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O caso ocorreu no município de Imbituva, região dos Campos Gerais, no último dia 16 de abril. A denúncia foi protocolada na segunda-feira, 5 de maio, e inclui ainda acusações de descumprimento de medida protetiva de urgência e desobediência à autoridade policial.
Foto: Arquivo

Redação

Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da Promotoria de Justiça de Imbituva, apresentou denúncia formal contra um homem de 38 anos por tentativa de homicídio qualificado, após ele ter supostamente diluído cocaína no leite ingerido por seu filho de apenas um ano de idade.

Conforme as investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, o crime aconteceu quando a mãe da criança, de 22 anos, deixou o bebê sob os cuidados do pai, apesar de estar ciente do histórico de uso de entorpecentes e bebidas alcoólicas por parte do homem. O acusado já era alvo de medidas protetivas devido a ameaças anteriores feitas à então companheira e ao próprio filho.

A criança sobreviveu ao envenenamento graças à intervenção da mãe, que, embora tenha demorado a buscar atendimento, levou o menino a um hospital, onde foi submetido a tratamento de desintoxicação. O Ministério Público sustenta que o crime foi cometido com agravantes, entre elas o motivo torpe, o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e o fato de a vítima ser menor de 14 anos — elementos que agravam a pena em caso de condenação por tentativa de homicídio.

Além do pai, a mãe da criança também foi denunciada criminalmente. Segundo a promotoria, ela teria exposto a vida do filho a perigo iminente ao deixá-lo com o pai em condições de vulnerabilidade e, ainda, por suposto envolvimento com tráfico de drogas. Durante as investigações, foi apurado que havia entorpecentes escondidos dentro de um urso de pelúcia pertencente ao bebê, e que a mulher tinha conhecimento da presença da droga no brinquedo.

O pai da criança foi preso preventivamente após o registro do caso e permanece custodiado à disposição da Justiça. A denúncia apresentada pelo Ministério Público segue agora para apreciação do Poder Judiciário, que deverá decidir pela aceitação ou não das acusações. Se aceita, o caso prosseguirá para instrução e julgamento.

O episódio provocou grande repercussão no município e reacendeu discussões sobre a proteção da infância, a responsabilidade dos pais e o papel das instituições na prevenção de crimes envolvendo vulneráveis. O Conselho Tutelar e a rede municipal de proteção à criança acompanham o caso. O estado de saúde atual da criança não foi divulgado oficialmente.

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