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Bloqueio da rodovia BR-277, na região da Serra da Esperança, fez com que o trânsito fosse desviado para a PR-364 que atravessa o município, resultando em uma sobrecarga no trânsito local
Tráfego intenso de veículos mostra fragilidade e potencial de Inácio Martins
Dificuldades para os motoristas, especialmente os que trafegam com veículos pesados, foram constantes - Foto: Reprodução

Sthefany Brandalise, com reportagem de Nilton Pabis

O desmoronamento de barreiras na Serra da Esperança, na BR-277, na altura do km 309, ocorrido no sábado (7), trouxe grandes transtornos para a região, mas também evidenciou novas oportunidades para o município de Inácio Martins. O bloqueio da rodovia fez com que o trânsito fosse desviado para a PR-364, que atravessa o município, essa mudança repentina resultou em uma sobrecarga na infraestrutura local, que não foi projetada para suportar tamanha demanda. Caminhões enfrentaram painéis mecânicos, interdições temporárias foram registradas e o tempo de viagem entre Irati e Inácio Martins, que antes levava cerca de uma hora e meia, chegou a demorar sete horas.

As dificuldades para os motoristas, especialmente aqueles que trafegam com veículos pesados, foram constantes. O trecho da PR-364 apresenta curvas acentuadas e subidas íngremes, características que tornam o trajeto desafiador.

A rodovia foi liberada na noite de quinta-feira (12). A liberação ocorreu após autorização do DNIT, que realizou as intervenções necessárias para garantir a segurança dos usuários da rodovia.

Junior Benato, prefeito de Inácio Martins, ressaltou os problemas causados pelo aumento do fluxo de veículos. “Com a caída das barreiras da Serra da Esperança, todo o trânsito que percorria por uma BR de grande porte foi para dentro de uma PR com falta de infraestrutura. Isso deu um caos no nosso trânsito, principalmente no centro, porque todos transitam nas ruas do comércio de Inácio, inclusive com caminhões grandes passando pelo nosso pavimento, que não foi estruturado para isso. Nossas calçadas também foram agredidas por esse trânsito intenso e a viagem de uma hora, no máximo uma hora e meia, tem durado em média três horas, podemos chegar até cinco, entre Irati e Inácio Martins”.

Apesar das adversidades, Benato destacou que a situação também trouxe benefícios inesperados para o município. “Mas nós temos um bônus também, que é o conhecimento do município de Inácio por muitas pessoas que jamais imaginariam de transitar pelo município, e que estão parando no hotel, no restaurante, na farmácia e no nosso comércio. O mais complicado é que o trânsito é desviado pelo nosso caminho alternativo que não tem infraestrutura, e isso chama a atenção dos governos maiores para que implante infraestrutura nessa rota alternativa, que é a melhor rota de desvio”, disse.

Com a proximidade do fim do seu mandato, Junior enfatizou a importância de cobrar melhorias para a região junto aos órgãos competentes. “O Dimas vai ser o responsável a partir do mês de janeiro, e vai pedir essa força nos governos maiores, porque é uma obra do DNIT e do DER. Elas devem estar conciliadas para que implantem essa infraestrutura na nossa região, no nosso município, no desvio do centro da cidade, na rodovia que vem de Guarapava a Inácio e de Inácio a Irati. Vai ser de responsabilidade dos órgãos maiores, mas o prefeito vai cobrar dos governos maiores essa responsabilidade que seria deles”.

Dimas Vier, prefeito eleito de Inácio Martins, já está focado em dar continuidade aos projetos estruturais do município. “Nós vamos fazer um excelente trabalho para melhorar a situação da nossa rodovia. Pedimos desculpas a nossa população por esse transtorno, mas era a única opção para desviar a rota. A gente quer ter um trabalho muito grande com o governo do Estado, com o governo Federal, para ampliarmos a nossa 364 e dar um suporte melhor para quem usa a estrada. Nós vamos correr atrás de recursos e vamos fazer uma obra excelente para que nosso município fique em boas condições de tráfego”, afirma.

Entre as prioridades, está a recuperação da rua que passa pelo centro do município, um pedido antigo da população. “Nós já temos o projeto, inclusive desenvolvido em parceria com o DER. Como se trata de uma obra estruturada para um fluxo maior de veículos e cargas pesadas, ela precisa receber uma infraestrutura muito grande. E o Dimas tem essa consciência de ir buscar esse recurso. Ele é afinado com o governo do Estado, com o nosso deputado Sandro Alex. Então, essa é a obra principal que deve ser construída”, destaca Benato.

Para além das questões estruturais, o desvio do trânsito trouxe visibilidade ao potencial turístico do município, como explica Benato. “Nosso comércio acabou tendo um pouco de bônus em cima disso. Agora, precisa que a gente receba a infraestrutura para esse potencial ser desenvolvido. Então, o comércio fortaleceu”.

Luís Fernando Mikuska, empresário, comenta que o movimento no comércio foi intenso. “Em 18 anos do Restaurante Martinense nunca vimos um fluxo tão grande de pessoas passando por Inácio Martins, foi um fluxo intenso 24 horas. O movimento no restaurante mais que dobrou, aumentamos os horários de atendimentos de almoço e jantar para que pudéssemos atender e auxiliar os viajantes da melhor maneira possível nas suas diversas demandas”, disse.

Luís ainda destacou a oportunidade de apresentar uma cidade a novos públicos. “Como já estamos a quase duas décadas no mesmo endereço, os clientes que já nos conheciam traziam novos clientes que estavam ‘presos’ juntos nos congestionamentos. Recebemos clientes de vários países, Argentina, Uruguai, Paraguay, Chile e até da Rússia. Infelizmente nossa estrutura de rodovia não comporta tal movimento que se iniciou da noite para o dia. Quem passou por Inácio Martins durante esses dias enfrentou longas filas, mas desfrutaram de paisagens que só a cidade mais alta do Paraná possui”, Fernando.

Dimas ressaltou a importância de investir no potencial turístico da cidade. “Conversamos com o comércio e vimos que isso fortaleceu eles. Então se a gente tiver uma rodovia de qualidade, muitos vão visitar o nosso território de Inácio Martins. Nós queremos dar uma alavancada ao potencial de Inácio Martins, explorar muitas coisas, as paisagens, cachoeiras.  A gente tem muitos pontos no município de Inácio que a gente quer dar uma demonstração à população que está visitando e até o município”.

Entre os projetos futuros para Inácio Martins, destacam-se a criação de um mirante no alto da serra e a construção de um lago na entrada da cidade. Benato comenta sobre um desejo que espera que seu sucessor realize. “Queremos transformar Inácio Martins na primeira cidade serrana do Paraná. Esse, com certeza, seria um marco muito legal do município. Eu infelizmente não consegui, mas gostaria de passar para o Dimas, quero que ele transforme Inácio Martins na cidade serrana do Paraná”, finaliza.

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