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Além do turismo, o espaço carrega muito legado, amor e tradição familiar
Foto: Esther Kremer

Esther Kremer

A Cachoeira Dusanoski, localizada no Rio Azul, se transformou não apenas em um conhecido ponto turístico, mas também em um empreendimento familiar que atrai visitantes de diversas partes. Em entrevista exclusiva para a Folha de Irati, Andressa Dusanoski e Paulo Roberto Paluch, responsáveis pelo local, contaram sobre a história do espaço, que vem de uma herança e de muito trabalho familiar.

A história da Cachoeira Dusanoski é familiar, Andressa conta que herdou o terreno de seu pai, André Dusanoski, (in memoriam) e de sua mãe, Nelsi Dusanoski, e que os mesmos adquiriram o espaço após a venda do local pelo antigo proprietário, que mantinha um moinho na área. “Meu pai e minha mãe que adquiriram o terreno com muito trabalho e dedicação. Porém, o meu pai não tinha essa visão de empreender com o turismo. Até porque, na época, também não se falava em turismo”, contou Andressa.

No começo, a intenção não era empreender com o turismo, mas, com o aumento de visitantes e as sugestões de quem frequentava o espaço, a ideia de transformar o lugar em um negócio começou a ganhar forma. “Se hoje esse lugar é o que é, eu preciso agradecer ao Paulo, através dele que construímos tudo isso”.

EMPREENDIMENTO TURÍSTICO

O espaço, antes de ser cobrado, era gratuito para os visitantes. No entanto, conforme o número de pessoas aumentava, surgiram problemas, como o acúmulo de lixo e a falta de respeito de alguns visitantes, como por exemplo, o som alto. Foi a sugestão de uma visitante, que frequentava o local com frequência, que incentivou Andressa e Paulo a começar a cobrar pela visitação. “Até mesmo para dar um suporte para nós. Pois também tínhamos um trabalho com manter o espaço, recolher o lixo e também proporcionar mais comodidade aos visitantes”, comenta Paulo.

Inicialmente, a cobrança era para quem acampava, e o valor foi de R$10 por pessoa. Mais tarde, a taxa foi estendida à visitação, e hoje, a entrada custa R$ 10 por pessoa. “Para o próximo verão, os preços serão alterados, até porque pensamos em melhorar ainda mais a estrutura do espaço. Vai vir coisa nova, podem ter certeza que vai melhorar bastante”, disse Andressa.

Embora o turismo seja uma das fontes de renda da família, Andressa e Paulo ainda não dependem exclusivamente desse trabalho. A agricultura é outra atividade importante para garantir a subsistência da família. “O dinheiro que entra aqui, a gente reinveste nas melhorias do local. Muitas vezes não cobre os gastos”, afirma Paulo. No entanto, o casal enfrenta dificuldades devido à falta de incentivos e a necessidade de buscar parcerias e financiamentos. Além disso, o fluxo de visitantes está diretamente relacionado às condições climáticas. Durante o verão de chuvas intensas, por exemplo, a visitação diminui consideravelmente. “Depende muito do tempo. Se o verão for de muita chuva, as pessoas não vêm”, explica Andressa.

Apesar das dificuldades, ambos se mostram satisfeitos com o crescimento do local. Para Andressa, o trabalho no espaço tem sido uma forma de resgatar o legado de seu pai, que sempre foi apaixonado pelo lugar. “Eu me sinto muito privilegiada em cuidar desse espaço”, diz emocionada. Paulo, por sua vez, compartilha sua paixão pela natureza e pela história do local, destacando a ligação do pai de Andressa com o terreno e a importância que a cachoeira sempre teve para ele.

O SIGNIFICADO PESSOAL DO ESPAÇO

Andressa revela que, ao cuidar da cachoeira, sente como se estivesse realizando o desejo de seu pai. Recentemente, ela recebeu fotos antigas do local, o que a fez refletir sobre a importância histórica e emocional do espaço. “Eu em tenho palavras para expressar o quanto esse lugar significa para mim. Meu pai sempre cuidou deste lugar e, hoje, vejo com muito orgulho o quanto ele ficaria feliz de ver eu cuidando”, diz emocionada.

Paulo, que sempre foi apaixonado pela natureza, reforça a conexão que tem com a cachoeira e os moradores anteriores, incluindo o antigo dono que também se apaixonou pelo lugar. “Eu morei muitos anos em Irati e só depois conheci a Andressa. A gente sabe o quanto o pai dela era apaixonado por este espaço, e isso passou para nós. Não temos palavras mesmo. A gente cuida e melhora esse espaço, porque há muita paixão envolvida”, disse.

Em relação a criarem o filho Heitor Roberto Paluch em meio a um espaço tão significativo, Andressa diz que “ele gosta bastante, inclusive já está aprendendo a empreender conosco aqui na Cachoeira. Para nós é ótimo poder criar ele aqui e ter esse contato com a natureza”.  

– “Não temos palavras mesmo para falar sobre esse lugar. A gente cuida e melhora, porque há muita paixão envolvida” – Paulo Roberto Paluch

UM ALERTA PARA TODOS…

Apesar de ser um espaço familiar, para ser um escape da vida corrida da cidade. Andressa e Paulo se preocupam com a segurança dos visitantes e fazem alerta para todos que os que frequentam o espaço. “Não se brinca uma cacheira, dependendo da situação, ela pode ser pior do que o mar. No nosso caso, há uma área rasa enorme, porém em baixo da queda de água é fundo, cerca de 10 metros de profundidade. A gente sempre alerta, tem regras. Pense que você saiu de casa, mas a tua família te espera, precisa ter cuidado, não pular das pedras, não entrar pelos lados, pois não sabem a profundidade. Imploramos para que as pessoas se cuidem”.

Andressa também reforçou o alerta. “A gente abriu o quintal da nossa casa para vocês, então a gente pede para que vocês se cuidem e cuidem do espaço. Nós alertamos a todos, a cachoeira é a coisa mais linda, o perigo não está nela, mas na atitude de cada um que vem aqui”. 

Apesar dos desafios, Andressa e Paulo mantêm uma visão positiva para o futuro da Cachoeira do Zanoski. Ambos têm planos de continuar investindo em melhorias e buscam formas de tornar o negócio mais sustentável. Para eles, o local não é apenas um empreendimento turístico, mas um espaço com uma rica história e uma conexão profunda com a natureza. “É muito gratificante ver que o pessoal gosta do lugar e compartilha experiências positivas”, diz Paulo. A paixão pelo local e pela natureza é evidente, e, com o tempo, eles esperam expandir ainda mais as possibilidades de crescimento e desenvolvimento para a Cachoeira Dusanoski.

– “A gente abriu o quintal da nossa casa para vocês, então a gente pede para que vocês se cuidem e cuidem do espaço” – Andressa Dusanoski

De paixão familiar a empreendimento: Cachoeira Dusanoski se destaca no turismo
Foto: Arquivo Pessoal
De paixão familiar a empreendimento: Cachoeira Dusanoski se destaca no turismo
Foto: Arquivo Pessoal

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