Esther Kremer
A Colina Nossa das Graças, ponto turístico da cidade de Irati, recebeu diversos fiéis nesta semana devido ao Dia de Nossa Senhora das Graças (27), além das missas, corrente de orações, caminhadas, etc, também contou com a participação de diversos turistas e peregrinos que visitaram o monumento. Considerada a maior imagem da Santa no mundo, o local que atrai fiéis e visitantes em busca de espiritualidade, paz e contemplação.
A Colina Nossa Senhora das Graças é um dos principais pontos turístico de Irati e simboliza a fé e devoção da cidade. Localizada em um ponto elevado, o espaço oferta uma vista panorâmica da cidade e das paisagens ao redor. Em momentos em que a fé se faz presente por meio do turismo, é possível entender o potencial da cidade neste ramo. Um exemplo disso, foi a 3ª Caminhada Santa, do Marmeleiro até Irati, realizada no domingo (24), que reuniu mais de 500 fiéis. Ainda, a presença dos peregrinos das comunidades do Pinho, Alvorada e outras em torno da Colônia Gonçalves Junior fizeram com que o espaço fosse bastante visitado neste dia.
Embora a Colina Nossa Senhora das Graças atraia um número considerável de fiéis e turistas nesta data (27), o potencial do local para fomentar o turismo religioso e cultural poderia ser ainda maior com mais investimentos em infraestrutura, divulgação e apoio ao setor. Isso não apenas do poder público, mas a própria população deve mudar o pensamento, assim como acontece em Prudentópolis, referência no turismo religioso da região.
O prefeito de Irati, Jorge Derbli, comentou sobre o assunto. “Aqui em Irati, temos a honra de abrigar a maior imagem de Nossa Senhora das Graças do mundo, um símbolo de fé, devoção e esperança que tem colocado nossa cidade no mapa do turismo religioso. Nossa gestão tem investido em melhorias na infraestrutura turística e religiosa da cidade, porque sabemos que essa devoção, além de ser um patrimônio espiritual, também fomenta nosso turismo, movimenta a economia loca. Mas ainda há muito por fazer, aumentar o espaço no entorno da Santa para que mais turistas possam visitar e também para que possamos receber investimento do Governo nessa área e fomentar ainda mais o turismo na cidade”.
O futuro secretário de Cultura e Turismo, João Vitor Sviechi, diz que o primeiro passo é conversar com a comunidade para entender o que ela espera do local. “A Prefeitura tem muito a contribuir com os mantenedores do espaço e que administram o monumento. Mas para receber mais turistas é preciso ampliar a infraestrutura, melhorar o acesso tanto para ônibus como para estruturas de ambulância e também de pedestre. E isso não se faz sem ampliar o espaço”, disse.
O presidente da Comissão de Manutenção da Imagem de Nossa Senhora das Graças, Sandro Baranhuki, também comentou sobre o turismo presente em Irati quando envolve a Colina. “A realidade é que não tem muito investimento, o que estamos fazendo é manter. Não são feitas ações para trazer algo diferente, o que tem sido feito é com o empenho do pessoal da Comissão. Prefeitura e Governo não fazem os investimentos e na parte da manutenção, lâmpada, pintura e enfim, é feito com o dinheiro do cofre que os fiéis depositam. Na parte religiosa é pertencente a Diocese de Ponta Grossa, mas na parte de turismo não tem nada”, disse.
Ainda, sobre os eventos envolvendo o dia da Santa, Sandro comenta que tudo o que foi feito também envolveu apenas a Comissão e o dinheiro dos fiéis. “É quando tem mais movimento e foi tudo feito de forma voluntária e com o dinheiro do cofre. A tenda, cadeiras, o café dos romeiros, tudo foi feito por nossa conta, com a venda dos pasteis, bolos, enfim”.
TURISMO RELIGIOSO
Ainda que haja investimento por parte do poder público no tocante ao turismo religioso, é preciso que haja constância no incentivo. Um exemplo disso é a Rota da Medalha Milagrosa, idealizada em 2021, que previa uma rota religiosa entre Irati e Prudentópolis, mas que não chegou a acontecer. A ideia inicial era de que os fiéis pudessem sair da Colina, em Irati, e chegar até o santuário da mesma Santa, em Prudentópolis. Por mais que diversas discussões envolvendo o assunto tenham acontecido, envolvendo diversas entidades, a Rota não aconteceu.
A consultora da Adecsul (Agência de Desenvolvimento das Regiões Sul e Centro Sul do Estado do Paraná), Estela Mara Rosa, falou sobre a questão envolvendo o incentivo ao turismo religioso na cidade de Irati. “Penso que não há ainda um foco em desenvolver o turismo religioso no município de Irati. Participei por alguns anos do Grupo de Trabalho Estadual do Turismo Religioso, quando estive na presidência da Adecsul, onde em três eventos estaduais apresentei as potencialidades de toda a região da Terra dos Pinheirais, e Irati com a imagem de Nossa Senhora das Graças. Em um dos eventos convidamos a Operadora que fazia a Rota da Rosário para incluir a Colina da Santa em seu roteiro, após passar por Prudentópolis, e em algumas ocasiões fui pessoalmente recepciona-los no local. Em uma destas ocasiões, eles estavam com o Padre Reginaldo Manzotti, com turistas de todo o país, do Nordeste inclusive. Por outro lado, temos os desafios com a logística, como local adequado para a parada de ônibus, ou seja, seria necessário, mais que apenas incentivo, foco nesta atividade que impacta a economia local”, explica Estela.
Apesar do pouco incentivo para tornar a Santa como uma rota de turismo religioso, a população iratiense não nega que a mesma é o cartão postal do município. Sandro também falou sobre e disse que “para um fiél, com uma Santa daquele tamanho na cidade onde moro, para mim é emocionante. Quando você vê os romeiros e todo o movimento que é feito, isso fortalece a fé, porque temos a Santa do nosso lado e acho que o povo deveria dar mais valor para este monumento”.
Estela Mara também comentou sobre a importância da imagem para a cidade. “Como turismóloga vejo que a Colina Nossa Senhora das Graças é o maior ícone do município de Irati, independente do turismo religioso. É um local onde vejo muitas pessoas frequentando para relaxar, sentar e conversar, além de orar e se conectar ao sagrado, tão necessário ao equilíbrio do ser humano nestes tempos atuais. E a vista da cidade é privilegiada”, disse.
