Em alusão ao Dia Mundial da Obesidade, na quinta-feira (04), o Ministério da Saúde instituiu a Semana da Obesidade. O objetivo é chamar atenção para o tema, discutir sobre a complexidade dos fatores causadores, incentivar o foco do tratamento na saúde e no bem-estar dos indivíduos e apresentar ações do governo federal para conter o avanço dessa condição.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019) apontam que, atualmente, no Brasil, 60,3% dos adultos apresentam excesso de peso, o equivalente a 96 milhões de pessoas. A maior prevalência maior é no público feminino (62,6%). A condição de obesidade, que engloba parte dos indivíduos com excesso de peso, já atinge 25,9% da população – cerca de 41,2 milhões de adultos, também com distribuição maior em mulheres (29,5%) do que em homens (21,8%).
O problema do excesso de peso tem afetado também os mais jovens. Entre as crianças atendidas na Atenção Primária, em 2019, 14,8% dos menores de 5 anos e 28,1% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso, e dessas, 7% e 13,2% apresentavam obesidade, respectivamente. Quanto aos adolescentes acompanhados, em 2019, cerca de 28% e 9,7% apresentavam excesso de peso e obesidade, respectivamente.
A obesidade é um problema preocupante em saúde pública, e as medidas para reversão do cenário requerem um esforço de vários setores, porque a condição de obesidade é bastante complexa e tem múltiplas causas.
AÇÕES DA SEMANA
Diante do cenário apresentado pela PNS/2019, o Ministério da Saúde preparou uma série de conteúdos para a Semana da Obesidade, com orientações, cuidados recomendados, informações úteis e detalhamento das ações federais sobre esse tema. A pasta divulgará o material no site e nas próprias redes sociais.
Como a alimentação tem um dos papéis mais importantes no processo de aumento de peso da população, um dos conteúdos aborda o incentivo à alimentação adequada e saudável. Nos últimos anos, observou-se mudanças significativas no padrão de consumo de alimentos da população, com diminuição da participação de alimentos in natura e minimamente processados, como arroz e feijão, ao mesmo tempo em que os alimentos ultraprocessados estão cada vez mais presentes na alimentação dos brasileiros.
Os conteúdos da Semana da Obesidade discutirão ainda o incentivo à atividade física para combater o sobrepeso e a atenção com a obesidade infantil, além de divulgar artigos científicos e promover conteúdos para tirar dúvidas da população sobre alimentação e nutrição.
AÇÕES DO MINISTÉRIO
O Ministério da Saúde realiza uma série de ações de promoção da saúde, prevenção e no atendimento de pessoas com obesidade e outras comorbidades. De acordo com dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica, é possível observar que, em 2019, dos mais de 105 milhões de atendimentos realizados, 20,6% das condições/problemas avaliados correspondiam à hipertensão arterial, 8,3% ao diabetes e 2,5% correspondiam à obesidade.
O grande desafio é reconhecer o problema e atuar de forma a apoiar os indivíduos a fazer escolhas mais saudáveis, o que significa apoiá-lo em suas decisões e autonomia. Além disso, o Ministério da Saúde tem investido em políticas e programas visando intensificar as ações de promoção da saúde e de prevenção e controle da obesidade. É necessário que essa condição passe a ser considerada não apenas como uma doença importante, mas também como um grave fator de risco para outras doenças, o que merece atenção por parte dos gestores, profissionais de saúde e da população.
A pasta oferta, também, um conjunto amplo de medidas como ações de promoção da alimentação adequada e saudável e de atividade física, prevenção e tratamento, incluindo programas, diretrizes, materiais e publicações nas temáticas de alimentação adequada e saudável, além de apoiar projetos de pesquisa, extensão e formação de diferentes categorias profissionais.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
Muitos fatores estão identificados como causas da obesidade, sejam eles genéticos, individuais/comportamentais e ambientais, e o principal elemento para o aumento da prevalência da obesidade nas populações é o cenário que dificulta a adoção e manutenção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física.
O IMC, em adultos, pode predizer o diagnóstico de obesidade, segundo a classificação: Déficit de peso: IMC abaixo de 18,5 kg/m2; Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2; Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9 kg/m2; Obesidade: IMC maior ou igual a 30 kg/m2.
Pessoas com sobrepeso já podem ter alguns prejuízos na saúde. O IMC elevado é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, distúrbios musculoesqueléticos (especialmente osteoartrite), problemas psicológicos, câncer e, em meio à pandemia, podem desenvolver casos mais graves de Covid-19.