Nelsi Antonia Pabis – professora do Departamento de Pedagogia da UNICENTRO-Irati, Presidente do Núcleo da BRASPOL de Irati
O dia 3 de maio é uma data especial para os poloneses. Neste dia, em 1791, foi promulgada a Constituição Polonesa, marcada positivamente por elementos de conteúdo progressista, o que representa, acima de tudo, a sua liberdade. Como escreveu Lourenço Prunes em 1939, era um foco de luz erguido em Varsóvia, entre o obscurantismo czarista e a truculência prussiana.
Foi a primeira Constituição na Europa e a segunda no mundo, depois da constituição dos Estados Unidos. Apresentou inovações frente o contexto crítico que vivenciava desde o século XVII, com uma história de enfraquecimento. Como consta no Guia pela história da Polônia, foi uma tentativa original de introdução de modernas formas institucionais, combinando democracia da nobreza com um forte governo central e monarquia hereditária. A constituição dava direitos aos citadinos e colocava os camponeses sob a proteção do Estado.
Com crises econômicas e guerras, passou a ser um Estado em decadência, recebendo influência principalmente da Rússia. De acordo com Schilling, coube ao rei Estanislau Augusto II Poniatowski (reinou entre 1764 a 1795), ainda que tido como títere dos russos, influenciado pelas ideias do iluminismo buscar uma alternativa à situação de angústia, debilidade e atraso em que a sua nação se encontrava, espremida entre a Prússia, a Áustria e a poderosa Moscóvia.
Contando com a simpatia da czarina Catarina II da Rússia, uma déspota esclarecida, de quem fora um dos favoritos, o monarca liderou uma reforma política a partir de 1768, desencadeou um programa progressista que culminou na aprovação da Constituição de 3 de maio de 1791, a qual, influenciada pelos filósofos franceses, ousou até abolir a servidão.
Diante das dificuldades, com a influência das potências estrangeiras como a Rússia, as pressões internas e a necessidade de adesão de Poniatowski a um novo pacto, a Constituição não pode ser implementada na prática para além de poucos meses, mas ficou marcada como a segunda mais antiga constituição nacional do mundo, pelo fato de ser muito progressista assumindo uma maior importância simbólica que prática. Como colocado por Rhuan Trindade, o dia 3 de maio se tornou uma espécie de “data polonesa”, a qual rememorava ideais de liberdade e marcavam a identidade dos poloneses, tanto aquela que se constituía na Europa, como também, a trazida pelos muitos imigrantes que adentraram as terras brasileiras. A data continua nominando associações, grupos e se tornou motivo de comemoração anual, não apenas entre os poloneses, mas também entre todos aqueles que reconheciam a Polônia enquanto nação.
Por ocasião do Dia da Constituição Polonesa, 3 de maio, o Núcleo da BRASPOL de Irati, deseja a todos os poloneses saúde, paz, força de espírito e parabeniza pelo patriotismo que os salvou do desaparecimento do mapa da Europa.