Ana Mattos
Em 1º de maio de 1886, operários saíram nas ruas de Chicago, nos Estados Unidos, exigindo uma jornada de trabalho de oito horas diárias. Em pleno século XXI, quase 140 anos depois, trabalhadores enfrentam desafios muito diferentes, mas o 1º de Maio continua sendo uma data que carrega o peso da luta por dignidade no trabalho.
No Brasil, a comemoração do Dia do Trabalhador virou feriado nacional em 1925 e sempre teve forte simbolismo político. Em meio à Revolução Industrial, as reivindicações eram por menos horas no chão da fábrica. Em 2025, com o uso da tecnologia inúmeras formas de trabalhos estão surgindo, como por exemplo: desenvolvimento de software e análise de dados, gestão de TI e a atuação em áreas como cibersegurança e inteligência artificial.
Transformações e dilemas
Dados recentes do IBGE mostram que 39,2 milhões de brasileiros atuam na informalidade, sem carteira assinada, sem férias ou 13º salário. A tecnologia traz novas oportunidades, mas também pressiona por mudanças rápidas. Sem regulação, o risco é aumentar a desigualdade no mundo do trabalho. Ao mesmo tempo, cresce o movimento por qualidade de vida: pesquisas apontam que os trabalhadores mais jovens priorizam benefícios como flexibilidade de horário e bem-estar psicológico tanto quanto o salário.
O que pedem os trabalhadores em 2025
Este ano, atos em todo o Brasil reivindicam:
• Redução da jornada de trabalho sem redução de salário;
• Valorização do salário mínimo;
• Combate à precarização no trabalho por plataformas;
• Aposentadoria digna para todos os trabalhadores;
• Investimento em qualificação profissional para as novas tecnologias.
Se no passado o 1º de Maio era marcado por marchas e discursos inflamados, hoje as manifestações incorporam novas formas de protesto e comunicação, usando redes sociais e movimentos híbridos, que misturam online e presencial.
O perfil do trabalhador brasileiro também passa por mudanças, cresce o número de profissionais autônomos, freelancers e trabalhadores remotos, especialmente entre os mais jovens. A busca por maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a preocupação com a saúde mental ganham força nas reivindicações.