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Dia Nacional da Alimentação Escolar reforça necessidade de discutir os hábitos alimentares e sua importância no desenvolvimento dos estudantes
Orlando Kissner/Alep

O Dia Nacional da Alimentação Escolar é celebrado nesta quarta-feira (21) e tem o objetivo de chamar a atenção de toda a sociedade sobre a importância de pensar e manter bons hábitos alimentares para os estudantes. Uma boa alimentação é fator essencial e auxilia no rendimento escolar, além de proporcionar outras melhorias no desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes.

Milhares de alunos têm na alimentação escolar sua principal fonte de nutrientes e, muitas vezes a única refeição do dia. Ao longo da pandemia, por exemplo, verificou-se como a merenda fez a diferença na vida de muitos estudantes e, por isso, garantir que esta alimentação tenha qualidade e seja saudável é essencial.

Reforçando que os bons hábitos alimentares devem ser ensinados e estimulados desde os primeiros anos de vida, uma proposta que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná prevê a inclusão da carne de peixe e seus derivados no cardápio da merenda escolar da rede estadual de ensino do estado. O projeto de lei 687/2019, do deputado Luiz Fernando Guerra (PSL), destaca também que, além de diversificar ainda mais os produtos servidos aos estudantes, a iniciativa também busca apoiar o produtor rural familiar.

A proposta estipula que a carne de peixe deve ser servida ao menos uma vez por semana, respeitada a cultura alimentar, o perfil epidemiológico da população atendida e a vocação agrícola de cada região do Estado. Os profissionais de nutrição responsáveis pelos cardápios determinarão qual o melhor momento e forma para servir o alimento.

“Por ser um alimento saudável e nutritivo a inclusão do pescado pode fazer diferença no desenvolvimento dos nossos alunos. Seja para garantir que crianças e adolescentes consigam ter uma refeição mais rica em proteína, ou mesmo para tentar mudar os hábitos alimentares, visto o crescimento nos últimos anos dos índices de obesidade infantil entre crianças e adolescentes” destacou o parlamentar. 

Fatores – Com alto valor nutricional, a adoção do peixe no cardápio da rede estadual de ensino poderá aumentar a quantidade de cálcio e proteína ingerida pelos estudantes, ao mesmo tempo em que reduz o teor de gordura absorvida pelo organismo, melhorando a saúde dos estudantes. Além disso, a iniciativa também pode incentivar o crescimento do setor produtivo de pescados de cultivo.

Um dos fatores a ser destacado é o enorme potencial hídrico do Paraná, que viabiliza a produção em larga escala de peixes como a tilápia, por exemplo. Atualmente o Paraná é o maior produtor de pescados de cultivo no país. No total o Estado alcançou em 2019 154.200 toneladas produzidas, conforme levantamento da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) divulgado no início deste ano. Em segundo lugar no ranking aparece São Paulo, com 69.800 toneladas produzidas e, na sequência, Rondônia, com 68.800 toneladas produzidas.

Outro fator a ser considerado é que o estímulo ao consumo contínuo de peixes na merenda escolar possibilitaria a fomentação da criação de emprego e renda a partir da necessidade de ampliação da produção pesqueira no Estado. “O Paraná possui grande potencial para a exploração da piscicultura e, em um momento de recuperação econômica, todas as ações que promovam o incentivo à geração de emprego e renda são fundamentais. Além dos benefícios para a saúde que o peixe proporciona, as projeções de crescimento da atividade tornam a piscicultura um ramo interessante para os pequenos produtores rurais”, destaca Guerra.

O PL 687/2019 aguarda análise das Comissões da Assembleia antes de ir ao plenário virtual para votação. Iniciativas parlamentares similares já estão em vigor nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Data – O Dia Nacional da Alimentação Escolar foi instituído para ressaltar a importância das ações voltadas para a educação alimentar e nutricional dos estudantes de todas as etapas educação básica. Criado há mais de 60 anos, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), por exemplo, atende alunos de toda a educação básica matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias conveniadas com o poder público. O cardápio que é servido nas escolas deve ser elaborado por nutricionista, respeitando os hábitos alimentares locais e culturais.

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