Rodrigo Grando, g1 e RPC
Um registro feito há 70 anos em uma calçada de Maringá, no norte do Paraná, foi encontrado durante a execução de obras da prefeitura. A anotação “Viva 1954 para 1955”, que celebra a virada do ano, foi feita em uma pedra que fica em frente a um antigo hotel da cidade e por pouco não foi destruída.
Isso porque ela estava em ponto das obras da primeira fase do Eixo Monumental, que está revitalizando e modernizando o entorno da Catedral Metropolitana de Maringá e a praça Renato Celidônio com a Avenida Tiradentes.
A informação estava escondida embaixo de folhas de árvores e foi divulgada depois que um jornalista da cidade publicou a história da internet.
De acordo com o secretário de obras, Artur Tunes, acredita-se que a frase foi escrita por operários que construíram o antigo Hotel Bandeirantes, entre os anos de 1947 e 1956. O prédio fica em frente a catedral e foi o primeiro grande hotel da cidade.
Em 2005, quando o local parou de funcionar, ele foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Paraná. Atualmente está fechado, pois pertence a um grupo privado.
“Quando a gente tomou conhecimento, tivemos que ter uma ação imediata, pois se eu demorasse mais uma hora, a gente poderia não ter essa oportunidade que estamos tendo hoje de fazer um estudo do que podemos fazer com essa memória”, explica o secretário.
A calçada do hotel não faz parte do tombamento, por isso, a possibilidade de perder o registro histórico despertou o interesse da prefeitura em preservar o local.
“São ícones que a cidade vai preservando e, mesmo com a modernidade, a gente vai resgatando as histórias dos nossos antepassados. Provavelmente isso foi feito por operários, pessoas simples, praticamente anônimas para a história, mas de uma forma geral a gente homenageia todos esses trabalhadores que ao longo dos anos construíram a nossa cidade”, afirma Tunes.
O secretário de cultura, Tiago Valenciano, explica que ainda será decidido se a calçada será preservada ou se o registro será levado para outro local.
“Ou a gente deixa mesmo ali na praça da prefeitura, para poder ter uma espécie de memorial, ou leva para outro espaço público que a gente consiga preservar e cuidar para não se deteriorar ao longo do tempo”, detalha Valenciano.
