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Renato diz que foram anos de dedicação, trabalho e experimentação
Letícia Akemi / Tribuna do Paraná

Miniárvores frutíferas ou que remetem às paisagens orientais. Muito comuns, estas não são os únicos exemplares que caracterizam a arte milenar do cultivo de bonsais. Pelo menos não para o bonsaísta Renato Hoenig, que realizou o que parecia impossível para os amantes da técnica e mantém no jardim um bonsai de araucária, árvore típica de Curitiba e da região Sul do país.

“Fazer um bonsai de araucária é algo que vem à cabeça de todos os bonsaístas do sul, pois, além de ser nativa, é uma árvore muito bonita. Mas isso até então era considerado impossível, pois muitos tentaram e não conseguiram”, conta orgulhoso, garantindo ter no seu exemplar o único da espécie de que se tem notícia.

Para chegar a este resultado, Renato diz que foram anos de dedicação, trabalho e experimentação até que ele encontrasse o ‘jeito certo’ de fazer a poda para que a árvore, que tem quase 24 anos, tomasse forma. “A gente tem que aprender com a árvore, pois ela é quem vai dizer como se comporta. Ela ainda está em desenvolvimento e a cada ano fica mais bonita”, acrescenta.

Autodidata

Seu Renato não tem ascendência oriental nem trabalhava com jardinagem ou paisagismo quando começou a se aventurar no mundo dos bonsais. A paixão pelas árvores em miniatura surgiu quase que por acaso quando assistiu pela TV à uma reportagem sobre a vinda do imperador do Japão, Akihito, a Curitiba, ocasião na qual o nobre visitou uma chácara japonesa na qual haviam alguns exemplares de bonsais.

“Foi ali que eu vi o bonsai pela primeira vez e pensei: ‘tenho que começar esta arte’. Aprendi sozinho, fui autodidata”, lembra. Depois disso, a participação em concursos e associações de bonsaístas contribuíram para que ele refinasse sua técnica e passasse não apenas a cultivar as árvores, mas também a fabricar em cimento as pedras que dão base ou formam as paisagens de alguns exemplares.

No caso da araucária, a árvore está plantada no vaso diretamente sobre a terra, como se estivesse na natureza. Com 95 cm de altura, ela não produz pinhas, devido às podas frequentes, mas tem galhos e copa iguais aos de suas irmãs (que medem cerca de 25 m de altura quando adultas), o que faz com que frequentemente receba propostas de interessados em levá-la para casa. “Já me ofereceram R$ 10 mil, R$ 25 mil pelo bonsai de araucária. Mas eu não vendo”, garante seu Renato.

Portas abertas

Quem quiser conhecer a planta de perto, no entanto, tem as portas abertas. O bonsai fica em exposição na loja Bonsai Curitiba, que a irmã e a sobrinha de seu Renato mantém no Capão Raso. Além dela, outras miniaturas da coleção particular do bonsaísta, com tamanhos e formatos variados, estão expostas, como uma de somente 7 cm de altura.

“O bonsai é meu hobby e também foi minha terapia, me ajudou a permanecer forte quando tive um câncer no fígado e precisei de um transplante”, constata.

Já para quem quer se aventurar no cultivo dos exemplares em miniatura, Seu Renato diz que a disciplina com a rega é fundamental. “Os bonsais precisam ser regados todos os dias. No verão, a necessidade de rega pode chegar a ser de duas a três vezes por dia. A poda dos galhos a pessoa pode adiar, mas a rega não”, explica. As plantas também precisam ficar em um ambiente arejado e com incidência de sol.

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