Leandro Bianco
O Seminário “Queijos da região centro-sul do Paraná: legalização e novas possibilidades” aconteceu em Imbituva, na terça-feira (08), por meio de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária e o IDR-Paraná, com o apoio da Cooperativa Cresol. A iniciativa teve como objetivo apresentar exemplos de sucesso na produção de queijos no Paraná, servindo de inspiração para os participantes e, a partir disso, estabelecer um plano de ação para a implantação e formalização de agroindústrias de queijos na região.
“É uma honra poder receber tantos colegas de toda a região — desde secretários de Agricultura e Pecuária, profissionais da área de inspeção de produtos de origem animal, responsáveis técnicos, equipes da Vigilância Sanitária, técnicos do IDR, da SEAB e do ADAPAR, produtores e produtoras rurais, lideranças e autoridades — para discutir um tema muito importante. A região precisa avançar em vários aspectos relacionados à legalização e regulamentação, especialmente no que se refere às agroindústrias de produtos de origem animal”, ressaltou Cristiane Tabarro Borgo, secretária de Agricultura de Imbituva.
Segundo o coordenador de projetos do IDR-Paraná, Maurício de Barros, o intuito do seminário foi desmistificar as dificuldades relacionadas à legalização das agroindústrias e trazer as experiências bem-sucedidas da região do Norte Pioneiro do Paraná e do município de Araucária. “Queremos mostrar que existe uma legislação adaptada à realidade dos produtores artesanais e das pequenas queijarias, e que é possível implementá-la também em nossa região. Têm acontecido muitas ações no estado, de capacitação, de queijeiros, de concursos que premiam queijos, e nossa região está fora desse processo que tem acontecido no estado, porque nós não temos queijarias legalizadas”, explica.
O técnico referencial do IDR-Paraná, Alfredo Alemão, também comentou a respeito do processo de regularização de agroindústrias. “A gente tem que tirar um pouco esse mito de que, para regularizar uma agroindústria, tem que ser um investimento muito alto, que tem que ser muito complicado, que é uma coisa inatingível. Pelo contrário, você consegue com pequenos empreendimentos, desde que, da forma correta, com orientação técnica, você ter o seu estabelecimento regularizado, podendo fazer a sua comercialização sem preocupação”, destaca Alfredo.
A chefe do Núcleo Regional da SEAB Irati, Adriana Baumel, destacou que “a transformação do leite em produtos como o queijo é uma grande alternativa que está sendo discutida nesse evento e que pode trazer essa manutenção da agricultura familiar na pequena propriedade, e também como uma alternativa de renda”.
“O que nós temos percebido no IDR-Paraná é que o processo da industrialização é super importante na agregação de renda. Então, muitas vezes, o alimento processado permite que essa família duplique ou até triplique a renda que ela tinha se ela simplesmente vendesse o produto in natura. Por isso, nós incentivamos que ela formalize esse empreendimento, para que ela acesse o mercado formal e tenha acesso a um público ainda maior”, conta a coordenadora estadual de agroindústria do IDR-Paraná, Karolline Marques da Silva.

