Leticia H. Pabis
A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, promovida pela Secretaria de Educação de Irati, acontece entre 21 e 29 de agosto, com atividades em escolas, fóruns de debate e ações integrativas. O tema deste ano é “Deficiência não define, oportunidade transforma: inclua nossa voz”, escolhido para reforçar a necessidade de ouvir diretamente quem vive a realidade da deficiência.
A psicóloga Teresa Cristina Magna Bosco de Oliveira, da Secretaria Municipal de Educação, lembra que a semana foi criada em 1962 pelas APAEs e que nunca teve caráter de comemoração. “O objetivo sempre foi conscientizar, chamar a atenção da população para que entendesse que essas pessoas podiam estudar, trabalhar e ocupar espaços como qualquer outra”, explicou.
Ela destacou que, ao longo da história, pessoas com deficiência foram vistas com preconceito ou até escondidas pelas famílias. No Brasil, há registros de iniciativas desde a década de 1950, mas só em 2017 a semana passou a concentrar-se nas deficiências intelectuais e múltiplas, já que outras condições como Transtorno do Espectro Autista (TEA) ganharam datas específicas.
Segundo Teresa, a sociedade deve se adaptar às necessidades de todos. “A cada ano pensamos de forma um pouco diferente, sempre com o objetivo de envolver outros equipamentos, órgãos da sociedade e diferentes perspectivas, para que não pareça que a responsabilidade da inclusão seja apenas da Educação. Por muitos anos isso foi colocado dessa forma, mas inclusão também é papel da assistência social, da saúde e do mercado de trabalho. Não se trata apenas das vagas destinadas a pessoas com deficiência em algumas organizações, mas também da necessidade de pensar nos aparelhos, nas máquinas, nas cadeiras e nos mobiliários em geral, de modo que sejam projetados e adaptados para atender a todos”, afirmou.
Programação em Irati
A pedagoga Ivana Carla Cordeiro da Silva Francos, coordenadora pedagógica do Setor de Educação Especial, detalha as ações locais. A partir do dia 21, turmas de classe especial, salas de recursos e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) realizam atividades em escolas, como rodas de conversa e exposições.

No dia 28, às 9h, a Câmara Mirim promove debate e leitura de textos sobre inclusão, seguidos de duas palestras curtas. À tarde, às 13h30, a Câmara de Vereadores recebe um Fórum de Discussão com a presença de pessoas com deficiência, familiares e representantes de diferentes setores. “A partir do que essas pessoas relatarem, a gente tentar mudar um pouquinho a nossa história, incluir com mais qualidade”, explicou Ivana.
Já no dia 29, alunos de classes especiais e do ensino regular participam de atividades recreativas na Unicentro, em parceria com acadêmicos de Educação Física.
Teresa Cristina complementa que a inclusão só será efetiva com participação ativa nos conselhos municipais. “Precisamos que a população, as pessoas e as famílias que têm crianças, adolescentes ou adultos com alguma característica ou limitação participem conosco, pois nem sempre conseguimos perceber todas as suas necessidades. Nós não estamos no lugar deles. Procuramos estudar, dialogar e temos um bom entrosamento com as famílias, mas ainda assim não é a mesma coisa”, destacou.