Karina Ludvichak
A fotografia é a eternização de um momento em uma foto, no qual o fotógrafo registra a essência do que está acontecendo a sua volta, traduzindo, também, a leitura de mundo que o profissional faz e reflete em seu trabalho. Cada clique é o que motiva profissionais como Cesar Delong, que tem ganhado destaque em Irati e, após transformar sua paixão por esportes e conecta-lo com a fotografia, já realizou trabalhos fora do país.
Cesar conta que a paixão pela fotografia se iniciou ainda na adolescência. “Antes de eu ser profissional, eu sempre adorei, amei muito fotografia, vídeo, artes e afins, mas para ter uma câmera você precisa ter uma condição financeira e é algo que eu não tinha 15 anos atrás”, explica.
Antes de iniciar na profissão, o fotógrafo frequentava movimentos como downhill e ciclismo e pedia emprestado a câmera de amigos para que pudesse registrar o momento. O envolvimento com a fotografia de eventos esportivos foi crescendo ao longo dos anos e, em 2014, quando se mudou para Curitiba para fazer faculdade de engenharia, vendou sua bicicleta de downhill e comprou a primeira câmera, uma Nikon T3i”. “Uma câmera de entrada com uma lente fixa 50 milímetros, um kit mais simples, vamos dizer assim, e com o tempo, como eu já tinha contato com todo mundo no Paraná no ramo do downhill, federação, organizadores, corredores, equipes, foi muito mais fácil de eu entrar nos eventos, então aos poucos eu fui fazendo alguns eventos de downhill, no ciclismo e afins, e aí com o tempo foi melhorando um pouco. Nos anos seguintes, voltei para Irati e comecei em alguns outros ramos da fotografia. Basicamente eu fiz de tudo que era possível, porque eu acho que você consegue aprender um pouquinho em cada ramo, você consegue pegar um pouquinho e aplicar em outros, sabe?”, conta Cesar.
FOCO NO ESPORTE E VIAGENS
Em 2017, o profissional decidiu focar exclusivamente na fotografia esportiva, viajando pelo Brasil para cobrir diversos tipos de competições, como maratonas, triatlos e ciclismo. Cesar conta que as viagens o ajudaram a aumentar sua experiência e portfólio, além de proporcionar um contato maior com profissionais da área. “Tudo que era possível, todas as maratonas que tinham no Brasil, coloquei no calendário e falei, essa aqui é legal, quero ir nessa, e fui buscando meios de isso ser possível. Então às vezes eu não tinha recursos para ir em todas, mas eu comprava a passagem para ir em um evento, vamos supor, no Espírito Santo, que eu queria muito conhecer o Espírito Santo, vendia um pouco de fotos lá, ganhava uma grana para fazer um evento no Rio Grande do Sul. Enfim, com o tempo fui aumentando o leque de eventos, e foi aumentando os eventos que eu fazia, a minha experiência foi melhorando, o meu portfólio foi melhorando, e fui conhecendo mais gente em vários lugares do Brasil”, disse.
Ao longo da carreira, o fotógrafo recebeu vários prêmios, incluindo reconhecimento no concurso Irati Imagens e outros de grande importância nacional. Além disso, teve a oportunidade de ser entrevistado pela Red Bull, que de acordo com o profissional, “foi um marco significativo” em sua carreira.
FOTOGRAFIA EM MOVIMENTO
Cesar escolheu o ramo esportivo pela natureza do trabalho, que exige decisões rápidas e trabalho em condições imprevisíveis. O profissional conta que “não gosta de fotos perfeitas e controladas, mas sim do desafio que o esporte oferece”. E utiliza sua abordagem única integrando técnicas de fotografia de movimento em outras áreas, como casamentos.
EXPERIÊNCIA E ENSINO
Grande parte do que Cesar aprendeu veio da prática e da convivência com profissionais experientes. Ele também compartilha sua experiência com novos fotógrafos, os incentivando a aprender na prática e a se envolver com a fotografia de forma autêntica.
PERSPECTIVAS
O fotógrafo explica que, embora a tecnologia e a inteligência artificial possam impactar a profissão, ele acredita que a “fotografia vai continuar a se adaptar e evoluir”. Como forma de repassar tudo o que aprendeu, Cesar tem projetos para ensinar jovens fotógrafos e compartilhar suas experiências com viagens e projetos de fotografia.
Para quem está iniciando, Cesar destaca que o primeiro passo é começar, “comece com equipamentos mais simples, como celulares. Você só aprende com a prática. A chave para o sucesso está em tentar, errar e continuar tentando”, disse.
IMPACTO DA PROFISSÃO
Mais que um trabalho, Cesar define a fotografia conciliada as suas viagens como um estilo de vida, que oportunizou viagens internacionais para a Europa e a outras experiências na cobertura de eventos esportivos. “Ficam histórias e isso é a experiência que você vai agregando em cada evento, e, no fim, você não consegue viver sem isso. É como se fosse um vício do bem, vamos supor assim, dentro da profissão, dentro da arte, dentro do esporte, porque mais do que uma profissão, é um estilo de vida. Porque, no fim, você faz porque você gosta, e depois você é recompensado com outras coisas”, finaliza.