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Simulação testa resposta das equipes de segurança e resgate
Foto: Esther Kremer

Esther Kremer

Um grave acidente, envolvendo um ônibus e um caminhão-tanque carregado com ácido sulfúrico, parou a BR-277 em Irati na manhã desta quinta-feira (25). O cenário, felizmente, não era real, mas um simulado de emergência promovido pela concessionária Via Araucária, em parceria com diversos órgãos de segurança e saúde. O exercício mobilizou mais de 80 profissionais e contou com a participação de figurantes representando 40 vítimas, em situações de diferentes níveis de gravidade. A ação também contou com a presença do aeromédico do SAMU.

A atividade faz parte do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e do Plano de Ação de Emergência (PAE), além de integrar a programação da Semana Nacional do Trânsito. Durante a operação, equipes testaram, em tempo real, protocolos de resposta diante de um cenário de alta complexidade, o vazamento de produto químico perigoso e múltiplas vítimas, exigindo ações simultâneas de resgate, triagem, transporte e descontaminação.

O coordenador operacional de Resgate da Via Araucária, Marcelo Silva, pai de uma criança que foi figurante no cenário, lembrou que todo o simulado é feito por meio de protocolos para garantir a segurança real de todos os envolvidos. “Nós seguimos protocolos rigorosos no atendimento e, ao colocar até meu filho como figurante, mostramos a importância de treinar de forma próxima da realidade, trazendo experiência às equipes e segurança para a população. O simulado como um todo foi pensado e desenvolvido para melhorar o atendimento das equipes”, afirmou.

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O médico da equipe de Resgate da concessionária, Bruno Fonseca, que participou de todo o exercício, destacou que o ponto central foi a integração entre os diferentes serviços. “Quando existe um evento de grande proporção, como esse, com várias vítimas, o mais importante é a interação entre as equipes. É isso que faz toda a diferença na vida das pessoas”, avaliou.

Segundo a capitã do 6º Companhia Independente Bombeiro Militar, Carla Spak, a simulação foi fundamental para integrar os órgãos envolvidos. “Além de atender múltiplas vítimas, tivemos a presença de um produto perigoso. Nessas situações, o Corpo de Bombeiros assume a coordenação do incidente, mas o sucesso depende da atuação articulada de todos os parceiros. O simulado permite verificar pontos de melhoria e preparar cada equipe para atuar com excelência em uma situação real”, destacou.

ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA

Entre os recursos mobilizados estavam ambulâncias da Via Araucária, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde de Irati, SAMU, viaturas de inspeção de tráfego, guinchos, veículos do Corpo de Bombeiros, da PRF e da Guarda Municipal, Defesa Civil municipal e estadual, IAT (Instituto Água e Terra), DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), além da aeronave do SAMU.

O SAMU participou com equipes terrestres e com o helicóptero aeromédico. O coordenador de enfermagem, Alisson Fanha, explicou que o exercício também serviu para treinar o acionamento das aeronaves. “O aeromédico foi mobilizado como ocorreria em uma situação real, por meio da central de regulação. No simulado, transportamos uma criança em estado grave. É esse tipo de vivência que garante a segurança e eficiência quando a emergência acontece de fato”, explicou.

Foto: Esther Kremer

A Polícia Rodoviária Federal também participou ativamente da simulação. Para a policial Lídia Rocha, o alinhamento entre os órgãos é fundamental. “Um acidente dessa gravidade, com produto perigoso e ônibus lotado, pode ter dezenas de vítimas graves ou fatais. O treinamento garante que todos estejam alinhados, preparados e prontos para agir de forma conjunta, sem improvisos”.

TREINAMENTO QUE SALVA VIDAS

O coordenador da Área de Segurança do Trabalho e Segurança Viária da Via Araucária, Ismael Pires, detalhou que o cenário foi planejado para ter alta complexidade. “Unimos um veículo de grande porte transportando produto perigoso e um ônibus lotado de passageiros. A ideia é aproximar ao máximo de um acidente real, garantindo que as equipes estejam prontas para atuar com segurança. Além disso, a simulação serve para treinar protocolos de estabilização do veículo antes de retirar as vítimas”, disse.

Foto: Esther Kremer

A vice-prefeita de Irati e médica Larissa Mazepa reforçou a importância do treinamento para a rede hospitalar. “Em um acidente com dezenas de vítimas, precisamos definir rapidamente para onde cada paciente será encaminhado, conforme a gravidade dos ferimentos. Isso pode significar a diferença entre sequelas graves e a preservação da vida. Uma vítima de traumatismo craniano, por exemplo, precisa ir direto para um hospital de referência. Esse tempo de resposta é o que salva vidas”.

Além dos profissionais, estudantes e colaboradores, os figurantes também tiveram destaque no simulado. Luana de Fátima Candeu, que trabalha no Centro de Comando Operacional da Via Araucária, simulou uma mãe com filho gravemente ferido no acidente. Para ela, a vivência foi marcante. “Trabalhamos acompanhando incidentes à distância, mas estar do outro lado, sentindo a emoção e o desespero, foi uma experiência que levarei para a vida. Isso mostra que, em situações reais, pessoas não capacitadas podem atrapalhar o trabalho dos socorristas”, relatou.

O exercício foi acompanhado de perto por moradores, autoridades e convidados, em tendas montadas pela concessionária ao lado da rodovia. Para garantir a segurança, a marginal da BR-277 ficou totalmente interditada desde a tarde do dia 24 até as 14h do dia 25 de setembro.

Foto: Esther Kremer

Para os organizadores, o principal objetivo foi reforçar que simulados não são desperdício de tempo ou recursos, mas sim um investimento direto em salvar vidas. “Uma vida não tem preço”, resumiu a vice-prefeita Larissa Mazepa, destacando que quanto mais preparados estiverem os órgãos envolvidos, maior a chance de reduzir vítimas fatais e sequelas graves em acidentes reais.

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