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Irati PR, 03:21, 15°C

Evento abordou diversas temáticas, incluindo as inovações tecnológicas no ensino, o uso de realidade aumentada e outras tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA)
Foto: Unicentro/Divulgação

Por Wyllian Correa – Unicentro

Há duas décadas, o Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) conquistou um curso próprio de Geografia. Essa história de avanços e contribuições para a área foi celebrada durante a XVIII Semana de Geografia de Irati – GeoVinte, que reuniu na última semana acadêmicos, professores e egressos.

Primeiro professor “da casa”, Luiz Carlos Basso conta que, no início dos anos 2000, Irati recebeu primeiramente uma extensão do curso de Guarapuava. “A proposta era uma turma. Ofertar quatro anos e encerrar. E no terceiro ano veio a cobrança, porque o curso ia acabar aqui. Daí nós conversamos e vimos a necessidade de lutar, de deixar de ser extensão e criar uma nova graduação. E assim aconteceu”, relata.



Ele lembra ainda das dificuldades para formar o corpo docente do departamento, antes do primeiro teste que selecionou mais três professores colaboradores, e anos antes do primeiro concurso público. “Na época só eu era do curso de Geografia aqui de Irati. O restante dos professores vinham todos de Guarapuava. Nós começamos a batalhar para ver se tinha algum professor de lá que queria migrar para cá. Então tivemos a oportunidade de ter a professora Wanda [Terezinha Pacheco dos Santos], que veio para ficar um tempo, para nos auxiliar. E continua até agora”, comenta.

Para o futuro, Basso tem um desejo principal. “Que o curso de Geografia cresça. Porque a gente sempre fala que a licenciatura, que o professor é o futuro. E acreditamos que a profissão de educador precisa ser mais valorizada em todos os aspectos”, enfatiza.

Inovações tecnológicas no ensino

Além da história do curso, a XVIII Semana de Geografia de Irati destacou as inovações tecnológicas no ensino, incluindo o uso de realidade aumentada e outras tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA). Para falar sobre isso, no dia 13, foram convidados os professores Mauricio Zadra Pacheco e Albino Szesz Junior, ambos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Para Albino, o maior desafio é entender que ferramentas como a inteligência artificial não substituem o professor, mas que na verdade elas ampliam a sua capacidade de trabalhar.

“Eu falo muito da extensão cognitiva e a IA vem como uma ferramenta para ajudar a estender a nossa capacidade de pensar, de chegar em outros lugares. A gente tem que aprender a mexer com isso, não tem como fugir mais, mas ver como uma aliada”. Por outro lado, o professor também reforça a necessidade de se atentar ao sentido ético do uso dessas tecnologias. “Porque está tudo acontecendo e a gente não está pensando de onde vem esses dados, o que a gente está perdendo na hora que a aceita usar isso, então tem que aprender a usar, mas tem que ter também esse senso crítico para usar da melhor maneira possível”, afirma.

Na mesma linha, Mauricio pontua que a palavra-chave é auxílio, como no caso da realidade virtual, que já vem sendo utilizada nas mais diversas áreas, mas que, segundo ele, ainda está dando os primeiros passos. “As pessoas ainda acreditam que ela tem um custo muito alto, mas hoje a tecnologia de realidade virtual está muito mais acessível. [Por exemplo, no ensino da Geografia] ela permite a imersão de quem está utilizando em ambientes que muitas vezes poderiam ser inacessíveis para essas pessoas. Você traz o mundo mais perto de uma maneira muito mais imersiva, como um ferramenta de auxílio para esse propósito”, enfatiza.


Integração dos projetos desenvolvidos no curso

Como explica a coordenadora da Semana, professora Juliana Thaisa Rodrigues Pacheco, o evento busca oferecer espaços de diálogo sobre os projetos de pesquisa, ensino e extensão desenvolvidos nos cursos de graduação e pós-graduação da Unicentro.

“O objetivo central é proporcionar um diálogo entre a teoria e as experiências que os alunos estão desenvolvendo. A gente teve diversos trabalhos publicados nesta edição, sendo 15 da pós e 15 dos nossos acadêmicos da graduação”, detalha.

Os projetos foram apresentados na terça-feira (12), em sessões presenciais e virtuais. No mesmo dia, também foi promovida a roda de conversa “Curricularização da Extensão no Curso de Licenciatura em Geografia – Avanços e Desafios”, organizada por Fernanda Keiko Ikuta e Marcelo Barreto, docentes do curso.

Antes disso, na segunda-feira (11), Pablo Jonathan Prado e Luciane Wynnek dos Santos abriram a semana com palestras sobre “As percepções dos professores na construção dos currículos escolares do IFPR” e “Cultura escolar e conteúdos geográficos”, respectivamente.


Minicursos acontecem no dia 27 de novembro

Ainda como parte da programação do GeoVinte, os acadêmicos podem participar de três minicursos, que ainda estão com inscrições abertas pela página da Semana até o dia 27 de novembro.

“O objetivo é tentar fazer com que os alunos aprendam na prática algo para se desenvolver, que é a utilização dos drones, da realidade ampliada e de linguagens generativas, unindo então a educação com a tecnologia”, complementa a coordenadora.
 

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