Esther Kremer
Irati, Rio Azul e Teixeira Soares são cidades tomadas por contos populares e, para homenagear cada uma delas, trazemos histórias que são passadas de geração em geração
Na comunidade de Marumbi dos Elias, interior de Rio Azul, existe um olho d’água, considerado por muitos o local onde São João Maria esteve, abençoou e curou muitas pessoas. Hoje em dia o local ainda é visitado e a capela existente no lugar foi construída por graça alcançada.
Romualdo Surmacz é um historiador da cidade, também é produtor dos três filmes que fizeram sucesso na região “No Meu Tempo Era Assim 1, 2 e 3” e, agora, está produzindo o filme sobre a vida de São João Maria. Ele contou sobre passagens, milagres e a história do monge.
“São João Maria foi uma pessoa muito importante e deixou o seu marco, foi uma pessoa que apareceu na região e aos poucos chegou nas comunidades do município. Para muitos era considerado um homem santo, para outros era apenas um andarilho. Mas existem relatos sobre a sua santidade.
Na comunidade de Marumbi dos Elias, existe o relato de que um morador teria chego no olho d’água e estava muito doente, pois estava com as pernas todas machucadas, cheias de feridas e alguém da comunidade, que tinha visto o João Maria, comunicou a família. Trouxeram a pessoa até ele e ele fez uma benção, deu a graça da cura, tirou um pouco do barro que existia dentro do olho d’água e passou nas pernas da pessoa que estava doente. Poucas horas depois, passaram-se as dores e em um curto período a pessoa já estava curada, alcançou esta graça.
Outro causo é em relação a uma pessoa que duvidou do profeta. As pessoas estavam reunidas em torno do olho, para batizar, ouvir as palavras, serem curadas e chegou está pessoa, pois sempre existe alguém que duvida. João Maria, em suas palavras, dizia para que as pessoas não duvidassem, pois ele pregava a palavra de Deus e que ele queria o bem de todos, mas a pessoa não acreditou, saiu falando que era mentira e no dia seguinte, quando foi pegar os seus animais para dar início ao serviço, um deles faltou, era a melhor égua que ele tinha, quando viu ela estava com o pescoço quebrado, acabou dando um pulo errado e, infelizmente, tinha morrido.
Onde o João Maria passava, ele não se abrigava nas casas, ele raramente pedia algumas coisas, geralmente ele achava lugares bonitos onde passava a noite. Em um determinado momento, estava aprontando um temporal muito grande e uma família, que morava próximo onde ele estava, o enxergou, mas não sabiam quem ele era e o homem correu até lá e disse ‘senhor, saia dai pois um temporal está vindo, está árvore pode cair, vai te molhar e apagar a fogueira’ e o Seu João, como era um homem sábio, virou-se para ele e disse ‘homem, coloque Deus na tua frente, eu vou fazer uma oração e não vai vir um temporal, vai vir apenas a chuva que vocês precisam para a plantação’ e o homem saiu, voltou para a mulher e disse ‘este homem é louco, vai morrer com essa chuva’. A chuva realmente veio, chegou a ficar branco o tempo, mas quando passou eles olharam e a fumaça do fogo ainda estava perto da árvore, quando o homem saiu da casa para visitar a sua mãe em outra comunidade, passou por frente e viu que a árvore estava molhada, pois pingava gotas de água, mas a fogueira estava acessa e João Maria não estava nem um pouco molhado. Depois disso, as pessoas começaram a se juntar em multidões para ir atrás dele, ouvir suas palavras, alcançar graças e milagres”.