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Além de ganhar diversos prêmios regionais e nacionais, ela também conquistou a colocação de Atleta Destaque do Ano da Secretaria de Esportes de Irati em 2024
Atleta iniciou em 2021 e já acumula títulos em diferentes confederações e modalidades. Foto: Leticia Pabis

Leticia H. Pabis

Entre treinos diários, provas nacionais e etapas regionais, a carreira de Vanessa Castro no tiro esportivo vem sendo marcada por conquistas expressivas desde 2021. Moradora de Irati desde 2020, a atleta encontrou no período da pandemia a oportunidade de conhecer o esporte, quando visitou com o marido um clube de tiro ao ar livre. A partir de um primeiro treino, que lhe surpreendeu pela precisão, iniciou o curso básico exigido para ingressar na prática, obteve o Certificado de Registro (CR) junto ao Exército e passou a competir em provas internas de silhueta metálica.

O ano de 2022 marcou a estreia em competições nacionais. Em Curitiba, na última etapa do Campeonato Nacional Pro-armas, conquistou o primeiro lugar na categoria Damas e a oitava colocação geral. O resultado abriu caminho para o calendário de 2023, quando participou de todas as etapas da Liga Nacional de Atiradores Desportivos, encerrando a temporada como vice-campeã brasileira de carabina calibre .22, mira aberta, a 25 metros.

Vanessa relata que para praticar o tiro esportivo é obrigatório obter CR, emitido pelo Exército. Esse documento autoriza o atleta a ter a posse da arma, frequentar clubes e participar de competições. O processo inclui curso básico, prova escrita, prova prática e avaliação psicológica. Ela também descreve os treinamentos a seco (sem disparo, apenas simulando movimentos de mira) e os treinos no clube, destacando que a rotina exige disciplina, preparo físico e mental, além de estudo dos regulamentos de cada prova. “Eu tento fazer outras atividades pra complementar também a técnica. Faço musculação, yoga e mindfulness, porque 70% ou 80% do tiro esportivo é mente. É foco, concentração”, explica.

Em 2024, somou títulos em diferentes entidades. Pela Confederação Brasileira de Tiro Tático, se tornou campeã brasileira na prova de precisão a 50 metros e vice-campeã nos 25 metros. Já pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, alcançou a 5ª colocação nacional na distância de 50 metros e a 7ª nos 25 metros. Em 2025, passou a representar o Clube Santa Mônica de Curitiba no Campeonato Brasileiro Interclubes e iniciou a prática da modalidade olímpica de pistola de ar.

Além da disciplina física e mental, a atleta enfrenta desafios relacionados aos custos do esporte, que incluem munição, manutenção dos equipamentos e deslocamentos para diferentes estados. Em 2024, conquistou a Bolsa Atleta oferecida pela Secretaria de Esportes de Irati, auxílio que ajuda a manter a preparação. “É importante porque ajuda o atleta. A gente precisa desse apoio, precisa de mais apoio das empresas e da comunidade, porque é custoso pro atleta. Também faço parte da Associação Desportiva e Paradesportiva Irati, que inclui oito modalidades, como bocha, tênis de mesa, basquete, e neste ano entrou o Tiro Esportivo, que eu estou representando. Então é muito legal ter esse apoio, essa representação”, afirma.

O calendário atual mantém a atleta em competições regionais, nacionais e também na modalidade olímpica. Entre os compromissos de 2025, estão etapas da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, provas pela Liga Nacional e o Campeonato Sul-Brasileiro, em Caxias do Sul, para o qual foi participar na quarta-feira (01).

Para levar a arma até um campeonato fora de Irati, Vanessa explicou que precisa solicitar a Guia de Tráfego (GT) junto à Polícia Federal. O documento só é liberado mediante apresentação da inscrição no evento, documentos pessoais, CR e registro da arma. A guia determina as datas e o trajeto autorizados para transportar o equipamento.

“Eu não posso viajar com ela, a não ser quando eu emito o guia de tráfico, que é a GT. Então, para eu ir para Caxias do Sul, que é esse campeonato, eu entro em contato com a Polícia Federal e aí eu emito a GT. Envio minha inscrição, todos os meus documentos, meu CR e falo que preciso trafegar com essa arma até Caxias do Sul. Aí ele me dá um período onde eu posso estar saindo da minha casa ou do clube de tiro até o clube de Caxias do Sul, naquelas datas específicas, portando aquela arma. Então é tudo muito certinho, muito rigorosamente controlado”, explicou. Ela acrescentou: “É bastante burocracia? Bastante, mas precisa, porque é uma segurança, pra nós e para outras pessoas”

Sobre o Campeonato Sul-Brasileiro, que é um dos passos para participar da etapa Nacional, Vanessa destaca que “agora é focar ali também pra gente conseguir bons resultados e trazer essas medalhas pra Irati”. Além de competir com a carabina .22, Vanessa também pratica a modalidade Olímpica de Pistola de Ar 10 metros. Segundo ela, vencer as etapas nacionais das competições é o caminho para seguir para o mundial, e, se for incluída no pódio, poder se tornar atleta Olímpica. “Não existe uma atleta que não fale assim ‘ah, não almejo ir para as Olimpíadas’. É claro que o caminho é longo até lá, a gente precisa passar por várias etapas, e é claro, sempre trabalhando, acreditando, tendo fé e fazendo o que é preciso, treinando bastante”, finalizou

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