Até a data de quinta-feira (18), Irati está com 19 casos de coronavírus, sendo que no dia 02 de junho tinha apenas dois casos confirmados, assim, o município encara um aumento significativo da proliferação do vírus e a possibilidade do lockdown, trata-se do fechamento total do comércio e industrias.
O lockdow tem a finalidade de isolar aqueles que estão contaminados com o vírus, durante este período o paciente pode se recuperar e não transmite a mais ninguém a doença. Se o lockdown for decretado, deve durar no mínimo 14 dias, para ter efeito. As autoridades municipais não querem que isto aconteça, mas se a contaminação do vírus continuar avançando como está atualmente em Irati, esta medida terá de ser tomada.
O coordenador da sala de situação da Covid-19 de Irati e enfermeiro, Agostinho Basso, explica que Irati, dentro de 14 dias, teve um aumento de 950% de casos. “O que está acontecendo é muito grave, mostra que nesta semana tivemos um crescimento em espiral e exponencial, ou seja, aquilo que sabíamos que iria acontecer no mês de junho e julho, está acontecendo, que é o início do auge das contaminações. Na região sul o pico da doença está previsto para este mês, e de fato estamos caminhando para isso”, comenta Agostinho.
No Paraná 58.7% dos leitos de enfermaria ocupados, ou seja, mais da metade está sendo usado atualmente. “Os leitos de UTI estão com 41.3% ocupados no estado, porém, não quer dizer que a nossa referência, que é Ponta Grossa, esteja assim, pois o Hospital Universitário já está com 70% de ocupação dos leitos de UTI, o que é bem preocupante”, afirma o coordenador.
É visível que os casos da região irão aumentar cada vez mais, sendo que a 4a Regional de Saúde já registrou três óbitos, o que é considerado bastante pela equipe da Saúde, pois não há conhecimento suficiente sobre os comportamentos do vírus.
Agostinho faz um apelo à população, considerando os números de mortes, de leitos ocupados no hospital de referência e aumento desenfreado dos casos, que o lockdow se aproxima. “Ninguém gostaria disso, então pedimos, principalmente, aos empresários e donos de indústrias, e a população em geral para que façam o possível para prevenir a proliferação do vírus. Para que tomem todos as medidas de higiene, cuidem das filas, dentro e fora dos estabelecimentos”, completa o enfermeiro.
O aviso fica reforçado, também, para os idosos que permaneçam em suas casas, saiam apenas por extrema necessidade. Da mesma forma que as crianças devem permanecer em suas casas e todos os que fazem parte do grupo de risco. “Temos os decretos que proíbem a entrada de crianças em comércios, os parques e praças já estão fechados, estamos vivendo uma pandemia, e isto é muito sério. As pessoas que possuem comorbidades, devem se cuidar ainda mais, pois o perigo de agravamento da doença é muito maior”, explica Basso.
De acordo com Agostinho, Irati é um polo regional, assim os municípios vizinhos acabam vindo fazer suas compras, usar serviços bancários, serviços de saúde, por isso as medidas de prevenção devem ser cumpridas rigorosamente.
“A nossa torcida é para que as pessoas que contraiam a Covid-19 não precisem de internamento, nem da UTI, pois a Santa Casa não tem credenciamento para atender esta doença, então os pacientes terão que ser encaminhados para Ponta Grossa, ou para Campo Largo e ficarão distantes de suas famílias”, complementa o coordenador.
Basso ainda reforça a importância de cumprir as ordens dadas no último decreto, em relação aos bares, onde as pessoas precisam tirar as máscaras para ingerir bebidas, o que aumenta a possibilidade de contaminação, além dos jogos e objetos que são compartilhados nestes ambientes. “Sabemos de proprietários de bares que não respeitaram o toque de recolher do município, isso é uma irresponsabilidade com toda a sociedade, assim como daqueles que insistem em frequentar estes locais neste momento”, disse.
Os donos dos estabelecimentos são responsáveis pelos seus colaboradores e por todos os seus clientes, no transporte coletivo deve ser exigido da mesma forma. Segundo Agostinho, ainda é possível perceber ônibus andando lotado em alguns horários e pessoas indo passear com crianças em lugares públicos, estas atitudes precisam ser mudadas, visto que muitas leis já foram decretadas em função da pandemia.
RECOMENDAÇÕES EXTREMAMENTE NECESSÁRIAS
Isolamento social; uso de máscara; higienização das mãos; uso de álcool gel; distanciamento social; contato mínimo possível com outras pessoas.
“O Hospital Albert Einstein já observou 30 mutações do vírus, só no Brasil, por isso é tão difícil chegar a uma vacina. Estamos diante de um inimigo invisível e não temos remédio para ele, por isso a única saída é o distanciamento social, a responsabilidade e a corresponsabilidade, para que consigamos sair bem dessa”, finaliza Basso.