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Entrevista foi feita por vídeochamada e o paciente pediu para não ser identificado
Folha de Irati

O paciente de Irati, Pedro (nome fictício), um homem de 48 anos, que decidiu não se identificar, começou a entrevista contando que não tem ideia de como adquiriu a Covid-19. Ele, que é autônomo, não teve contato com pessoas de outras cidades e devido ao trabalho faz visitas em Irati, “infelizmente, quando fui me deparar estava com esse vírus, e alguns sintomas. Não viajei por causa do isolamento, fiquei em casa, não tinha muito contato com as pessoas, tomei todas as medidas, mas mesmo assim, em um deslize, acabei contraindo o vírus”, disse Pedro.

O morador de Irati começou a sentir os primeiro sintomas no dia 20 de junho, no dia seguinte, foi até o Pronto Atendimento (P.A) na Vila São João, onde já foi constatado que estava com o vírus, porém, no outro dia, foi até o posto do Joaquim Zarpelon para fazer o teste de PCR, para ter certeza. Desde o dia em que começou a sentir os sintomas, Pedro não saiu mais de casa e não teve contato com ninguém, a não ser a esposa, que mora com ele, e com as equipes de Saúde que o atenderam.

Quando perguntamos como ele se sente fala que está bem melhor, mas na semana em que descobriu o vírus estava em uma situação crítica, porém não precisou de internamento. Ele descreve as dores que sentiu como um atropelamento e alguém apertando o peito.

“A primeira semana foi ruim demais, muitas dores, muito desgaste, tive muita tosse como ainda tenho, muita dor no corpo parece que fui atropelado por um caminhão, muita dor no peito e parece que alguém está sentando em cima dele, muita dor de cabeça, ruindade, mal estar, foi bem crítica a situação”, comenta Pedro.

Ele também destaca como foi a alimentação nesses dias, pois, manter-se nutrido é crucial para melhorar de qualquer tipo de vírus. “A alimentação foi muito ruim, porque a gente teria que estar forçando a comida para não deixar o organismo da gente perecer, mas teve dias que mesmo você comendo dava ânsia de vômito não conseguia sentir o cheiro de nada, mas mesmo assim na hora de comer dava ânsia”. Antes de ir consultar, Pedro sentiu dor de cabeça muito forte, mal estar e tontura, e passou quase o dia todo na cama por conta dos sintomas.

Em quase toda a entrevista, o morador de Irati apresentou uma tosse seca, que ele explica que é sintoma da doença, e mesmo que quisesse segurar não consegue, ele também comenta que a noite fica pior, e é difícil de dormir pois incomoda muito. Ele disse que parece muito com gripe, mas é bem pior. “Todos os sintomas são de gripe, e parece muito, mas, na verdade, não é. As pessoas dizem: é uma gripezinha, que vai passar, mas ele (vírus) é bem mais forte”, observa.

Nesta semana já estou bem melhor, graças a Deus já sinto uma boa recuperação, estou me sentindo muito bem.

Pedro

Pedro tem três filhos, e eles não moram com ele, por isso, quando começaram os sintomas solicitou que não fossem visitar, assim como avisou seus amigos. A única saída de casa que precisou fazer foram as idas aos locais de Saúde para verificar a doença. Também, nesta semana, a esposa dele apresentou alguns sintomas, e fez o teste, é Pedro que a levou ao Joaquim Zarpelon para realizar o exame, e por isso precisou sair, mas ficou no carro aguardando. Caso o teste dela seja positivo, Pedro ficará mais 14 dias em quarentena, mesmo que a dele acabe neste sábado (4).

Em relação ao atendimento que teve nesse dias, Pedro explica que não gostou da logística, pois, precisou ir a vários lugares para fazer todos os exames necessários. “Acredito que com a pandemia do jeito que está deveria ser mais focalizado, a pessoa chega a um determinado lugar, e ali já deveria sair com o exame, medicação e ir direto pra casa, mas não, ai a gente fica andando e pode se proliferar mais esse vírus, e ainda demorou 10 dias para sair o resultado”, conta.

Por ser autônomo, esses dias em casa acabam atrapalhando os serviços, mas Pedro comenta que tem uma reserva e fica em contato com os meninos que trabalham para ele, que também estão sendo monitorados, para que quando voltar ao normal possa trabalhar tranquilamente.

Pedro deixa uma mensagem aos pacientes que contraíram o vírus, “para que informem todos os contatos, os que lembrarem, que estiveram presentes, que estavam próximos para que, assim, todos possam saber dos sintomas e qualquer dúvida procurar um médico. Acho que é só assim que isso vai diminuir”, finaliza.

Assista a entrevista em vídeo.

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