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Realizado desde 2020, o projeto é pautado em estudos avançados, tendo como pilar as novas tecnologias - Foto: Nilton Pabis

O projeto que está na 4ª edição foi um sucesso entre os produtores

Karina Ludvichak

A Associação de Fumicultores do Brasil (Afrubra), em parceria com a Embrapa, promoveu na quinta-feira (25) mais uma edição do Dia de Campo, reunindo agricultores de diversos municípios na comunidade de Restinga, em Imbituva. Através do projeto Feijão de Alta Performance, o evento tem como finalidade o aumento da produção a partir de práticas inovadoras de manejo e rotação de culturas.


O Dia de Campo Afubra contou com palestras ministradas por pesquisadores da Embrapa, que expuseram tópicos importantes para o projeto, oficinas de nutrição de solo, uso estratégico do mix de sementes para cobertura de solo e aplicação eficaz de defensivos no controle de doenças, pragas e plantas daninhas.


Realizado desde 2020, o projeto de pesquisa é pautado em estudos avançados, tendo como pilar as novas tecnologias e busca formas de manejo que tragam maior rendimento às cultivares de soja, feijão, milho e trigo.


De acordo com Lazaro Böck, gerente da Afrubra, em Irati e Imbituva, desde o ano de lançamento, o projeto segue protocolos rigorosos de cuidados com o manejo das culturas, visando um plantio sustentável. “Aqui a gente vem trabalhando desde a base, adubação, calagem, escolha dos materiais para produção, tanto das cultivares de milho, soja, trigo e feijão. Assim como, também, os mix de cobertura que são importantes para que a gente possa ter um ambiente produtivo, ou seja, estamos aqui construindo um ambiente produtivo para que essas cultivares possam expressar o seu teto produtivo, que é o que a gente busca. E assim levar mais rentabilidade aos nossos agricultores”, explica Böck.


Lazaro destaca que a tecnologia utilizada no projeto já vem sendo desenvolvida há mais de 50 anos, inclusive com início no Paraná, que é o plantio direto. “Aqui a gente tem o verdadeiro plantio direto, cuidando de todos os processos dessa implementação, então, o objetivo de fato é que a gente possa aumentar produtividade dos nossos clientes e também minimizar os riscos. A gente tem passado por um veranico, que é a falta de chuva e aqui, nesse ambiente (onde estão plantadas as cultivares do projeto), não tivemos problema nenhum com o veranico”, explica.


Böck conta que há dois anos eles fizeram um plantio, e em seguida ficaram um período de 15 dias sem chuvas, mas graças ao sistema de plantio do projeto as plantas conseguiram se desenvolver bem. “Aqui nós temos um solo preparado, um ambiente preparado, no qual permite que as plantas aprofundem suas raízes e possam burcas água e nutrientes, e assim seguir o seu ciclo mais natural e consiga buscar mais produtividade”, destaca.


Após quatro anos de projeto, Lazaro destaca que os produtores seguem cada vez mais as técnicas desenvolvidas na pesquisa; “Um dos pontos principais é justamente a questão dos mix de cobertura, ou seja, mudar um pouco o perfil da cobertura de solo, a gente já tem visto um aumento do uso dos produtores em relação a isso”, observa.


Ricardo Michel, gerente do agro-comercial Afubra, destaca que a lavoura 2023/2024 trouxe bons avanços aos estudos realizados, pelo fato de que só é possível entender como a planta se adapta em cada região observando a dinâmica climática do local no qual a mesma é cultivada. Ele também aproveitou o momento para falar sobre a importância das parcerias para a construção do projeto, já que o local onde os estudos são realizados pertence a um produtor rural que apóia a pesquisa e cedeu a propriedade para o plantio das cultivares e promoção anual do Dia de Campo.


“A Afubra trabalha com um grupo de fornecedores excelentes em todas as culturas”, disse Michel.


Ricardo explica que a Afubra foi fundada em 1955 e, desde o início, o propósito da Associação é o incentivo à diversificação das culturas, principalmente para que a renda dos produtores não fique ligada apenas a produção do tabaco ou qualquer outra cultivar exclusivamente. “Esses dias de campo que acontecem aqui em Imbituva […] são fundamentais para mostrar para o produtor, na sua localidade, o comportamento das plantas, a evolução e a atualização dos manejos que são muito importantes”, destaca.


VIVEIRO DE MUDAS
Além do trabalho realizado no campo com os produtores rurais, a empresa também conta com diversos projetos voltados para área florestal. Há mais de 30 anos, a Afubra fundou o viveiro de mudas agro-florestais, com destino final a cura do tabaco, feita através da queima de espécies exóticas como é o caso do eucalipto. Cleiton Calheiro, responsável pelo viveiro agro-florestal Afubra, participou do Dia de Campo expondo as espécies cultivadas no viveiro, e explica que conforme a empresa foi crescendo, a gama de plantas cultivadas foi aumentando e, atualmente, trabalham com mudas para reposição florestal, ornamentação, frutíferas, além das espécies agrícolas, na qual muitas são desenvolvidas em parceria com a Embrapa. “A gente trabalha com o que é multiplicado por mudas, claro que tem outras cultivares, outras espécies que são propagadas por sementes, que a rede de lojas também disponibiliza, mas o principal são as que se reproduzem por mudas”, destaca Calheiro.


Benício Albano Werner, diretor financeiro da Afrubra, destacou a importância do evento e das parcerias feitas ao longo dos anos. “Se queremos falar em resultado e retorno, temos que pensar em melhorar o nosso patrimônio que é o solo. A partir do solo vamos ter resultados”, disse o diretor dando ênfase à necessidade de seguir e respeitar o ciclo de produtividade das cultivares e constantemente realizar estudos na busca por melhorias das mesmas.


Marcus Aurélio Marangon, um dos palestrantes do evento, destaca que o Dia de Campo busca ensinar aos produtores que em cinco anos eles podem obter uma cultura de grãos de alta produtividade. Ele destaca que através da correção física e química do solo, a planta consegue se adaptar a épocas mais secas, pois busca a água. “Conseguimos fazer uma manutenção plena de culturas, e com isso nós trazemos vida para o solo, trazemos vida a microorganismos que não vivem aqui, e assim conseguimos um equilíbrio a essa biota, diminuindo doenças, pragas e ervas daninha”, disse.


O palestrando da Embrapa, José Luiz Dias, conta que os feijões do evento são do seguimento do feijão preto, pois é a maior demanda de consumo na região dos Campos-gerais. Além disso, a pesquisa também conta com o feijão carioca, que é o mais consumido no Brasil. José diz que o maior destaque do projeto é que o feijão de alta performance é adaptável e resistente a diversas doenças. “Temos as soluções para minimizar esses efeitos, através da Afubra nós temos os técnicos que tem as técnicas para diminuir os problemas causados por doenças”, disse.


Dias faz um alerta para que o produtor possa atingir uma boa produção: “Manejar o solo é imprescindível. Deve ter plantas de cobertura corretas, ter uma empresa especializada em fazer consórcio de plantas, que misture gramíneas e leguminosas. Essa associação de plantas enriquece o solo”.


Atualmente, a Afubra está presente em 25 municípios, com 29 lojas, e atende mais de 290 municípios nos três estado do sul do Brasil com uma equipe técnica de mais de 200 profissionais que atuam no campo. Por isso, cada vez mais a empresa investe em pesquisas e tecnologia.

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