Esther Kremer
Pais de alunos da Escola Municipal Irmã Helena Olek, em Irati, estão mobilizados contra a mudança no processo de matrícula dos estudantes do 5º para o 6º ano. A preocupação surgiu após a adoção do sistema de georreferenciamento, previsto em uma instrução normativa estadual, que determina o encaminhamento dos alunos para a escola mais próxima de sua residência. Caso a medida seja aplicada, os estudantes da Irmã Helena não seriam matriculados automaticamente no Colégio Estadual Nossa Senhora das Graças, localizado no mesmo prédio.
O processo de matrícula será feito por meio de uma plataforma digital administrada pela Seed-PR, onde o processo é feito pelo modelo de georreferenciamento, que prioriza a localização geográfica, diferentemente do fluxo, que mantém a sequência natural em escolas integradas. Em Irati, seis escolas (municipais e estaduais) são localizadas no mesmo espaço, tendo a dualidade, sendo: Irmã Helena Olek e Nossa Senhora das Graças; João Paulo II (CAIC) e Antonio Lopes Junior (CAIC); João Maria Pedroso e Trajano Gracia.
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) da escola assumiu a liderança das tratativas para evitar a mudança. Os pais pedem pela manutenção do fluxo escolar, modelo que, segundo a Associação, sempre existiu e que garante a continuidade dos alunos dentro do mesmo espaço educacional. Até o momento, apenas a Escola Irmã Helena se manifestou em relação à medida.
Diante da situação, a APMF buscou apoio da Prefeitura de Irati para tentar reverter a decisão. O procurador do município, Hermano Faustino, afirmou que a gestão apoia a continuidade do fluxo e já está estudando medidas administrativas e jurídicas para garantir o direito das famílias. “O município entende que os alunos que têm o direito de permanecer na Nossa Senhora das Graças devem ter esse direito preservado. Estamos dialogando com o Estado e, se necessário, vamos buscar respaldo judicial para assegurar essa autonomia”, afirmou o procurador.
RELAÇÃO DE ALUNOS
Segundo informações apresentadas durante reunião realizada pela APMF com os pais, são cerca de 108 alunos que ingressarão no 6º ano. Destes, quase 50 residem próximo à instituição, os outros 58 moram em áreas mais afastadas da escola e cerca de 16 alunos utilizam o transporte escolar. Ainda, segundo a Associação, a mudança afetaria significativamente os pais que trabalham no Centro da cidade.
O presidente da APMF, Diogo Fernandes, explicou que as famílias consideram a separação das turmas um prejuízo pedagógico e emocional para as crianças. “Os alunos veem as duas escolas como um único ambiente. Eles conhecem os professores, as turmas, os corredores e sentem-se pertencentes àquele espaço. Retirá-los desse convívio é quebrar uma relação de confiança e afetividade construída desde a pré-escola”, afirmou.
A APMF continua articulando reuniões com o Núcleo Regional de Educação e mobilizações para sensibilizar as autoridades sobre o impacto social e educacional da medida. Os próximos passos serão tentar, via diálogo ou juridicamente, encontrar a melhor solução para o problema. A equipe da Folha de Irati entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação, mas até o fechamento desta edição, não teve retorno. Assim que novas informações chegarem, manterá a população informada.