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A história é apresentada em língua de sinais de forma poética e visual, sem a necessidade de intérprete para ouvintes
Peça de teatro “Surdo, logo existo” Foto: Giuliano Robert

Agencia Brasil

A peça de teatro “Surdo, logo existo” estará em cartaz todos os finais de semana de fevereiro no auditório Glauco Flores de Sá Brito (Miniauditório) do Centro Cultural Teatro Guaíra. Uma sátira ao sistema operante dos ouvintes, o espetáculo reflete sobre “o mito de Milão”, inverte o mundo surdo e ouvinte e, de forma sucinta, retrata os mais de 120 anos da história de opressão sofrida pelas comunidades surdas. 

A história é apresentada em língua de sinais de forma poética e visual, sem a necessidade de intérprete para ouvintes. As sessões são gratuitas e contam com audiodescrição e guia-intérpretes para surdocegos em alguns dias.

Pessoas surdas já foram proibidas de utilizar suas línguas de sinais, com imposição da filosofia oralista e da fala forçada. “Surdo, logo existo” narra pontos históricos da proibição da língua de sinais pelo Congresso Mundial de Professores de Alunos Surdos, em Milão, em 1880, e a tomada do corpo surdo como anormal e objeto da ciência moderna. 

O espetáculo é composto por esquetes que apresentam diversas cenas do cotidiano das pessoas surdas, apresentando aspectos do histórico de opressão da comunidade surda e os diferentes desafios numa textualidade corporal e visual. A falta de comunicação com a família, a aquisição tardia da língua materna, a imposição arbitrária da prática fonoaudiológica e da oralização na infância, a falta de informação na mídia e em quase todos os espaços públicos e privados são experiências que atravessam os corpos das atrizes e atores surdos que compõe o elenco.

A produção é assinada pela Fluindo Libras, produtora cultural surda e estúdio de tradução artística em Libras. A Fluindo é um coletivo sinalizante que atua, enquanto comunidade surda, na promoção da arte surda protagonizada por surdos, assim como na tradução artística em Libras enquanto experiência estética e cultural.

O espetáculo tem Gabriela Grigolom, surda, poeta e atriz como dramaturga e diretora. O trabalho é desenvolvido em parceria com Jonatas Medeiros, tradutor, roteirista, pesquisador e produtor cultural. O elenco é composto somente por artistas surdos, que começaram a desenvolver o projeto em 2019 em uma primeira montagem na Casa 603, ponto de encontro da arte surda e sinalizada de Curitiba. Desde então, o grupo vem realizando diferentes ações artísticas surdas em Curitiba.

Serviço:

Apresentação: 03 a 25 de fevereiro

Sábados: 3, 10, 17 e 24 de fevereiro, às 16h, 18h e 20h

Domingos: 4, 11, 18 e 25 de fevereiro, às 16h e 18h

*Sessão com audiodescrição: 24 e 25 de fevereiro

**Sessão com guia-intérpretes para surdocegos: 10, 17 e 24

Local: auditório Glauco Flores de Sá Brito (Miniauditório) – Entrada: Rua Amintas de Barros, 70

Tempo de duração do espetáculo: 60 minutos

Classificação: 10 anos

Entrada gratuita

Ingressos: Reserva pela Fluindo Libras – WhatsApp (41) 98903-6987

*Retirada de reservas até 30min antes da peça

**Ingressos ociosos são liberados 20min antes da peça.

***Entrada grátis com contribuição voluntária ao final da peça

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