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Renato Gaúcho deixou o Fluminense após eliminação na Sul-Americana, desgastes internos e pressão da torcida.
Renato Gaúcho durante duelo entre Fluminense e Bahia pela Copa do Brasil - Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense

ESPN

Renato Gaúcho pediu demissão do comando do Fluminense logo após o empate por 1 a 1 com o Lanús (ARG), pela partida de volta das quartas de final da CONMEBOL Sul-Americana, na última terça-feira (23). O empate gerou a desclassificação do time brasileiro, que havia perdido na ida por 1 a 0.

ESPN apurou os bastidores que envolveram o pedido de Renato. De acordo com a reportagem, a atitude do treinador causou “surpresa” e “grande decepção” em parte da direção do clube carioca. Após o resultado, o técnico chamou o presidente Mario Bittencourt para informar que estava entregando o cargo.

O mandatário, por outro lado, tentou demovê-lo da ideia e achou que tinha conseguido contornar a situação, uma vez que Renato se dirigiu para a coletiva de imprensa como faz após todas as partidas e, em tese, estava de cabeça “mais fria”, uma vez que não havia tido um “ponto final” sobre uma possível demissão.

Porém, na última resposta da coletiva, Renato entregou o cargo, fato que gerou um “susto” no clube. Logo após o bate-papo com os repórteres, o treinador deixou o estádio do Maracanã sem falar com os integrantes da diretoria do Fluminense, que confirmou a saída do técnico na madrugada desta quarta-feira (24).

Qual foi o fator principal que levou Renato a pedir demissão do Fluminense?

ESPN pôde saber ainda que Renato estava desgastado por conta da “interferência da internet no seu trabalho”. De acordo com o técnico, grande parte da torcida que vai ao Maracanã estava condicionada a criticar determinados atletas, algo ocorrido, por exemplo, com o atacante Soteldo.

Contratado junto ao Santos no meio do ano, o venezuelano sofreu com problemas físicos e foi criticado por parte da torcida mesmo após poucas exibições com a camisa do Tricolor. Algo que, na visão do técnico, prejudicou o desempenho do atleta e era tido como um impeditivo para que ele tivesse mais oportunidades em campo.

Porém, este não foi um fator determinante para sua saída. O que incomodou Renato foi o coro de “burro” vindo das arquibancadas, algo que não era esperado pelo treinador, e que, para ele, também é um comportamento condicionado pelas redes sociais e que tem sido externado pela torcida nas partidas do Fluminense.

Outro ponto problemático no trabalho de Renato no Fluminense era a relação com parte do elenco. Os primeiros problemas do comandante surgiram ainda durante o Mundial de Clubes da Fifa, competição na qual o técnico concedeu poucas oportunidades a Paulo Henrique Ganso, um dos líderes do elenco.

Além disso, outros nomes importantes do plantel se incomodavam com alguns comportamentos do treinador, como a sua ausência durante treinos táticos e aos famosos “rachões” promovidos pelo técnico às vésperas de partidas importantes, principalmente pela Sul-Americana.

Renato também teve dificuldades em administrar um elenco de certa forma inchado. Após as contratações de meio de ano, o técnico teve 36 nomes à disposição, e sofreu para lidar com insatisfações de atletas que tinham baixa minutagem.

Qual será o futuro do Fluminense após a saída de Renato?

Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, tem mandato apenas até o final de 2025. Por conta deste cenário, o clube entende que a chance de conseguir um profissional que tope um acordo por apenas três meses é tida como “muito baixa”.

Por isso, a reportagem apurou que não está descartada uma oficialização de Marcão, auxiliar fixo da comissão técnica do Fluminense. A decisão poderá ser oficializada em reunião que ocorrerá nesta quarta-feira, nas Laranjeiras.

Esta não é a primeira vez que Marcão terminará o ano à frente do Fluminense. O profissional ocupou a vaga deixada por Fernando Diniz na reta final de 2019, quando ainda conseguiu levar o time à Sul-Americana no ano seguinte.

No ano seguinte, Marcão levou o Flu à Libertadores depois que Odair Hellmann deixou o comando da equipe, mesma situação ocorrida em 2021 com o adeus de Roger Machado.

Eliminado da Sul-Americana, o Fluminense segue vivo na Copa do Brasil, competição na qual terá o arquirrival Vasco da Gama pela frente na fase semifinal. Já no Campeonato Brasileiro, o Tricolor é o 8° colocado com 31 pontos. A equipe carioca volta a campo no domingo (28), às 16h (de Brasília), contra o Botafogo, no Maracanã.

Próximos jogos do Fluminense:

  • Botafogo (C): 28/09, 16h (de Brasília) – Brasileirão
  • Sport (F): 1/10, 19h (de Brasília) – Brasileirão
  • Atlético-MG (C): 4/10, 18h30 (de Brasília) – Brasileirão

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