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Aprendizado adquirido no Chile trouxe reflexões sobre o papel do diretor e da liderança pedagógica – Foto: Reprodução

Maria Amélia Ingles, diretora formadora, compartilha sua experiência, destacando a importância do programa para a melhoria das práticas de gestão escolar

Sthefany Brandalise

Em 2023, o Governo do Estado lançou o programa “Diretor Formador”, uma iniciativa que visa fortalecer a formação dos líderes das escolas. Maria Amélia Ingles, diretora do Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, de Irati, fez parte do projeto piloto do programa e atualmente é diretora formadora, colaborando com o desenvolvimento de diretores de diferentes instituições. Em entrevista à Folha de Irati, ela compartilha sua experiência, destacando a importância do programa para a melhoria das práticas de gestão escolar e o desenvolvimento pessoal e profissional dos diretores.

Segundo Maria Amélia, a criação do Diretor Formador foi uma resposta ao anseio dos próprios diretores, que buscavam cursos específicos de gestão, mas, até então, tinham acesso apenas a capacitações voltadas para suas áreas de formação.“Isso era um pedido nosso ao Governo do Estado, e ele atendeu, fez em forma de projeto piloto e hoje é um programa consolidado. Nós temos cerca de 3 mil diretores cursando o diretor formador e trocando experiências, o que é muito legal. É um programa excelente, eu sou fã”, diz.

Maria Amélia também teve a oportunidade de participar de um intercâmbio educacional no Chile, como uma das cinco representantes do Núcleo Regional de Educação de Irati, com a missão de vivenciar práticas educacionais bem-sucedidas no país sul-americano. “Esse intercâmbio tem o objetivo de formação, e fez com que a gente vivenciasse como é a educação no Chile. Para participar teve um edital com vários critérios, como nível do IDEB, provas do SAEB, frequência escolar e o diretor com formação. Então, aqui do Núcleo Regional, fomos cinco. Tivemos também um curso antes de ir para o Chile, um preparatório de duas semanas com aulas todos os dias em espanhol nas disciplinas de liderança, profissionalismo, avaliação docente, frequência, feedback, todos temas que levam a uma liderança diferenciada”.

Ainda, Maria Amélia explica que o sistema educacional chileno difere do brasileiro em vários aspectos, incluindo a formação de professores. “No Chile nós tivemos aula na Universidade Diego Portales, que é bem conceituada e que faz várias formações para professores e diretores. Ficamos 15 dias lá, imersão total, andando de metrô, comendo no RU, participando das aulas e vivenciando as escolas. A gente fez várias visitas para ver como é e como se faz a educação no Chile. Nós vimos que para quem decide ser professor, a formação é consistente, a pessoa vai ser professor por escolha e não por falta de opção. Lá também para ser professor são três anos de prática, didática, conhecimento técnico e dois anos de vivência de escola. Não pode ser EAD, não existe EAD lá, e essa formação é uma formação muito consistente”, comenta.

O aprendizado adquirido no Chile trouxe reflexões sobre o papel do diretor e da liderança pedagógica, que, segundo Maria Amélia, vai muito além da organização burocrática e do atendimento a pais. “A bagagem que eu trouxe foi muito grande. Além de aprender muito houve uma autoavaliação enquanto profissional. A gente se questiona muito sobre a gestão, e lá aprendemos que a liderança pedagógica vai muito além de só organizar a parte burocrática, de ficar fazendo o atendimento aos pais, ela vai no fortalecimento do desenvolvimento profissional”, finaliza Maria Amélia.

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