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Para a professora Vivian Lemos, responsabilização da sociedade também é importante para frear as notícias falsas
Reprodução

A rapidez com que as fake news são disseminadas em redes sociais e aplicativos de troca de mensagens causa preocupação. Para a professora, jornalista e doutoranda em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Vivian Lemos, a educação e a responsabilização da sociedade são as principais formas de combater a disseminação de notícias falsas. Especialista no assunto, a professora diz esta é uma forma da desinformação não causar mais estragos na sociedade. Ela falou sobre o assunto no programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia.

“A melhor de forma de combater seria a educação. Deveríamos ter um conteúdo sobre o assunto nas escolas. As crianças precisam entender a importância das ferramentas que têm na mão. Elas nasceram nesse ambiente digital e podem ficar confusas nessa linha entre o que é fato e o que é ficção. Essa educação também é necessária para pessoas mais velhas”, acredita Vivian.  

Ela lembra que muitas vezes as pessoas não têm consciência dos malefícios de replicar notícias falsas, inclusive com consequências criminais. “Existem delegacias especializadas em crimes cibernéticos. As pessoas pensam que não tem consequências divulgar notícias falsas em um grupo de WhatsApp, mas elas existem. A pessoa pode responder por diversos crimes, como calúnia, injúria e difamação, podendo ser punidas. Este é um chamado à nossa consciência. As notícias falsas podem prejudicar as vidas de muita gente”, lembra.

A estudiosa explica que a tecnologia acabou com os intermediários na produção de informação, papel normalmente desempenhado pela imprensa. Com qualquer pessoa podendo produzir conteúdo, abre-se uma brecha para a criação de conteúdos mentirosos. “Os impactos são terríveis. Todo mundo pode produzir conteúdo com um celular, filmar, postar, sem um intermediário para isso. As consequências disso extrapolam o virtual”, diz. “Quem produz notícia com qualificação é a imprensa. Podemos ter uma série de críticas sobre a imprensa, mas precisamos lembrar que não existe democracia sem uma imprensa livre. São profissionais qualificados e formados para produzir notícias. Existe a crise de credibilidade dos veículos de comunicação, mas a população também precisa entender o seu papel no combate à disseminação de fake news”, completa.

Vivian Lemos diz que as notícias de desinformação seguem um tipo de padrão. “As fake news são muito atraentes. Temos de desconfiar de títulos muito chamativos, falando contra a honra de figuras públicas. Existe um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais que diz que uma fake news se espalha três vezes mais rápido que uma notícia verdadeira.  As pessoas tendem a olhar para o que é mais caótico, mais dramático. Desperta nas pessoas o gatilho da curiosidade. Existe uma profissionalização das fake news”, revela.

Ela lembra que quem recebe alguma notícia e desconfia de sua veracidade deve procurar mais informações sobre o assunto. “É importante fazer a checagem. Vá até os grandes portais de notícias, veja se alguém publicou sobre o assunto. Hoje existem muitas agências de checagem de fatos. Acesse esses portais para checar as notícias. É papel de toda população, não só dos profissionais de comunicação, combater a desinformação e as fake news”, frisa.

A íntegra do programa com a professora, jornalista e doutoranda em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná, Vivian Lemos, pode ser assistida pela TV Assembleia, através da Claro/Net canal 16 e 10.2 em canal aberto e também no canal do Youtube nesta terça-feira (27) após a transmissão da sessão plenária, que tem início às 14h30.

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