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Filme produzido por Raíssa Negroni será lançando no dia 21 de novembro; obra retrata a arte de rua e vivências culturais em espaços públicos da cidade com artistas nômades
Foto: Divulgação

Assessoria

No dia 21 de novembro, o curta-metragem Horizonte Interior será lançado em Irati, trazendo uma visão poética e profundamente pessoal sobre a cidade, sua cultura de rua e a relação de uma artista com o território urbano. O filme, com sessões às 19h30 e 20h no Cine Clube do Clube do Comércio, é resultado de um estudo cartográfico e artístico da cidade, guiado pelo olhar de Raíssa Negroni, artista de rua, malabarista e moradora de Irati.

O projeto foi contemplado pelo Edital nº 001/2023 “Dona Hermínia”,  mistura ficção e autobiografia para retratar a cidade, suas ruas e as trocas culturais que aconteceram nos espaços públicos no contato com artistas viajantes que passaram pela cidade. Para Raíssa, o curta-metragem é uma extensão de suas experiências de vida e sua trajetória na arte urbana.

“Tentei trazer para o vídeo principalmente os espaços nos quais tive trocas culturais com amigos viajantes, que me ensinaram sobre sobrevivência nas ruas e autoconhecimento. Esses espaços fazem parte da minha trajetória e do que Irati representa para mim”, comenta Raíssa.

Iniciada no circo de rua durante a pandemia, Raíssa desenvolveu um interesse pela arte urbana e ativismo por meio da arte após seu contato com a artista britânica Lottie Child, em uma vivência chamada Street Training. Esses elementos transformam sua pesquisa em arte contemporânea e poéticas urbanas, utilizando o semáforo como espaço de intervenção artística.

Durante o isolamento social, Raíssa, através da Arena Cultural, em parceria com a produtora Circronicas, de Minas Gerais, realizaram uma mostra de videoarte no YouTube chamada Cidades Distantes Horizontes Interiores. Segundo a artista, Horizonte Interior é uma continuidade desse projeto, explorando ainda mais as questões culturais e de identidade no espaço público.

No curta a artista/professora/produtora traz uma referência do filósofo trans Paul Preciado que nos apresenta uma teoria de que pessoas que migram e pessoas trangêneros trazem questionamentos e desafios centrais para pensar a política global contemporânea. 

“Não à toa a arte de rua foi refúgio para mim durante o isolamento social, mesmo entendendo a periculosidade do espaço público na pandemia, precisava de conforto no período que chamo de pós transição de gênero. Minha vida mudou radicalmente nos últimos anos e entendi que imigrantes entendiam muito o que estava passando, quando li Preciado entendi que, mesmo sendo muito questionada, minha intuição me colocou no lugar certo. Meu projeto enquanto artista prevê a criação de relações estreitas entre arte-vida e pude ver na comunidade do circo de rua um modelo radical daquilo que esbocei na universidade como proposta de Live Art”.

Outra referência é Paulo Leminski. A artista parafraseia um poema de Leminski da seguinte forma: “Palpite, o Semáforo é o Limite”. Entende que dentro do contexto de artes cênicas, o semáforo é uma lugar radical e fronteiriço para se pensar o que é e o que não é arte, da mesma maneira que o poeta vê os grafites na rua. 

Horizonte Interior oferece uma nova forma de enxergar a cidade e os artistas que usam da rua para suas manifestações, ao mesmo tempo em que reforça a importância do reconhecimento e da humanização das pessoas trans e dos artistas de rua, grupos muitas vezes marginalizados pela sociedade. O filme oferece ao público uma nova perspectiva sobre a arte, a cidade e as identidades que nela circulam.

Raíssa, além de artista do filme, criou o roteiro é também produtora do projeto que tem sob coordenação o administrador e design gráfico  Andrey Pereira que também assina o projeto visual. As captações das imagens e edição ficaram por conta de Jhon Bueno L.

No edital da PAulo Gustavo de Irati Raíssa Negroni recebeu premiação por sua trajetória cultural na cidade de Irati, Foi produtora no podcast “Foi aqui que peguei meu Axé”, participou como bailarina e oficineira de contrapartida no documentário do coletivo SOMA e também participou do documentário Âmago, que fala sobre a cultura feminina na economia criativa.

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