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Ao longo da vida, enfrentou inseguranças e evitava assistir aos próprios filmes por não gostar de se ver na tela. Mesmo assim, construiu uma carreira admirada por várias gerações e manteve uma personalidade única, irreverente e sempre honesta.
Atriz de Hollywood faleceu na Califórnia; família pediu privacidade

Giu Aya, da CNN Brasil

A morte da atriz Diane Keaton, aos 79 anos, foi confirmada neste sábado (11) pela revista People, que divulgou a informação por meio de um porta-voz da família da artista.

Segundo o comunicado, Keaton faleceu na Califórnia, e os entes queridos dela pediram discrição no momento de luto. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Diane Keaton era uma das figuras mais emblemáticas do cinema norte-americano. Com uma carreira que atravessou mais de cinco décadas, ela conquistou um Oscar, estrelou clássicos como “O Poderoso Chefão” e “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall)”, e se tornou um ícone de estilo e autenticidade em Hollywood.

Nascida em Los Angeles, em 1946, com o nome Diane Hall, ela era a mais velha de quatro irmãos. Seu pai era engenheiro civil e sua mãe, dona de casa. Keaton revelou que a mãe sempre teve o desejo não realizado de ser artista, o que a inspirou profundamente.

A atriz começou a atuar ainda na escola e, ao terminar os estudos em 1964, se mudou para Nova York para seguir a carreira artística. Como já havia uma atriz registrada com o nome Diane Hall, ela adotou o sobrenome Keaton, de sua mãe.

Em 1968, conseguiu seu primeiro grande trabalho como substituta no musical “Hair”, na Broadway. Foi nessa época que enfrentou um período de bulimia, algo que ela viria a relatar anos depois como uma luta silenciosa e dolorosa, superada com terapia.

A grande virada de sua carreira veio em 1972, ao interpretar Kay Adams, par romântico de Michael Corleone (Al Pacino), no clássico “O Poderoso Chefão”, dirigido por Francis Ford Coppola. O papel a lançou ao estrelato e ela voltou ao personagem nas sequências de 1974 e 1990. No mesmo período, iniciou uma colaboração criativa com Woody Allen, estrelando filmes como “Play It Again, Sam” (1972), “Sleeper” (1973) e “Love and Death” (1975).

Nos anos seguintes, ela estrelou filmes como “Procurando o Sr. Goodbar” (1977), “Reds” (1981), “Baby Boom” (1987), “O Pai da Noiva” (1991) e sua sequência (1995), além de “Alguém Tem Que Ceder” (2003), ao lado de Jack Nicholson, papel que lhe rendeu outra indicação ao Oscar. Outro sucesso notável foi “O Clube das Desquitadas” (1996), com Goldie Hawn e Bette Midler.

Em tempos mais recentes, Diane participou de produções como “Tudo em Família”, “Book Club” e a sequência, “Poms” e até do videoclipe de Justin Bieber, “Ghost”, em 2021.

Na televisão, teve destaque na minissérie “The Young Pope”, da HBO, em 2016. Como diretora, assinou o documentário “Heaven” (1987), o filme “Hanging Up” (2000) e dirigiu um episódio de “Twin Peaks”.

Diane Keaton nunca se casou, algo que ela encarava com naturalidade e até orgulho. Em entrevistas, dizia que estava feliz com sua decisão e que nunca se sentiu destinada ao casamento. Ainda assim, teve relacionamentos marcantes com figuras como Woody Allen, Al Pacino e Warren Beatty.

A maternidade, no entanto, foi uma escolha consciente e amadurecida. Ela adotou dois filhos: Dexter, em 1996, e Duke, em 2001. Em entrevistas, relatava que a ideia da maternidade foi um pensamento que carregou por anos até decidir agir.

Keaton também era uma presença ativa nas redes sociais, especialmente no Instagram, onde compartilhava reflexões sobre sua vida, carreira e amigos. Em 2019, em entrevista à revista People, afirmou: “Sem a atuação, eu teria sido uma desajustada”.

Ao longo da vida, enfrentou inseguranças e evitava assistir aos próprios filmes por não gostar de se ver na tela. Mesmo assim, construiu uma carreira admirada por várias gerações e manteve uma personalidade única, irreverente e sempre honesta.

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