Manifestação pede esclarecimentos sobre o fechamento do Colégio São Vicente em Irati

 Devido as últimas notícias divulgadas sobre o fechamento do Colégio Estadual São Vicente de Paulo, alunos, professores e diretoria da instituição realizaram uma passeata e manifestação contra o fechamento pelas ruas de Irati, na manhã da última segunda-feira (26). A principal reivindicação é a falta de comunicação com o Colégio. De acordo com a diretora, Margareth P. Antunes, não houve aviso prévio, somente constataram no sistema de matrículas sobre o fechamento. Ninguém avisou, fomos pegos de surpresa, até porque no final do ano letivo. O nosso contrato de locação vai até setembro de 2019. Então nós não imaginávamos de maneira nenhuma que essa situação estivesse ocorrendo novamente, porque já fizemos essa mobilização, disse a diretora Margareth P. Antunes. A primeira informação passada foi da transferência do Colégio São Vicente de Paulo, para a escola do Alto da Lagoa, porém a Secretaria de Estado da Educação (SEED) decidiu para o fechamento da instituição, que vai acontecer gradualmente. De acordo com o chefe do Núcleo Regional de Educação, Cleto Castagnoli, O principal motivo para o fechamento é a queda de alunos matriculados nos últimos anos. Hoje, a instituição de ensino conta com apenas 300 estudantes, entre ensino fundamental e médio. A diretora fala que desde o início da gestão estão buscando novos alunos. De 2016 para 2018 já elevou o nosso número de alunos, e nós temos 407 matriculas. Pode ser até que outros colégios que sejam do estado estejam com espaços ociosos, mas eu acho que a melhor maneira não é você reivindica os alunos em outros colégios e sim firma o trabalho pedagógico para que os alunos por vontade própria queiram frequentar esse colégio, comenta. Porém, para o ano de 2019 não foram abertas matriculas para novas turmas do 6º do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio. A direção do Colégio entregou um abaixo assinado realizado pela instituição e também comunidade, pedindo que seja mantido as 40 horas. Também solicitam que as negociações sejam feitas no início do ano letivo do próximo ano, e nessa reta final continue como está. É bem complicado ficar nessa situação, até pela história, que todos os profissionais que trabalham no colégio e a própria história que a instituição tem no município nós não merecíamos estar passando o mesmo que passamos antes do contrato do aluguel, disse a diretora.

POSIÇÃO DO NÚCLEO O Chefe do NRE diz que o baixo índice de alunos é o principal motivo para o fechamento.  O que pegou mesmo foi o número de alunos, e não o aluguel. Nos três períodos são 300 alunos no total, quem provocou entende que outra escola tem salas ociosas e pode transferir, o estado foi ver e realmente as turmas cabem aqui, então eles vã procurar diminuir custos. A gente sempre tem aquele cuidado e aquele sentimento grande, porque é uma perda muito grande uma escola como o são Vicente ser encerrada assim, mas como isso vem se arrastando ao longo do tempo, disse o chefe do Núcleo. Castagnoli fala que podem haver mudanças para o próximo ano, devido a transição do Governo do Estado. Nós estamos no final de ano levito, em transição de Governo, pode ser que haja uma mudança. Eu entendo que o colégio ainda tem três anos para continuar lutando e batalhando para continuar as turmas lá. Vai depender de negociações, mas existe a possibilidade, comenta. O Colégio Duque de Caxias, também localizado no centro da cidade e que tem prédio pertencente ao Estado, está com poucos alunos, tendo 10 salas de aula ociosas, podendo ser utilizadas pelos estudantes do Colégio São Vicente de Paulo, segundo o chefe do NRE, e o departamento do Estado já analisou a situação.

CÂMARA DE VEREADORES Na última sessão da Câmara de Vereadores, realizada no dia 27 de novembro, algumas pessoas estiveram presentes pedindo apoio dos vereadores em relação ao fechamento do Colégio São Vicente. Eles falaram após o encerramento da sessão. Na palavra-livre o vereador Roni Surek falou sobre a situação. Participei da passeata de protesto contra o fechamento da instituição. Eu fico pensando, Irati tem prefeito, tem Câmara, um Núcleo de Ensino, e vem a secretária estadual de educação, entra na nossa cidade para dar entrevista e não conversa com ninguém. Quem paga o preço, é o prefeito e nós, lamentou o vice-presidente contando que recebeu inúmeras informações sobre o Colégio, são 290 alunos, e 400 matrículas. Estamos juntos para o que der e vier, salve a educação deste país. Crianças que educamos hoje, possivelmente não precisaremos puni-los amanhã, disse. O Presidente Helio de Mello complementou o vice-presidente Surek. Uma secretaria estadual que chegou com um mandato tampão, primeira vez que esteve em Irati e só veio fazer isso. Um espago geográfico físico que a própria comunidade deu o terreno, ajudou com doações e o colégio foi construído e agora não temos dinheiro para comprar. Ficamos na mão e estamos falando de educação, lamenta.

ALUGUEL O prédio onde está o Colégio São Vicente de Paulo é locado, mas a Sociedade Educacional Irati Ltda, proprietária do prédio, em nota ressalta o valor histórico e cultural do Colégio São Vicente de Paulo, que atua desde os primeiros anos da década de 20. Também afirma que continua interessada em contribuir para o desenvolvimento da educação em Irati. Entre as propostas da Sociedade Educacional Irati está a revisão do contrato e que seja adequada a área locada para considerar, de acordo com o seu critério, somente os espaços efetivamente usados pelo Colégio no ano letivo de 2019, com a consequente exclusão de todas as áreas consideradas ociosas. Também que seja redefinido o valor pago mensalmente a título de locação, de forma proporcional à área efetivamente utilizada.

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