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Hélio possuía um mandado de prisão preventiva expedido desde terça-feira (07) e era considerado foragido pelas autoridades
Hélio era vereador no município desde 2003 e no momento, em seu sétimo mandato consecutivo, atuava como presidente da Câmara. Foto: Câmara de Vereadores de Irati.

Leticia H. Pabis

Na tarde desta quinta-feira (09), por volta das 13h, Hélio de Mello (PL), ex-professor e ex-vereador de Irati, se apresentou à cadeia pública de Guarapuava após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele era considerado foragido desde a última terça-feira (7), quando o mandado foi expedido. A informação foi confirmada pelos delegados da 41ª Delegacia de Polícia Civil de Irati, Gabriel Moura Marinho e Rafael Rybandt.

A medida faz parte de uma investigação que apura crimes sexuais cometidos contra adolescentes do sexo masculino pelo mesmo enquanto era professor no Colégio Estadual do Rio do Couro, interior de Irati, entre os anos de 2017 e 2024. A denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) enumera 28 fatos relacionados aos crimes praticados. Hélio agora responderá pelos crimes de estupro de vulnerável, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, importunação sexual e assédio sexual.

A Folha de Irati entrou em contato com o advogado Ricardo Mathias Lamers, que defende Hélio, e o mesmo relatou que “o Sr. Hélio de Mello sempre esteve à disposição das autoridades, conforme comunicou formalmente no curso das investigações. Tão logo tomou conhecimento, pela imprensa, da existência de um mandado de prisão, compareceu para que a ordem fosse cumprida”.

Além de Hélio, sua irmã, que já atuou como diretora da escola onde ele lecionava, também foi denunciada. No exercício da função, ela teria tomado conhecimento de parte dos abusos e não adotou providências.

Segundo as investigações, os atos foram praticados tanto nas dependências do colégio rural em que ele trabalhava como professor de educação física quanto fora do ambiente escolar, oferecendo presentes ou pagamentos como forma de obter encontros ou o envio de imagens íntimas das vítimas.

Investigações

As apurações começaram em 5 de agosto deste ano, quando o Conselho Tutelar do Município recebeu uma representação anônima relatando que o professor havia abusado sexualmente de adolescentes. A partir dessa denúncia, foi formada uma força-tarefa com participação do Conselho Tutelar, Promotoria de Justiça de Irati, secretarias municipais de Assistência Social e de Educação, Núcleo Regional de Educação e Delegacia de Polícia Civil.

O grupo passou a reunir informações e colher depoimentos para embasar o inquérito policial e a denúncia apresentada pelo Ministério Público. As investigações abrangem ocorrências registradas ao longo de sete anos e seguem sob responsabilidade da Justiça e dos órgãos de segurança pública.

Hélio, que era vereador no município desde 2003 e no momento, em seu sétimo mandato consecutivo, atuava como presidente da Câmara de Vereadores de Irati, entrou com um pedido de afastamento de suas funções por 90 dias, alegando problemas médicos, entre o final de agosto e início de setembro. Com o decorrer das investigações, no dia 9 de setembro, Hélio renunciou ao cargo.

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