As festas de fim de ano, assim como todo o ano de 2020, serão atípicas. As restrições estão em todos os lugares e causam nas pessoas dificuldades de aceitação, pois tudo o que é diferente causa desconforto. O que era natural, como os grandes encontros em família, agora, se torna proibido. A psicóloga Stephanie Sonsin aconselha que as pessoas não deixem de celebrar o Natal, mas que o façam de maneira adaptada, e tenham esperanças de um ano melhor, pois é este o objetivo das festas de fim de ano.
As reuniões em família ou entre amigos têm um significado de pertencimento. A psicóloga explica que não se trata da falta de afeto neste Natal, mas a impossibilidade de estar juntos, presencialmente, devido às restrições por conta da pandemia da Covid-19, para aqueles que assim optaram, requer que sejam encontradas outras maneiras de festejar. “Estar distante é uma escolha que fizemos por amor e proteção, precisamos dar novos sentidos e não ficar apenas no sofrimento. Não se pode esquecer deste momento tão importante que é o Natal, por isso é preciso celebrar de maneira diferente”, disse a psicóloga.
A forma como as pessoas vão lidar depende de como cada um encara os desafios da vida, algumas pessoas podem ter vivenciado situações parecidas em outros momentos e agora não terão tanta dificuldade em não poder reunir os familiares. Assim como, outras pessoas podem aumentar o desconforto, já a situação da pandemia é delicada e cada um encara de acordo com suas particularidades.
Há pessoas que perderam entes querido por conta do coronavírus, Stephanie informa que o luto tem suas fases de elaboração. “A perda sempre é difícil de ser aceita, aceitar a falta da presença da pessoa e não ter mais as situações vividas com aquela que partiu vai ser mais delicado no momento das festas. Cada pessoa lida com as fases do luto de uma forma, nada pode ser imposto, a dor deve respeitada. Quando falamos do psicológico das pessoas a aceitação da perda vai ser subjetiva”, conta Sonsin.
A pandemia trouxe impactos no convívio da sociedade em geral, houve a necessidade de reaprender algumas maneiras. “O toque físico diminuiu, os abraços, apertos de mão, muitos empregos tiveram de ser reinventados, o que gerou muita ansiedade. A mudança traz o incômodo e provoca a necessidade de adaptação, até mesmo a máscara que se tornou um acessório essencial, assim como, o uso de tecnologia se tornou mais comum para aproximar as pessoas”, afirma Stephanie.
A psicóloga deixa algumas dicas para as crianças que não poderão encontrar seus avós no fim de ano, por exemplo. Bem como outros familiares queridos. “As crianças que já sabem escrever podem fazer cartinhas para os avós e fazer uma vídeochamada. Mesmo não estando juntos presencialmente numa mesma celebração é importante não deixar de ter uma boa conversa e comemorar a data”.
Independente de estar celebrando com a família reunida ou não, o que não pode faltar é a esperança que o Natal traz. “Por meio do nascimento de Cristo, que o simbolismo cristão proporciona, promove a esperança de paz e de uma sociedade melhor no próximo ano, com perspectiva de vacina para voltarmos nossas atividades. Que nesta data possamos refletir sobre a família, porque foi lá que todos nós nos refugiamos, a casa foi mais do que nunca o lugar mais seguro. Neste Natal vamos fortalecer os laços afetivos e prosseguir cada vez melhor”, finaliza.