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Na foto, Bruno Rafael Maneira em frente ao Museu do Rio do Couro, Memória Italiana - Foto: Sthefany Brandalise

Bruno Rafael Maneira transformou sua paixão por antiguidades em um valioso espaço cultural, preservando a herança italiana na comunidade do Rio do Couro

Sthefany Brandalise

O jornal Folha de Irati visitou o Rio do Couro, interior de Irati, para conhecer o Museu do Rio do Couro, Memória Italiana, e conversar com o idealizador do projeto, Bruno Rafael Maneira, um jovem de apenas 17 anos que, com paixão e dedicação, criou um espaço para preservar a história da imigração italiana na região.

Bruno explica como surgiu a ideia de montar o museu. “Isso foi há uns 3 anos atrás. Eu desde pequeno gostava dessas antiguidades, e veio a ideia de montar esse espaço, aqui em casa tinha bastante coisa antiga, um tanto o povo daqui também doou com o museu. E é um museu da imigração italiana do Rio do Couro. Sempre gostei de passar meu tempo  me aprofundando mais sobre as coisas antigas e pesquisar sobre todos que viveram aqui”, disse.

Bruno também destaca as famílias italianas pioneiras no Rio Do Couro. “Que veio primeiro aqui no Rio do Couro foi da família Maneira, Camilo, Estoco, Campanharo, Longato e Feltrim. E também foram para outras localidades aqui de Irati”.

No museu, Bruno fez questão de trazer elementos que representam a tradição italiana. “Aqui a gente tem a Bandeira do Brasil e da Itália para representar a união dos países, e na parte de fora temos o estilo de como era antigamente, com a cerquinha, os bancos onde as grandes familias se reuniam, e as uvas, porque é um costume italiano ter uvas em volta das casas”, comenta.

O acervo do museu inclui diversos utensílios e objetos que remetem à imigração italiana. Alguns desses objetos já eram da família de Bruno e outros foram doados. “Aqui no museu tenho muitas coisas da minha família e outras que alguns parentes doaram. Tenho ferro de passar roupa, máquina de costura, livros de de oração, balança, talher pra mexer polenta, cerne de cortar madeira, máquina de fazer macarrão, brinquedos de madeiras, cama, roupas, louças, entre outros objetos bem antigos e tradicionais da cultuta”.

Ainda, Bruno compartilha uma curiosidade sobre os costumes italianos. “Outra parte interessante é que antigamente os italianos tinham o costume de usar a guaiaca, pois eles eram muito valentes, digamos assim, então colocavam o revólver, as balas, um facão e um canivete na guaiaca para sair”, disse.

Outro aspecto interessante destacado por Bruno é a variação nos registros de nomes. “Antigamente os nomes eram registrados diferentes, ou acontecia erro nos cartórios mesmo. Meu bisavô, por exemplo, foi registrado como o João Manera, mas como não ligavam antigamente, ele se assinava Maneira. Então o sobrenome verdadeiro era pra ser sem o ‘i’, mas com o passar do tempo os filhos foram registrados com o ‘i’, e assim com muitos sobrenomes”.

Para quem deseja visitar o museu e conhecer mais sobre a imigração, Bruno é bastante receptivo. “Aqui no museu da para chegar a qualquer hora, se eu estiver em casa atendo sem problema nenhum. Só não pode ser a noite, porque não tem luz, até porque antigamente não tinha luz”.

PRODUÇÃO DE VINHO

Além do museu, Bruno mantém a tradição italiana de produzir vinho, mas apenas para consumo próprio. “Aqui eu mantenho como antigamente, que era chão de terra, para ficar mais fresco e conservar o vinho. Antigamente o vinho era feito em uma bacia de madeira, e primeiro tinha que encher de água todo dia para a madeira e encharcar e não vazar o vinho. Depois colocava em um mastaroi, como os italianos falavam, que é tipo uma caixa  cheia de repartições pra pisar aquela uva e o suco descer. Depois deixava o cabinho da uva sabe ficar junto pra fermentar. Daí deixava sete dias ali e aquele bagaço da uva subia e ficava só o líquido lá embaixo. Depois passava nos garrafões, e a cada a 40 dias tinha que passar com a mangueira para outro um garrafão, e assim vai até o vinho estar bom para consumo”.

Bruno Rafael Maneira, com sua iniciativa de criar o museu, preserva e celebra a rica herança italiana do Rio do Couro, oferecendo um valioso mergulho na história e cultura da imigração italiana em Irati.

Para assistir a entrevista completa, acesse o Qr Code abaixo:

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