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A cutelaria é o ofício de quem fabrica instrumentos de corte, como machados, navalhas e facas. É o ofício de Edcesar Aliski, iratiense, morador da comunidade do Pirapó, que tem uma cutelaria e ferraria artesanal. A marca iratiense de facas artesanais mantém a tradição campeira, o produto vai para vários estados brasileiros e países como Paraguai, Uruguai e Turquia
Patricia de Paula

A cutelaria é o ofício de quem fabrica instrumentos de corte, como machados, navalhas e facas. É o ofício de Edcesar Aliski, iratiense, morador da comunidade do Pirapó, que tem uma cutelaria e ferraria artesanal.

Edcesar começou na atividade há oito anos, por brincadeira. “Eu precisava fazer um cabo de faca, aí fui me interessando mais, fui me empolgando”, conta. Aos poucos, conforme a necessidade, buscou ajuda de outros cuteleiros até mesmo pela internet. Hoje, ele se destaca na cutelaria.

 

  “Ainda não é um trabalho sensacional, mas eu estou contente com o resultado. É muito bom quando eu vendo uma faca e o cliente gosta, elogia”, afirma Edcesar.

 

A produção de facas artesanais em aço carbono, principal foco dele, é mais habitual no Rio Grande do Sul, mas também é muito procurada por quem mantém o tradicionalismo campeiro.

Para Edcesar, o resgate dessa atividade tem permitido que o produto esteja mais presente no mercado. “É algo que chama a atenção. Apesar de machado, por exemplo, também ser trabalho de cuteleiro, é mais difícil de conquistar o mercado”, explica.

O ponto chave tem sido o trabalho com aço carbono, encontrado em molas de caminhão e barras de tração, por exemplo, para dar mais rusticidade ao produto final. “O inox tem aceitação também, mas o aço carbono é mais rústico. Muita gente prefere esses produtos”. A fabricação das facas de Edcesar é bem artesanal. Por isso, uma faca sorocabana, com bainha, leva em torno de dois dias para ficar pronta. Os acabamentos levam chifre, osso ou madeira, de acordo com o pedido do cliente.

Segundo o cuteleiro, outro modelo muito procurado é a faca gaúcha, inteiriça, com cabo de madeira. “Essa é uma faca que as pessoas penduravam na calça e andavam com ela o dia todo. Ela também serve como quebrador de arame. É como as pessoas davam utilidade pra ela no campo também”, explica.

E, para muitas pessoas, as facas artesanais ainda são um resgate das lembranças, para guardar como recordação os equipamentos antigos usados no campo.

Edcesar ensina que a alma da faca é a têmpera, um tratamento térmico completo que afina o grão do aço e faz com que ele atinja a rigidez necessária para a fabricação da faca com um bom fio, sendo possível, também, uma boa manutenção.

O cuteleiro preserva a marreta e gosta de forjar o aço no carvão, para adicionar mais carbono à peça. Nesses oito anos, o projeto mais difícil de Edcesar foi a primeira faca forjada de mola de trem. “Aquela eu sofri porque é um produto muito pesado. Mas, quando você fala que faz, tem que fazer, nem que consuma uma semana de trabalho”, lembra. Era uma faca integral grande, com botão. “Quando eu consegui terminar, peguei a faca na mão, pronta, e disse pra minha esposa: ‘esse é o meu anel de formatura’. Ficou muito bonita”.

As facas com a marca de Edcesar – as iniciais EA, ao lado de um pinheiro – já foram vendidas para quase todo o Brasil e também para outros países, como Paraguai, Uruguai e Estados Unidos.

COMO ADQUIRIR OS PRODUTOS

Facebook: Edcesar Aliski

WhatsApp: (42) 99946-7525

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