estudantes foram protagonistas de três importantes ações: em 8 de março no Ceebja, em 17 de março no Itapará e em 31 de março na Biblioteca da Unicentro.
A coordenadora do NEES e do projeto, Professora Drª Mariléia Gartner, comenta sobre a importância do projeto.“A extensão universitária é um dos caminhos para desenvolver uma formação acadêmica completa, que integra teoria e prática num processo interativo com a sociedade, de forma que possibilita uma troca de saberes entre ambos, ao mesmo tempo que promove a socialização e construção de novos conhecimentos. As três atividades desenvolvidas cumpriram esse papel num processo interativo com três comunidades eslavas de Irati”, disse.
LEMINSKI: LITERATURA E MEMÓRIA
O grupo formado por Andrey Kaminski Amazonas, Saulo Semann e Noema Saionara Massens apresentaram o autor Paulo Leminski para os alunos do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) de Irati. A proposta do grupo foi fazer a apresentação do escritor com alguns elementos biográficos e textos das obras, incentivando a participação dos estudantes por meio da exposição e declamação de textos.
A atividade aplicada possibilita a aproximação com autores paranaenses e com a cultura local, que é marcada pela imigração eslava.
Para o grupo, um dos objetivos principais do projeto é aproximar a universidade das escolas. “Queremos mostrar que a Unicentro está presente e incentivando essa troca fantástica de informações e de conhecimentos entre a comunidade, as outras escolas e a universidade”, comenta Saulo.
“Nós ficamos emocionados com essa participação, com a declaração dos alunos quando faziam a sua declamação e colocavam para fora o sentimento deles. Isso para nós foi o mais importante”, acrescenta Noema.
Vanessa Cristina, diretora do Ceebja, conta que todos ficaram muito contentes com a participação dos alunos da Unicentro. “Fiquei muito feliz em recebê-los e com certeza vai ser de grande valor para a educação da nossa escola, isso vai aprimorar os conhecimentos e abrir caminhos para os alunos”, disse.
Geraldo Luis, um dos alunos do Ceebja, disse que ficou muito orgulhoso de si mesmo e dos colegas. “Eu me senti honrado em poder ler junto com os colegas, e acho que tem que ser feito mais vezes essas apresentações, para que cada pessoa tenha o prazer de se expressar na frente de outros. É um orgulho participar e poder ler”, finaliza.
A ESLAVA KOLODY EM ITAPARÁ
O segundo grupo, formado pelas alunas Camile Fedaracz, Thawanam M. Szymanski e Sthefany Brandalise apresentaram para os alunos do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual do Campo Padre Pedro Baltzardo Itapará, a autora Helena Kolody. De forma lúdica, as alunas apresentaram para a turma um filme sobre a autora, sua biografia e algumas poesias.
Durante a aula, os alunos se identificaram com a autora, pois Helena tem descendência ucraniana, assim como a maioria da turma. A localidade de Itapará foi escolhida para realizar a proposta considerando a forte concentração da cultura ucraniana. Mostrar aos alunos um renomado nome eslavo, como o de Helena Kolody, repercutiu em sala e os aproximou da Literatura.
Um dos objetivos do grupo foi reforçar a cultura ucraniana na turma. “Nós achamos super importante trazer esse projeto para reforçar a cultura e manter essa tradição. Eu nunca estudei uma autora eslava na escola, e, por isso, é importante trazer temas para eles, assim vão se sentir ainda mais presentes em sua cultura, e tenham orgulho de sua descendência”, comenta Camile.
O professor de português da turma, Sergio de Andrade, comenta sobre a relevância de trabalhar com a autora. “Trabalhos como esses são de extrema importância, pois ajudam os alunos a entender um pouco mais sobre a sua cultura, visto que aqui a grande maioria é ucraniana e polonesa. Em relação à questão da literatura. Sabemos que Helena Kolody é um marco e o projeto de hoje realça ainda mais sua importância, porque muitas vezes os alunos não têm o conhecimento da grandeza que é essa autora”, disse.
Os alunos Luis Gabriel Rodrigues e Gabriel Felipe Carraro contam que gostaram do projeto, pois foi uma maneira diferente de aprender sobre a autora. “Foi uma aula descontraída, onde aprendemos mais sobre a nossa cultura e sobre a Helena Kolody, que é uma escritora muito famosa”, comenta Luis Gabriel.
LETICIA WIERZCHOWSK
O terceiro grupo, formado por Ana Flávia Martins, Camila Alexander e Letycia Alexander desenvolveram, na biblioteca da Unicentro, com alunos do 8° e 9° ano do Colégio Estadual Trajano Gracia, a leitura da obra “Cristal Polonês” de Leticia Wierzchowski.
O objetivo do trabalho era identificar a presença dos costumes eslavos em suas rotinas e refletir a respeito deles. A turma foi escolhida porque, em sua maioria, são descendentes de eslavos ou estão inseridos de algum modo na cultura eslava.
O grupo buscou levar elementos do livro para os alunos, para que eles pudessem viver experiências diferentes. “Os alunos vieram até a biblioteca, e nós garantimos que eles experimentassem algumas coisas, como subir de elevador e tomar coca-cola. E aí foi apresentado o livro, foram lidos alguns trechos, e depois foi discutido com eles a relação da história com a vida deles e fatos cotidiano”, comenta Camila.
Um dos objetivos também foi fazer com que os alunos identificassem coisas da história e que acontecem em suas vidas. “A partir do momento que você vai falando sobre algumas coisas que estão ligadas com a cultura eslava os alunos vão se identificando. Depois de ler a história, nós questionamos as crianças, e elas também perceberam que algumas coisas do livro acontecem com elas e nas famílias. É muito importante fazer essa relação e poder identificar esses elementos”, finaliza Ana.