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A pequena Vitória passará seis meses no intercâmbio e pretende focar ainda mais nos estudos
Ganhando o Mundo: um projeto para todos!
Foto: Esther Kremer

Esther Kremer

No município de Rebouças, uma jovem estudante embarcou em uma jornada que mudará sua vida. Vitória, de apenas 15 anos, foi selecionada para participar do programa de intercâmbio “Ganhando o Mundo”, do Governo do Estado, e no domingo (02) ela embarcou para a Nova Zelândia, onde passará seis meses aprofundando seus estudos e conhecendo uma nova cultura.

A história de Vitória é marcada por esforço e dedicação. Criada pelo avô, Antônio Carlos Martins e pela avó, Teresinha do Rocio Martins (in memoriam), desde o nascimento, ela sempre se destacou pela sua disciplina e pelo compromisso com os estudos. Segundo Antônio, a neta sempre teve notas exemplares e nunca faltava às aulas, demonstrando interesse e determinação. “Ela sempre foi muito dedicada, acordava cedo, estudava e se esforçava, nunca falta aula, pode estar chovendo, calor, ela não falta”, conta o avô.

A seleção para o intercâmbio exigiu notas altas, participação em monitorias e um bom desempenho no idioma inglês no Inglês Paraná, critérios que Vitória cumpriu. “A música me ajudou muito a aprender inglês. Sempre gostei da língua e me dediquei bastante”, relata a estudante.

A escola onde Vitória estudou desde o sexto ano, Escola Estadual Profª Maria Ignácia, também teve um papel fundamental em sua trajetória. Professores e diretores acompanharam seu crescimento e incentivaram sua inscrição no programa. A diretora da instituição, Marisa Ratzlaff Milleo, que esteve com a jovem até o momento do embarque, destaca a importância do apoio coletivo. “Desde que soubemos da seleção, toda a escola se mobilizou para ajudar. Foi uma verdadeira força-tarefa para garantir que ela pudesse embarcar tranquila. Vitória sempre foi uma aluna exemplar e merece essa conquista”.

Ainda sobre o empenho da aluna e a sensação de dever cumprido, enquanto escola, a diretora diz que “é realmente de conquista, de vitória e, acima de tudo, de superação. É sinal que nós, enquanto escola, nós, enquanto professores, estamos no caminho certo. Estamos fazendo o nosso dever que é permitir que o aluno siga em frente. Então, esse é o objetivo de superação, porque todos têm a mesma oportunidade, mas só alcança realmente essa oportunidade, essa vitória, aqueles que querem. E a Vitória foi uma que quis ir além”. 

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Foto: Esther Kremer

LEMBRANÇAS COM SAUDADE

Sobre a história de superação da pequena Vitória, é algo que realmente merece destaque. Ela foi criada pelos avós, que são considerados por ela como pai e mãe. Ambos criaram a menina desde os primeiros dias de vida e, hoje, o avô possui a guarda legal da neta. “Bom, a Vitória, quando nasceu, ela já ficou aqui em casa, nós a criamos, eu e a minha esposa, que faleceu, vai fazer quatro anos agora, no período daquela crise da Covid, nós a perdemos, foi difícil. A Vitória estava com 12 anos e hoje ela está com 15, e fomos seguindo em frente, não tinha outro jeito, tinha que ir. Quando a Vitória chegou, nós vimos que, a minha menina (filha), não tinha condições, então já seguramos a Vitória aqui e ficamos. E eu tenho a guarda definitiva dela, tudo certinho, papel e tudo”, relata Antônio.

Quando perguntado sobre as boas lembranças de quando Vitória era pequena, o avô conta que “boa mesmo foi para mim, para ela não. Eu sempre usei barba, um dia fui no barbeiro, cortei o cabelo, fiz a barba, cheguei e foi um ‘griteiro’ dela dizendo não era eu, ela já era grandinha, tinha uns três anos, quatro anos, mas correu. Não reconheceu”, conta.

Para Vitória, uma das melhores lembranças da infância é “o dia que eles me ensinaram a andar de bicicleta. Foi muito legal, porque eles tiraram as rodinhas da minha bicicleta e colocaram eu para andar. Quando eu consegui, fiquei gritando, pulando da alegria. Todo mundo ajudando e eu andando de bicicleta. Foi especial e foi a mãe que ensinou”, comenta a menina.

Vitória e Antônio também comentam com saudade de Teresinha, que já não está mais entre eles, porém sempre viva nas lembranças e na memória de todos. “Saudade. Muita saudade dela. Porque ela me ajudava em tudo. Ia na igreja com a mãe, três vezes por semana, então sinto muita falta dela. Mas sei que ela está orgulhosa de mim e do quanto me esforço nos estudos”.

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Foto: Esther Kremer

O EMBARQUE E A SOLIDARIEDADE

Apesar da alegria pela conquista, a despedida foi um momento de emoção. Antônio, que sempre esteve ao lado da neta, sabe que sentirá sua falta, mas acredita que a experiência será essencial para o futuro dela. “Coração tem que segurar. Seis meses sem a companheira de pesca, nós vamos pescar direto. Ela pesca bem, é campeã. Teve um dia em que eu e ela fomos em um riozinho, e ela pegou dois ‘bagrão’ e quatro traíras, eu peguei duas traíras. Então ela dá um baile aí. Vou sentir saudades”, conta o avô emocionado.

A comunidade também demonstrou apoio, principalmente com a empresa Compensados Drabecki, onde Antônio trabalha há mais de 30 anos, contribuindo para viabilizar a viagem. “Quando soubemos da história, ficamos emocionados. O Antônio sempre foi um excelente funcionário, e sua neta merece todo o apoio. Estamos felizes em fazer parte dessa conquista”, declarou André Portella, representante da empresa.

Os proprietários da empresa, Eliana Maria Bueno Drabecki Moreira e Nereu Ramos Moreira Filho, prestaram toda a ajuda possível para Vitória, até mesmo na compra de roupas, malas de viagens, presentes para a família que Vitória ficará hospedada na Nova Zelândia, e itens essenciais de higiene e medicamentos. Segundo André, “nós, enquanto empresa, sempre tivemos um cuidado muito grande com a educação, a gente sempre teve projetos voltados para a educação e saber de uma realidade com uma filha do colaborador nosso, sabendo do histórico da Vitória, de tanta dedicação no colégio e ela está indo pra esse desafio, a gente ficou muito orgulhoso, saber que em Rebouças nós temos alunos muito dedicados, independente da classe social”, disse.

Agora, a jovem se prepara para sua nova jornada, cheia de expectativas. “Quero conhecer a cultura, aprender mais e aproveitar cada momento. O primeiro lugar que quero visitar é a praia”, conta Vitória, entusiasmada. Com garra e determinação, ela parte para um novo mundo, levando consigo o orgulho da família, da escola e de toda a cidade de Rebouças. Seu nome não é por acaso: Vitória já venceu, e essa é apenas mais uma etapa de sua brilhante caminhada.

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