Primos gaiteiros de Irati se destacam em competições pelo Brasil

Foto: Bárbara Gardin/Os primos juntaram os troféus, que somam mais de 60. Os dois competem em rodeios pelo Brasil na categoria gaita piano

Uma paixão que começou na infância levou os primos João Lucas Schemberk e Neto Pabis a conquistarem mais de 60 troféus em vários rodeios pelo Brasil. Os dois fazem parte do CTG Terra dos Pinheirais e competem pelo país representando Irati, mostrando os bons músicos que aqui residem.

Foram os avós que incentivaram ambos a gostarem da gaita piano. O avô sabia tocar, e a avó deu de presente a gaita para um quando pequeno. Isso fez com que os dois despertassem o gosto pelo instrumento.

Neto Pabis tem 21 anos, e iniciou na gaita piano com 11 anos. Foi com o avô e o tio, pai de João Lucas, que já tocavam o instrumento, que despertou em Pabis a vontade de aprender. Ele começou a fazer aula, e até hoje pratica. Para ele, o início foi o mais complicado. Como qualquer coisa que você vai fazer é complicado, exige muita persistência, muita dedicação, mas sempre tive um tempo só a isso, então foi complicado no começo, mas com dedicação e esforço os resultados foram aparecendo e a evolução foi surgindo, comenta o gaiteiro.

Neto ganhou sua primeira competição no Rodeio de Irati, em 2013, o primeiro que competiu. Ele, que já ganhou cinco vezes consecutiva nas terras iratienses, diz que sempre é emocionante quando vence. A emoção foi muito grande, porque desde que eu comecei a tocar gaita eu não queria competir, só aprender algumas músicas, para tocar em encontro de família, e nunca imaginava competir. A emoção é muito grande, observa.

É sempre uma emoção ganhar a competição, sempre tem aquele friozinho na barriga, porque é algo único, cada um é tem sua carga de emoção, de nervosismo, a emoção é sempre grande em todos os rodeios. Neto Pabis, gaiteiro

Já João Lucas Schemberk iniciou a carreira aos sete anos, desta vez foi a avó quem incentivou. Eu comecei brincando com uma gaitinha de brinquedo que ganhei da minha vó com quatro anos, e já saia alguma música, alguns sons. Com sete anos eu iniciei os estudos, com uma gaita de 24 baixos, e continuo estudando até hoje, comenta o gateiro, que atualmente tem 14 anos.

Schemberk também teve dificuldades no início, segundo ele. Mas depois da prática, aprendeu, e hoje também colhe os frutos deste conhecimento. Para ele, ganhar as competições em Irati é sempre uma emoção, e dá o melhor de si. A primeira vez que a gente vai em uma competição sempre dá aquele friozinho na barriga, mas a gente tenta fazer o trabalho sem deixar dúvida, de ir lá se apresentar e garantir, aí o resto é pela comissão avaliadora, observa.

Os pais de Neto e de João sempre acompanham os dois nos rodeios em que vão competir, tanto em Irati como os de fora. Vendo os filhos serem campeões e representarem Irati. Quando ele ganha a emoção é muito grande. Na hora que a gente leva eles para o CTG, já sente aquele frio, porque sempre tem uma adrenalina. A gente fica torcendo para eles acertarem, para que tudo dê certo, porque a gente conhece a música. E até hoje, graças a Deus, os resultados foram positivos, enfatiza Celso Pabis, pai de Neto.

Celso também se diz muito feliz com o desempenho do filho nas competições. Para mim foi muito gratificante, porque a gente sempre incentivou, os meninos quando foram crescendo foram tendo essa vontade de aprender a tocar. E hoje eles estão tocando bonito e fazendo bonito no Paraná inteiro, comenta.

COMPETIÇÕES

Foto: Bárbara Garidn/Os gaiteiros conquistam troféus pelos Brasil

Além do Rodeio Crioulo de Irati, onde os primos também conquistaram troféus na edição de 2018, ocorrida em julho, eles também já participam de outros eventos nacionais e estaduais, no qual foram campeões, como o Festival Paranaense de Arte e tradição (Fepart) e o Festival Nacional de Arte e tradição Gaúcha (Fenart). Os gaiteiros se dizem felizes em representar Irati nesses rodeios.

Irati sempre teve bons músicos, mas poucos que competem. O nosso professor foi um pioneiro nesse ramo de competição. Ele conseguiu ser campeão paranaense depois de dez anos competindo. E a gente veio seguindo esse caminho que ele traçou, e continuamos com o intuito de representar a cidade de Irati da melhor forma possível, comenta Neto Pabis.

Para João o sentimento é inexplicável quando se trata em representar a cidade e o CTG. É muito gratificante representar Irati, porque em cada concurso que a gente vai a gente está representando o CTG Terra dos Pinheirais, é uma emoção muito grande estar representando além de Irati também o estado do Paraná, conclui.

RODEIO DE VACARIA

EM 2018, os primos conseguiram competir em dueto, uma categoria inédita no Rodeio Internacional de Vacaria, no Rio Grande do Sul. Os dois conquistaram o segundo lugar, dentre grandes talentos nacionais no evento. A categoria foi criada para homenagear os músicos Irmãos Bertussi.

Para eles foi um momento único, que esperavam por muito tempo. A experiência foi muito bacana, porque a gente sempre quis uma categoria para tocar junto, e deu certo no rodeio da vacaria, onde tivemos a felicidade em conseguir o segundo lugar, comenta Pabis.

Foi uma emoção muito grande, porque sempre estamos disputando as individuais e agora com a gaita dueto, as duas gaitas juntos uma fazendo uma coisa diferente da outra na mesma música, foi uma experiência muito grande e bacana, disse o gaiteiro João Lucas.

Foto: Bárbara Gardin/ Os jovens competem pelos rodeios do Brasil representado Irati e o CTG Terra dos Pinheirais

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