A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o dia de 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, com o objetivo de reduzir os casos de suicídio no mundo. No Brasil, em 2015, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) promoveu o “Setembro Amarelo” para conscientizar a população sobre a gravidade do problema e ajudar quem precisa.
No país, o Centro de Valorização da Vida (CVV), uma associação sem fins lucrativos, trabalha através do número 188, através de voluntários, com o objetivo da prevenção ao suicídio de maneira a oferecer suporte emocional para que as pessoas possam se abrir e falar sobre suas angústias, medos e o que as levam a considerar a possibilidade do suicídio.
As ações são realizadas nas ruas através de caminhadas, passeios ciclísticos, uso de roupas amarelas ou o uso do laço como acessório na roupa, já despertam atenção e contribuem para a conscientização. A primeira medida preventiva é a educação. Durante muito tempo, falar sobre suicídio foi um tabu, havia medo de se falar sobre o assunto hoje é considerado uma questão de saúde pública e cuidado possibilitando que as pessoas possam ter acesso a recursos de prevenção.
O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial. Pode-se considerar algumas questões, como: um acontecimento atual na vida do indivíduo que desencadeia o ato; a história de vida de cada sujeito e seu modo próprio de lidar com as adversidades e o ambiente em que a pessoa está inserida e os recursos dispostos, tanto de acessibilidade ao tratamento, quanto de vínculos afetivos.
Uma forma de combate é nutrir os relacionamentos, ou seja, os pais conhecerem seus filhos e assim as crianças e adolescentes possam falar sobre suas dificuldades, medos e dores sejam estas quais forem, pois devem ser consideradas e receber a escuta dos pais.
Aos adultos e jovens é importante se autorizar a falar sobre o que está sentindo e pensando. Permitir se abrir com uma pessoa de confiança e também procurar um profissional. A possibilidade de falar e ser escutado é um lindo caminho para possibilidade de vida e uma vida em paz consigo.
SINAIS IMPORTANTES PARA OBSERVAR
Muitos destes sinais acabam sendo despercebidos ou só fazem sentido após o ato do suicídio: o que é muito comum é a declaração da possibilidade do ato, ou seja, o relato de que está pensando em se suicidar. Relato este que muitas vezes não é levado a sério e muitas vezes é interpretado como uma brincadeira de mau gosto. Outro sinal é a baixa estima e assim a pessoa se afasta do convívio social e das atividades cotidianas. Há sinais de depressão (desafeto, isolamento, apatia) ou ansiedade (angústia, crises e dificuldade em exercer as atividades). São quadros que podem sinalizar um sofrimento e, se potencializado, pode ser um fator de risco que leve ao suicídio.
O suicídio pode ocorrer em todas as fases da vida, desde crianças, e também, independe da classe social do sujeito. No Brasil, pessoas que mais cometem suicídio têm menos de 45 anos. O suicídio entre os jovens é a segunda principal causa de morte, depois de acidentes de carro.
Em crianças e adolescentes, nota-se a insatisfação com a sua imagem corporal, desentendimentos com colegas, bullying, influência das mídias digitais, ruptura de relacionamentos afetivos, estrutura e funcionamento familiar prejudicados.