A versão definitiva do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) 2018 mostra que o Centro-Sul do Paraná foi a Região que mais cresceu no último ano. O VBP da Região somou R$ 5,8 bilhões, com variação nominal de 14%. Quando considera-se a variação absoluta do valor, o Centro-Sul fica atrás apenas do Oeste. Os dados, de agosto, são do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
Segundo o secretário Norberto Ortigara, o relatório final do VBP tem ajustes pontuais nos dados preliminares divulgados em junho, realizados após julgamento de recursos das prefeituras. Com isso, o valor total do VBP do Paraná passou de R$ 89,6 bilhões para R$ 89,8 bilhões, mantendo um crescimento nominal de 5%, redução em valores reais de 2% em relação ao ano passado, quando o VBP atingiu R$ 85,3 bilhões.
Os valores correspondem ao faturamento bruto dos produtores com a comercialização da safra 2017/18. Esse índice vai compor o Fundo de Participação dos Municípios, que é responsável por dividir a fração do ICMS destinada às cidades paranaenses.
Com relação ao Centro-Sul, que liderou o crescimento regional, o setor agrícola participa com 52% na formação do VBP, a pecuária com 38%, e produtos florestais com 10%.
Localmente, todos os setores tiveram variação positiva em relação aos dados de 2017, sendo que o maior crescimento foi do setor florestal, com 33%, acompanhando o movimento do setor na formação do VBP do Estado.
A técnica do Deral, Larissa Nahirny, diz que esses 33% representam o maior índice do setor entre as 10 regiões do Paraná. “Na pecuária, o Centro-Sul fica atrás apenas da Região Centro-Ocidental, com 11% de crescimento”.
Dentre os produtos que contribuíram para o crescimento do VBP da Região, estão a soja, o leite, produtos de serraria e laminadora, o trigo, as silagens e alimentação animal, a erva-mate, os bovinos de corte e a cevada. “A versão final do relatório do VBP, com a colaboração da análise dos técnicos dos núcleos regionais, nos permitiu uma visão mais ampla do desempenho econômico do Estado no último ano”, afirma o chefe do Deral, Salatiel Turra.
Entre os municípios do Centro-Sul, Inácio Martins lidera com crescimento de 40% de 2017 para 2018, de R$164 milhões para R$ 231 milhões, e ocupa o quarto lugar no ranking de produção florestal no Paraná, atrás de Telêmaco Borba, General Carneiro e Cruz Machado. Aproximadamente 87% do VBP de Inácio Martins vem de produtos florestais. “O uso do solo neste município é notadamente florestal, com mais de 75% de sua extensão territorial coberta por florestas, nativas ou plantadas”, explica engenheiro florestal do Deral do Núcleo Regional de Irati, Pablo Signor. Entre os cinco principais produtos agropecuários do município, estão serraria e laminadora, erva-mate, lenha, soja e papel e celulose.
ERVA-MATE
O Centro-Sul, que participa com 22% da produção de erva-mate paranaense, registrou o maior crescimento da cultura em relação a 2017 (61%), de R$ 81 milhões para R$ 130 milhões. “Apesar da diminuição de área, houve renovação dos ervais nativos, tornando-os mais produtivos e com bom potencial, principalmente nos municípios de Pitanga, Santa Maria d'Oeste e Boa Ventura de São Roque, que apresentam maiores áreas e que se situam mais próximas as Ervateiras de Pitanga e Santa Maria d' Oeste”, explica o técnico do Deral do Núcleo Regional de Pitanga, Danilo Sens.
CEVADA
A cevada integra 63% do VBP do cereal do Estado, e o índice aumentou 53% na Região: dos R$ 68 milhões de 2017 para R$ 104 milhões em 2018. Todas as variáveis que interferem no resultado do VBP foram positivas nessa cultura, desde o aumento da área plantada, da produtividade até os preços médios.
OUTROS DESTAQUES
Embora não tenham participação tão expressiva na economia da Região Centro-Sul, outros produtos também tiveram bons resultados no último relatório do VBP. É o caso do papel e celulose, cuja produção aumentou 102%, em movimento oposto à principal Região produtora, que é a Centro-Oriental, onde a produção diminuiu 18%