Ex-governador está preso desde a sexta-feira (25)/ foto: reprodução FB
Na segunda-feira (28), o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção passiva e pertencimento a organização criminosa em um esquema de propina em contratos de concessão de pedágio.
De acordo com o MP, o esquema no pedágio envolvia dinheiro das obras não realizadas nas rodovias e aumento nas tarifas das empresas que fazem parte do Anel de Integração. Os procuradores dizem que houve um desvio de cerca de R$8,4 bilhões, e que a propina paga em troca dos benefícios, foi calculada em R$ 35 milhões. Dirceu Pupo Ferreira, contador da família Richa, também foi preso.
O irmão de Beto, Pepe Richa (que foi secretário de Infraestrutura e Logística no Paraná), mais oito pessoas e os ex-presidentes das concessionárias de pedágio também são investigados no caso. Ao todo, 33 pessoas estão no alvo do MP.
Na sexta-feira (25), ele foi preso, de forma preventiva, em sua residência, em Curitiba. A acusação é de que ele estaria influenciando os depoimentos de testemunhas e atrapalhando a investigação.
O MP diz que Dirceu Pupo Ferreira, a mando de Richa, pediu a um corretor de imóveis que, se fosse chamado para depor, ocultasse as informações dos pagamentos com dinheiro. Esta ação caracterizaria o ato de esconder o esquema de lavagem de dinheiro.
Em nota, a defesa de Richa deu o seguinte esclarecimento:
“1- Os fatos que conduziram à prisão do ex-Governador são antigos. Sobre eles, todos os esclarecimentos foram por ele devidamente esclarecidos, não restando qualquer dúvida quanto à regularidade de todas as condutas praticadas, no exercício de suas funções.
2- Mais do que isso. Os fatos ora invocados já foram anteriormente utilizados, na decretação das medidas cautelares expedidas contra o ex-Governador. Cumpre registrar que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar referidas medidas, reconheceu a flagrante ilegalidade na ordem prisão decretada.
3- Na realidade, a prisão requerida pelo Ministério Público Federal afronta o quanto decidido pelo Supremo Tribunal Federal, com o evidente objetivo de desrespeitar os julgamentos proferidos pela Suprema Corte, sobre o tema.
4- No mais, o pedido se lastreia em ilações do MPF, exclusivamente suportadas em falsas e inverídicas informações prestadas em sede de colaboração premiada, por criminosos confessos.
5- Em síntese, a prisão se baseia em fatos absolutamente requentados, carentes de qualquer comprovação e sobre os quais o Supremo Tribunal Federal já decidiu, no sentido de que os mesmos não justificam a decretação de prisão.
6- A defesa confia que o Poder Judiciário reverterá a ordem de prisão, que não atende a qualquer dos pressupostos exigidos em lei.”
Defesa de Pupo:
“Importante destacar que os fatos que ensejaram a prisão no dia de hoje, 25 de janeiro de 2018, não são novos. Eles já haviam sido esclarecidos em petição encaminhada à Justiça Estadual do Paraná.
Dirceu Pupo Ferreira jamais buscou atrapalhar as investigações e a sua conversa com testemunha do caso já foi devidamente esclarecida.
Ademais, ele sempre esteve à disposição das autoridades, tendo comparecido ao Ministério Público Federal e no Estadual (GAECO), que apuram os mesmos fatos, prestando todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados.
Assim sendo, a prisão preventiva decretada revela-se absolutamente desnecessária e ilegal.
A defesa confia nas autoridades e espera que a prisão seja brevemente revogada”.
Texto: Da Redação