Dr. Bruno Leonardo Alencar – Otorrinolaringologista – CRM 18299 RDE 13511
Entender os gatilhos por trás das crises de alergia em crianças é fundamental para saber como proteger os pequenos. Ter conhecimento sobre como ajudar uma criança com alergia evita sofrimento e situações desafiadoras. Para começar, é importante destacar que existem quatro tipos frequentes de alergias: alimentar, de pele, respiratória e alergia à picada de insetos. Cada um deles provoca sintomas diferentes e tem formas de prevenção diferentes.
- Alergia respiratória
Um tipo comum de alergia em crianças é a alergia respiratória. Exemplos bastante conhecidos são a asma e a rinite alérgica em crianças. Entre os sintomas mais frequentes da rinite alérgica, podem ser citados coceira no nariz, olhos ou garganta, crises de espirro, coriza e obstrução nasal. As crises de alergias respiratórias são desencadeadas pela inalação de alérgenos, como contato com mofo, ácaros e pólen. Além disso, a exposição à fumaça do cigarro, fumaça emitida por fogões a lenha, pelos de cães e gatos e quadros de infecções virais são listados como alguns dos principais gatilhos em crianças.
Para evitar os incômodos causados, é importante que a criança receba um diagnóstico preciso e tenha acompanhamento médico. O objetivo do tratamento com as medicações adequadas é controlar os sintomas que podem comprometer a qualidade de vida.
- Alergia de pele
A alergia na pele em crianças é aquela que se manifesta por meio de sintomas que afetam a pele. Dois exemplos principais são a dermatite atópica, que causa coceira e deixa a pele seca, e a urticária, que provoca inchaço e caroços ou placas vermelhas que coçam muito na pele.
Nas crianças com urticária, os gatilhos mais comuns são infecções, uso de medicações e alguns tipos de alimentos. Um estudo também apontou que há uma relação entre o aparecimento de sintomas da urticária e mudanças no clima, exposição ao calor e ao frio e estresse. Já os gatilhos mais frequentes para dermatite atópica são suor excessivo, contato com calor, ansiedade e infecções.
Portanto, para evitar alergia na pele em crianças, é preciso evitar que o pequeno saia de um ambiente muito frio para um local muito quente e vice-versa. Quanto ao suor e ao calor, não há muito o que fazer: crianças gostam de brincar e correr e, eventualmente, vão acabar suando. Por isso, tenha sempre água e uma toalhinha em mãos para secá-las.
- Alergia à picada de insetos
Outro tipo comum de alergia em crianças é a alergia à picada de insetos, especialmente no Brasil, por causa do clima tropical, quente e úmido. Qualquer tipo de inseto que pica pode provocar reações alérgicas e isso vale para os mosquitos, pulgas e carrapatos, por exemplo. O motivo por trás da alergia é a hipersensibilidade a antígenos presentes na saliva desses bichinhos, que pode causar vermelhidão, lesões em forma de vesículas e bolhas, além de coceira.
Este tipo de alergia é mais comum nos meses de verão, então, é importante desconfiar se aparecerem sintomas parecidos nessa época do ano. Por mais difícil que seja, a criança deve ser orientada a não se coçar. Cortar suas unhas pode ajudar a evitar mais lesões e infecções bacterianas secundárias.
O uso de roupas compridas serve como barreira física contra os insetos e evita as temidas picadas. O mesmo vale para telas nas janelas e portas e mosquiteiros ao redor de camas e berços, especialmente no nascer e no pôr do sol.
- Alergia alimentar em criança
De acordo com um estudo, alergias alimentares podem afetar até 6% das crianças em idade escolar, especialmente as mais novas. Reações alérgicas, segundo a pesquisa, costumam acontecer pelo menos uma vez a cada dois anos durante o período escolar. Entre os sintomas mais comuns estão reações na pele, como erupções cutâneas e inchaço, incômodos respiratórios, como tosse e chiado, e problemas gastrointestinais, como vômitos, náuseas e diarreia.
Entre os alimentos, os gatilhos mais frequentes para alergia em crianças são leite e derivados, amendoim, ovo, castanha, soja, trigo, alho, peixes e frutos do mar. A melhor forma de evitar uma nova reação alérgica é identificar se a criança ingeriu algum alimento logo antes de apresentar os sintomas. A partir daí, conforme orientação médica, será necessário evitar que a criança consuma o alimento causador da alergia.
Evitar o gatilho é fundamental para evitar a crise alérgica
Agora que você já conhece os principais tipos de alergias, lembre-se que é essencial procurar ajuda médica assim que a criança apresentar algum sintoma de alergia. Feito isso e recebido o diagnóstico adequado, será hora de fazer mudanças na rotina para ajudá-la a evitar os gatilhos que levam às crises alérgicas. Como diria o ditado, é melhor prevenir do que remediar!